quinta-feira, 30 de setembro de 2004

Percebes?

em ponto morto não se sobem escadas

quarta-feira, 29 de setembro de 2004

Serviço de Voicemail - você chegou à minha caixa postal

Aguardei com uma certa ansiedade a chegada da noite.
Ouve, tu costumas cá vir?
Liguei-te. Hoje liguei-te.
Desse lado ouvi chamar, chamar, o meu telemóvel chamava por ti, e não sei se ouvias, se não ouvias, se dormias ou se sentias ao menos uma vibração no ar.
Tocou, chamou, berrou... E no fim, nem se ouviu a voz da senhora a dizer que não podias atender, para eu tentar mais tarde ou deixar uma mensagem a seguir ao sinal sonoro, e carregar no asterisco quando terminasse este monólogo incansável, que preenche o vazio do teu silêncio. Caramba, pá! Logo hoje que precisava de contacto humano, tinhas a senhora fora de serviço!
E depois abri estas janelas que simulam um mundo.
Vimos cá, olhamos para a frente como quem espreita novidades, do outro lado é zeros e uns, mas nem os vemos. Nesta vontade de mais contactos criam-se figuras, textos, fotografias, letras e mais letras, música e filmes e, vê lá tu... até pessoas!!! Sim, até pessoas esta coisa simula, como se elas existissem mesmo. É fixe, já experimentaste? Elas respondem mesmo, não é bem como aquela coisa de falar sozinho, enquanto do outro lado a senhora do telemóvel só espera que a gente carregue no tal asterisco... Estas pessoas quase que existem! Despertam estes sentimentos, e a gente ri-se, preocupa-se, e pensa nelas às vezes quando está no trabalho... Será que fulano está melhor da gripe? Será que sicrano conseguiu despachar aquele problema na Faculdade? Incrível, não é? Parece mesmo que são reais!
No fim de tudo isto podemos dormir mais acompanhados. Antes disso faz-se justiça àquela piada que circulou a net: abre-se a caixa do correio (também ela, obviamente, virtual) e sorri-se porque chegou um mail, mais alguém se lembrou de nós: um vírus replicou-se directamente para o nosso computador.
Brutal, durmo hoje muito melhor, não me sinto sozinha!
Vês? Não faz mal não teres atendido.
Não faz mal eu nem sequer ter ligado.
Não faz mal tu também não ligares, nem faz mal não chegarem cá mensagens tuas e eu não saber absolutamente nada do que são os teus dias.
Não faz mal tu não saberes nada dos meus.
A vida está repleta destas oportunidades.
Sem dúvida muito mais sentidas, vividas...
Sem dúvida muito mais reais.
*

Dia cheio, esgotado.

Dia cheio.
Caras, expressões, sofrimentos, olhos, sentimentos, sorrisos, mesmo assim tristes... Um desfile interminável que esgotou o dia antes que ele chegasse ao fim.
No caminho para casa senti a tua falta.
Abrandei, olhei para as estrelas na busca silenciosa de um caminho que me levasse até onde estás.
Mas lá estava ela, a lua.
Gorda e cheia, senhora da noite.
A sua luz ofuscou tudo o resto e deixou apenas iluminado o caminho que todos os dias me traz aqui... e que me deixa longe... cada vez mais longe.

O medo só traz mais medo...

Desde que me conheço, tentei educar-me, se se pode dizer assim, para valorizar, acima de tudo, a amizade. Quando digo acima de tudo, digo acima de tudo mesmo. Sim, há a família, mas também ela é uma forma de amizade, da mesma forma que alguns dos nossos amigos são como se fossem família. As fronteiras esfumam-se, os laços estreitam-se, gostamos incondicionalmente daquelas pessoas.
Do amor prefiro não falar... agora, pelo menos.
Habituei-me a fazer pelos meus amigos aquilo que gostava que eles fizessem por mim. Muitas vezes dei-me demais, sim, e às vezes não correu bem... Não se acerta sempre... Fiz milhões de asneiras que gostava de ter evitado, e magoei as pessoas de quem mais gostava, como toda a gente, suponho. Mas é curioso ver que apesar disso há aquela mão cheia de pessoas que vai ficando. Apesar das desilusões, dos tombos, ou simplesmente das distâncias que a todos os níveis nos separam, e que desaparecem quando nos juntamos de novo. Essas valem a pena. Essas compensam todas as outras em quem se investiu afecto, noites mal dormidas para dar colinho, olhares e palavras que se julgaram especiais, e que no fundo se perderam.

Para que servem as coisas que só nós lembramos?

Tinha razão em ter medo.
Ou talvez o medo seja a causa da minha razão.
Nunca vou saber...

terça-feira, 28 de setembro de 2004

Linear

As pessoas em relação às quais desenvolvemos as mais altas expectativas são as que mais nos desiludem.
E de quem é a culpa? Delas ou nossa? Há culpa?

Só isso...

E de noite veio o vento. Não era um vento agressivo, frio e desconfortável. Era um vento com personalidade, agarrava-nos com força, envolvia-nos com o seu abraço fresco e sufocante, levava-nos de volta ao Verão, às noites de praia, do tempo do liceu, em que se ficava no paredão até às tantas em conversas leves e soltas.... Este era o vento que trazia a lua cheia, gorda, sumarenta, um vento que abanava a rede vazia.
Fui à varanda e olhei à volta, para as árvores que sussurravam segredos umas às outras, para a igreja que se vê lá no cimo, para a rede que se agitava sozinha.
Hoje apetecia-me dormir nela, e apetecia-me um abraço. Só um abraço.
Que me protegesse do vento, que me adormecesse em silêncio...
Que estivesse ali.
isso....

segunda-feira, 27 de setembro de 2004

Mimadinha

Desde pequenina que as separações me assustam mais do que qualquer filme de terror, mesmo que sejam curtinhas. Era uma miúda insuportável, a minha mãe não podia estar a mais de 50cm de mim que eu desatava num berreiro. As minhas irmãs gozavam comigo à brava por causa disso. Tendo noção do ridículo armava-me em forte e pedia para passar uma semana fora, com uma prima, mas ao segundo dia tinha dores de barriga insuportáveis, e dores de pernas, e dores de tudo o que pudesse materializar a dor que tinha na alma, e que me fazia chorar desalmadamente, com saudades dos meus pais.
Uma vez fui com a minha mãe dormir a casa de uns amigos e durante a noite agarrei-me à carteira dela, sabia que não ia para a rua sem ela...
Não sei de onde veio este pavor, não me lembro de nada que o explique e acredito que não haja mesmo explicação.
Agora cresci (será?), as distâncias físicas e temporais não me incomodam se tiverem um prazo... Mas tudo o que percebo como definitivo traz de volta o mesmo sentimento de perda e de abandono, uma tristeza infinita que só o tempo apaga, e às vezes a muito custo.

Demoro 10 minutos daqui à casa nova da minha irmã.
Ela hoje já cá esteve.
Provavelmente, vou vê-la quase tantas vezes como se ela ainda aqui estivesse.
Qual é o problema, então???

Pois, eu sei: a resposta está no título...
E sim: sou a mais nova.

domingo, 26 de setembro de 2004

Sustos

E de repente, ao sair do escritório para o hall de entrada, vi-os: malas, sacos, caixotes.... A minha irmã estava ali empacotadinha, pronta para ir embora, e só me apetecia abraçar toda aquela tralha e não largar mais... E claro, lá veio o chato do nevoeiro!

Perfeito



sexta-feira, 24 de setembro de 2004

Receita

Falta de sono, horários completamente trocados, stress, cansaço acumulado, montes de trabalho, tudo para tratar nas últimas, à boa maneira portuguesa.... A receita certa para um mau-humor que vai daqui até ao último planeta do sistema solar e volta.
Parada dentro do carro à espera da minha mãe, completamente piursa porque ela tem carta mas não conduz, e eu tenho que servir de motorista mesmo que não me dê jeito, via os carros passar mais depressa que os minutos. Tinha um livro para me entreter (os quartos de hora dela esticam-se sempre, não percebo o fenómeno), e toda a gente que passava olhava para mim, só me apetecia atirar-lhes o livro à testa: "Estão a olhar para onde?!". E então, na janela de um carro, um miúdo, quatro ou cinco anos, ar reguila, olha fixamente para mim. Retribuo o olhar, sem mudar de expressão e ele, surpreendentemente, sorri... Tentei, mas não consegui evitar: sorri também.

Adenda: é mentira, não tentei nada!

Estamos sempre a aprender

Eu sei que me repito infinitamente aqui, e por isso peço desde já desculpa a quem se dá ao trabalho de ler isto, mas algumas coisas precisam mesmo de ser reforçadas, a ver se entram nalgumas cabecinhas...
O Aguarela Temperamental é um excelente blog: combina as confissões mais intimistas da sua autora com comentários ao que se passa no mundo à sua volta, numa mistura que resulta mesmo bem. As suas cores encaixam perfeitamente umas nas outras, revelando uma sinceridade comovente e uma doce generosidade, bem como ternura, carinho e sensibilidade fora do comum, e, como se não fosse já suficiente, tem uma inteligência arrebatadora e bem-humorada que o transforma num dos mais deliciosos blogs que já li até hoje. Genial, portanto.
E para rematar tudo isto, qual cereja no topo do bolo, é o teu blog!!!

Já sei que vens agora com essa conversa de que sou parcial, e tal e coisa....
Sim, claro que sou parcial. Mas tenho a certeza de que gostaria do teu blog mesmo que não te conhecesse, o que não acontece com outros (como este, por exemplo...)

Tira essas letras pequeninas e enche-te de orgulho! É mais do que justificado!!!
(e aproveita, ao tirar as letras pequeninas, e tira também o meu dessa lista, está um pouco deslocado...) ;)

Recadinhos





Amanhã, por esta hora, casa-se a minha irmãzinha mais velha.
Acho que nem tive tempo para pensar no assunto e ainda bem.
No meu habitual egoísmo penso que vai ser estranho deixar de a ter por casa, que vai haver espaço vazio que não fazia falta assim, que é menos uma pessoa para aturar os meus ataques de mau humor...
Mas além de tudo isso, e sabendo que com o tempo nos habituamos a (quase) tudo, quero que ela seja feliz. Não é pedir pouco, por isso não posso dizer "só isso"...
Ah! E apesar de ela não saber que eu aqui escrevo, deixo dois recadinhos (que já dei pessoalmente, para variar!):
Zezinho, fazes a minha maninha feliz ou fazes ou preparativos para a grande viagem.
Meninos, quero um sobrinho!!!! Rápido!!!

quinta-feira, 23 de setembro de 2004

De volta...




...e em grande!!!

quarta-feira, 22 de setembro de 2004

Voltei

Afinal talvez possa ainda hoje ser repetitiva numa outra dimensão, que não a das fotografias, a dos Calvins ou das letras de músicas, que se sentem sós como nós, porque aqui cai tudo no vazio do azul. Que dizem que é de onde cai a morte...
É nestas alturas.
Quando estou mais descansada.
Quando estou a pensar em qualquer coisa boa.
Quando me distraio...
Lá vem aquela sombrinha esconder-me o sol, aquela mãozinha fria apertar-me o coração, aquele mar tentar sair-me dos olhos.
E isto tudo até quando?
Alguém sabe?
Até quando???
Xiça...

A falta de inpiração combinada com a vontade de postar qualquer coisa...

Que cores são estas?

segunda-feira, 20 de setembro de 2004

Bom Conselho

"Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade"
Chico Buarque

Tenho vindo, nos últimos tempos a descobrir a música brasileira, a boa música brasileira.... Mas não só a música: a poesia, as palavras, as letras em perfeita harmonia com as notas que as rodeiam... Os bons conselhos...

Falta agora aprender a segui-los.

sábado, 18 de setembro de 2004

Sentiste?





Estive à tua beira....

Eu senti-te.

sexta-feira, 17 de setembro de 2004

Janela aberta





Já há muito tempo que não abria esta janelinha através da qual comunico com vocês que aqui vêm, e comigo que aqui venho às vezes também à minha procura, sem ter alguma coisa já pensada para aqui deixar... Tenho evitado ceder aos primeiros impulsos...

A vida vai andando e há coisas curiosas:
A mesma distância que me destrói por dentro quando é recente, acaba por me trazer a paz quando se prolonga. Não sei explicar isto, mas isto explica, naturalmente, todo o medo que tenho quando a proximidade se volta a aproximar.
A ocupação do corpo implica ocupação da mente, e com estes dois entretidos, o coração já não tem tempo nem companhia para os disparates habituais.
O tempo vai tratando das feridas abertas melhor do qualquer médico. Valerá a pena continuar a estudar? Pois, já sei.... há as outras, as outras feridas....

Fim de semana à porta, muito com que ocupar o corpo, o que resta do meu cérebro e, o meu lindo coraçãozinho. Espero que não só por arrasto...

quarta-feira, 15 de setembro de 2004

E eis que outro chega ao fim...

Não podia deixar de escrever que tenho pena.
Gostava do Cais da Ribeira quando comecei a ler blogs, e embora nos últimos tempos já não houvesse muito movimento de barcos de papel, continuei a ir lá, na esperança de que renascesse.
Além disso, a Paula foi a primeira pessoa que comentou posts meus.
E eu nunca consegui comentar os dela porque não consigo aceder ao seu sistema de comentários. Acho que tenho um problema qualquer com o Java, o que quer que isso seja....

O Cais da Ribeira morreu.
Dito pelas palavras da Paula.
Pelas minhas digo que vou sentir falta.

terça-feira, 14 de setembro de 2004

Este blog está tão inchado, mas tão inchado.......

Hoje cheguei ao meu blog e não o reconheci.
Não sei bem explicar porquê, é quase como um ar diferente, fora de sítio, qualquer coisa que estranhei, um cheiro a não sei quê que senti involuntariamente.... Enfim: não percebi o que se passava.
Mas depois segui-o onde sempre me leva, nos seus passos confiantes de todos os dias.
Agarrou-me a mão como um miúdo, quando nos puxa para vermos o último dos seus desenhos...
Neste caso a Aguarela...
A minha Aguarelinha está a crescer, sem fronteiras, cada vez maior neste espaço da blogosfera.
Imagino como estará orgulhosa....
Sei como eu estou, e sou!, uma madrinha babadíssima!!!!

Completamente fora!

Olha lá... E se te despachasses?
Estou farta de esperar!!!
Bolas! Se não encontras o tal cavalo podes vir a pé, o importante é que venhas!
Percebes?....

Pequenina nota de rodapé (sim, como se estivesse a dançar) (sim, estou cheia de piada, hoje, deve ser por ter adormecido e não ter estudado nem metade do que devia...): devo ser a pessoa que mais links faz para os seus posts. Ai já tinha falado nisto?...

Outro...

Este é um bocadinho diferente dos testes estúpidos que costumo deixar aqui.
Um excelente passatempo, tirado daqui.
(como se eu não tivesse já um excelente passatempo chamado Harry)


Teste de Einstein - teste de qi - Será que você consegue ???
Clique aqui e faça o teste de qi !

domingo, 12 de setembro de 2004

Catendé

Esta música é daquelas que vêm de mansinho, que nos enchem de um sentimento leve de paz, de que alguma coisa boa está para acontecer...
Faz bem à alma.

"Meu catendé ... (?)

Varre a voz o vendaval
Perdido no céu de espanto
Meu barco fere a distância
No disparo da inconstância
Me encontrei sem me esperar
Quanto mais o tempo avança
Mais me perco neste mar
E no rumo do segredo
Caminhei todo o caminho

Ei lá
Maré Brava Maré mansa
Ei lá
Vou na trilha da esperança
Ei lá
Vou no passo da alvorada
Ei lá
Mar amor enamorada

De segredo e de procura
Fiz do medo o meu amigo
E de força sempre pura
O meu canto se encontrou
E no fim da jornada
Vi meu canto crescer
Há tanto escuro na estrada
Esperando o sol nascer
Vou cantar pela vida
O meu canto de amor
Há tanta dor escondida
Tanto canto sem cantor


Ei lá Ei lá..."
Figueiredo, J.C./Pinto, A.C./Tavares, I.

Não conheço mais nenhuma versão, mas recomendo, sem qualquer dúvida, esta:
Vinicius de Moraes con Maria Creuza, Maria Bethania e Toquinho
Ao Vivo En La Fusa


Andava já há imenso tempo com vontade de deixar aqui a letra desta música. Há coisas que não percebo bem (se calhar por falta de "cultura brasileira"), por isso peço desde já desculpa por falhas prováveis. Não consegui encontrar a "original" em lado nenhum.
E já agora, se alguém encontrar a letra, ou, melhor ainda, a tablatura.... Agradeço! :)

Be careful...

Os desejos são uma coisa estranha.
Silenciosamente, vão aparecendo devagarinho, levantando a ponta do lençol, entrando dentro de nós sem nos darmos conta até se apoderarem de tudo.
Depois bem podemos tentar expulsá-los com um "XÔ!" bem forte, mas não adianta absolutamente nada, e se não queremos desejá-los ainda é pior, mais se enraízam, mas fortes se tornam, mais saudáveis crescem. Autênticos parasitas dos nossos sonhos, é a minha opinião.
Mas há situações graves, em que nós próprios desejamos que os desejos surjam, vamos-lhes dando de comer, deixamo-los dormir nas nossas camas, queremos que cresçam, que se avolumem, que se materializem e se tornem realidade. Estranho processo, também esse.
Dou por mim a querer desejar que este sentimento se realize, a toda a força. Antes mesmo de concretizar o desejar, quero concretizar o desejo. Será isso possível?
E faço-o de uma forma egoísta, quero que este desejo se imponha ao outro que cá está, que o diminua, que o amasse até ele não passar do chão, que o faça evaporar-se completamente, como o álcool quando o deixamos destapado. "Ah... Estava aqui alguma coisa?" Pois, isso mesmo.
E não me interessa que este desejo não seja construtivo.
Dou por mim a pensar que prefiro sofrer pela (quase certa) não realização da novidade do que pelo uso desgastado da relíquia que me persegue.
XÔ!!!!

sábado, 11 de setembro de 2004

Analgesia??? Tretas!

Como gostava eu de ter uma profissão que ajudasse no alívio das dores como tantas vezes prometem anúncios de analgésicos na televisão, nas revistas, nas montras das farmácias, e por aí fora... "Alívio rápido da dor"...
Tanto estudo, tantos testes laboratoriais, tantos ensaios clínicos, tanta treta...
Continuamos imersos nelas, nas nossas dores.
E como parecem físicas..... anginosas, até.

quinta-feira, 9 de setembro de 2004

Verdade IV

"Escrever, reflecti, deve ser um acto despido de vontade. A palavra, como a profunda corrente oceânica, deve subir à superfície impelida pelo seu próprio impulso."
Henry Miller - Sexus

quarta-feira, 8 de setembro de 2004

E ainda assim....

... partilho as FAQ's do Bruno...

E se calhar podiam acrescentar-se outras, mas fiquei bloqueada nestas quatro que ele fez, principalmente na última, que me deixou a pensar...
Será incompatível ter um blog e uma vida ao mesmo tempo?

Será que ninguém pensou ainda fazer um blog só com FAQ's sobre esta coisa que são os blogs, as relações que se estabelecem a partir deles, os sentimentos, os pensamentos, a forma como eles se imiscuem nas nossas vidas e depois não querem sair, por mais que se tente???

terça-feira, 7 de setembro de 2004

Há seis meses...

..comecei a deixar aqui as minha lembranças...

adoro fazer links para o meu próprio blog...

Percursos

Saí em busca de mim própria e acabei por me perder. Esqueci-me que de noite devemos sempre ter um mapa... Então, sozinha, gritei por ajuda, chorei por alguém que me viesse buscar... Esperei, tremi de frio e de medo, ouvi as árvores em sussurros e não percebi o que diziam, e ao longe os animais segredavam palavras incompreensíveis...
E aos poucos, ali sozinha no meio de mim própria, fui percebendo a mensagem: não há ninguém que me possa ir lá buscar para me entregar ao que de mim perdi. Há coisas que só nós sabemos nossas. Há coisas que só nós podemos encontrar.
Para isso, menina, não adianta chorar e espernear, ficar sozinha aos gritos por alguém, e tentar encontrar respostas em línguas estranhas...
É preciso levantar, sacudir o pó da saia e sair... continuar a sair à procura.

Trovoada

À noite o céu fechou-se, e a lua lá atrás estava linda... Mas aos poucos as nuvens reuniram em conferência, e a conversa não correu especialmente bem, porque acabaram por se exaltar, e os encontrões que deram umas às outras ecoaram pela terra despertando até os surdos (como eu!) do seu sono... E do céu vieram também pedras, pedras grandes, atiradas pelas divindades aos humanos: não somos mais fonte de inveja com as nossas vidas, o nosso dia-a-dia-a-dia-a-dia-a-dia, igual, repetido como uma cantilena monótona... Pedras frias, de gelo, para ver se acordamos deste torpor que nos envolve e começamos a olhar à volta, a reparar que há a estrada que vai dar ao mar, que há sapatos para calçar e caminho para andar...
A vida, essa não se faz sozinha. Precisa de nós.

domingo, 5 de setembro de 2004

Acorda para a vida!

Os amigos não se diluem na chuva como a terra molhada, quando vem o Inverno.
Os amigos não caem como as chamadas, quando há pouca rede.
Os amigos não marcam viagens para Marte, só de ida, sem volta.
Os amigos estão aí, onde sempre estiveram.
Essa é a vantagem dos amigos em relação aos amores: não desaparecem, não morrem.
A paixão até pode esmorecer, mas eles estão sempre lá. Vão estar sempre.
E se quisermos abrir os olhos, isso é tão claro como os relâmpagos que riscam os céus por estas noites.
As pessoas crescidas não têm ataques de estupidez destes.
Não conheço nenhuma que tenha tido.
Só eu.... que (pelos vistos) não sou crescida...

Traidores

"Os olhos são os maiores traidores de palavras que conheço"

Sim, também eu evito olhar quando falo das ausências, mas ao que parece já nem isso serve para esconder o que sinto (porque o que penso é diferente!).
O meu olhar é seguido, e quem o segue já sabe que encontra nele mais que todas as minhas palavras. E na verdade nem são assim tantas....

sábado, 4 de setembro de 2004

Entretanto O Bisturi desapareceu do mapa (eu pelo menos não o consigo abrir), e o último post que "li" tinha umas imagens, sem dúvida violentas, sobre este mesmo assunto: o aborto. A discussão nos comentários já nem civilizada se podia chamar...
Não sei se é esse o motivo do desaparecimento do blog, mas, seja como for, fico com pena.

Caramba...

E desta discussão toda, tenho apenas duas coisa a dizer: o Luís disse tudo: "A questão do aborto é uma questão de mulheres grávidas".

Acho uma grande hipocrisia a proibição da entrada do Borndiep no porto da Figueira (como em qualquer outro, aliás!). Mas também.... não é com estas hipocrisias que temos vindo a ser governados já há algum tempo???

sexta-feira, 3 de setembro de 2004

Falta..

..aqui um post.
Pela segunda vez, e curiosamente pelos mesmos motivos, apaguei um post.
Às vezes parece mesmo que a vida é como o mundo: redonda. Por mais voltas que dê volto sempre ao mesmo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2004

deserto

Devia trocar este título com o do último post.
Este que agora escrevo é que não vai dizer nada.
Nada a não ser que estou mais uma vez off, e que por isso é natural que este blog também esteja, pelo menos até prova em contrário.
Não me tem apetecido escrever, da mesma forma que não me tem apetecido fazer nada do que tenho que fazer.
(e escrever aqui não é propriamente uma obrigação...)
Isto é uma fase, porque é delas que a vida é feita.
Quem sabe amanhã muda?

Setembro

Sete
Elfos
Trouxeram
Este
Mês,
Brincando e
Rindo,
Optimistas.