domingo, 31 de outubro de 2004

Conversas

- Então? Não estou a perceber o que queres dizer....
- Quero dizer isto: não me posso agarrar a nada. E agora? Vou cair?
- Como assim? Não te podes agarrar?
- Isso mesmo: não há nada palpável, logo, não me posso agarrar a nada. É tão simples....

sábado, 30 de outubro de 2004

Dias felizes

Há dias assim, felizes, porque não vão deixar de nos trazer a lembrança de quem, longe, acabou por ficar mais perto.
Porque também este dia é para mim, já, um dia especial: parabéns!
Obrigada pela tua presença...

sexta-feira, 29 de outubro de 2004

Certas coisas...

...estavam melhor quietinhas...

Ou então não....
Se calhar não....

Acendam a luz, por favor!
Não estou a perceber nada...

quinta-feira, 28 de outubro de 2004

Hábitos

Lembro-me de ser pequenina, devia andar ainda na primária, e os meus pais costumavam sair para tomar café em casa de uns vizinhos quando já estávamos na cama, supostamente a dormir.
Mal ouvíamos a porta da rua bater, acendíamos as luzes e líamos o máximo que pudéssemos.
Ler, ler, ler....
Ler era a palavra de ordem.
E claro que, quando ouvíamos a chave na porta, fazíamos de conta que estávamos a dormir...
Uma vez a minha irmã foi apanhada, mas não me lembro como, nem me lembro do que lhe aconteceu...

Às vezes não líamos.
Ficávamos só às escuras e inventávamos histórias umas para as outras, à vez, até nos calarmos, uma a uma...

Se calhar é por isso que ainda hoje tenho dificuldade em adormecer a horas decentes...

quarta-feira, 27 de outubro de 2004

Ideias



Precisam-se............... para iluminar as partes escuras da minha cabeça!!!

Certezas

Não há amigos melhores que os meus!

(acompanhem isto com um daqueles sorrisos...)

Instintos

Que tempo!!!
Ventos de muitos kilómetros por hora, chuva que não pára de cair, frio, a cidade imersa em água, as árvores que não se aguentam....
Hoje estou aqui quentinha.
Amanhã não preciso de acordar cedo, e o meu primeiro instinto foi pegar no carro e ir, sair daqui...
É sempre assim: depois de vir embora só quero voltar, só quero poder estar com calma, só quero ter tempo para me fartar do tempo, das conversas, de estar sempre com as mesmas pessoas...
Mas depois grito pelo meu lado racional e, se ele não aparecer, tento lembrar-me do que ele faria...
Tenho que aprender a controlar melhor este instinto, porque analisando a questão até ao seu fundinho chego à conclusão de que a culpa é dele.
Ou minha, porque não o soube, ainda, domesticar...

terça-feira, 26 de outubro de 2004

De novo: "A" grande

Acho que ultimamente não sei bem o que espero quando vou ter contigo.
De todas as pessoas de quem me custou separar, acabaste por ser a mais prejudicada com esta distância, não tenho dúvidas. Porque para além de lidares com a minha ausência tiveste que lidar, mais do que ninguém, com a estupidez do meu comportamento desde que cá estou.
Sei que não te vejo ainda claramente, se calhar por causa de tudo isto.
Há ainda aquele silêncio que não foi quebrado.
Será, na altura certa...
Agora sei disso.




Foste, de todos os meus amigos, a única com quem consegui estar com calma.
Pela primeira vez desde há muito tempo senti que estive mesmo contigo.
Soube-me bem...
Melhor do que posso descrever...

Finalmente....


... ao vivo e a cores!

Fragmentos de um fim de semana

Saí e a primeira coisa que fiz foi tomar um banho.
Precisava de tirar todo o peso do dia, já longo, de cima...
Depressa mas com calma. Será possível?
É que à chegada vem sempre aquela onda, um sentimento que não sei explicar, que não surge quando vou a mais nenhum sítio.



No meio de toda aquela confusão, aquela cidade parada no tempo encerra uma certa magia, que talvez só seja mesmo percebida por algumas das pessoas que por lá passaram.

E depois é o regresso aos sítios do costume, às pessoas, à boa disposição típica da época, às brincadeiras....
Antes de entrar na sala fiquei uns momentos à porta, a ver como há coisas que não mudam. Pelo menos não na aparência...
Aquele era o último sítio onde queria ir.
Sei que estás lá e queria ao máximo evitar o reencontro, já sei que é o estalar imediato da fina camada em que te enterrei a custo... Mas tenho que aprender a viver com isso também...
Seja como for, estão lá outras coisas.
Há muitas outras coisas, muitas outras pessoas...
No fim, tudo foi mais fácil do que o que tinha imaginado.
Ir de pé atrás tem vantagens.
Algumas, pelo menos....

segunda-feira, 25 de outubro de 2004

Seis

Seis meses passam depressa.
Seis meses dão para muita coisa.
Em seis meses podem começar-se obras, e vamos vendo essas obras crescer...
Maiores, sempre maiores...
E mais consistentes, mais à imagem de quem as pensou, de quem as alimenta regularmente.
Não é dos melhores posts que já escrevi, mas não podia deixar passar em branco esta data.
Embora tenhas chegado depois, a verdade é que sem ti nada disto fazia sentido.
Parabéns, meu doce!

A seu tempo

A seu tempo o cansaço vai ceder.

E então...
A seu tempo virá aqui.
A seu tempo deixará nas linhas as entrelinhas que escapam.
A seu tempo contará como as coisas simples a deixam feliz.
A seu tempo, tudo a seu tempo...

sexta-feira, 22 de outubro de 2004

Beautiful Day

"The heart is a bloom
Shoots up through the stony ground
There's no room
No space to rent in this town

You're out of luck
And the reason that you had to care
The traffic is stuck
And you're not moving anywhere

You thought you'd found a friend
To take you out of this place
Someone you could lend a hand
In return for grace

It's a beautiful day
Sky falls, you feel like
It's a beautiful day
Don't let it get away

You're on the road
But you've got no destination
You're in the mud
In the maze of her imagination

You love this town
Even if that doesn't ring true
You've been all over
And it's been all over you

It's a beautiful day
Don't let it get away
It's a beautiful day

Touch me
Take me to that other place
Teach me
I know I'm not a hopeless case

See the world in green and blue
See China right in front of you
See the canyons broken by cloud
See the tuna fleets clearing the sea out
See the Bedouin fires at night
See the oil fields at first light
And see the bird with a leaf in her mouth
After the flood all the colors came out

It was a beautiful day
Don't let it get away
Beautiful day

Touch me
Take me to that other place
Reach me
I know I'm not a hopeless case

What you don't have you don't need it now
What you don't know you can feel it somehow
What you don't have you don't need it now
Don't need it now
Was a beautiful day"

U2 - All that you can't leave behind
(daqui)

Apeteceu-me deixar aqui esta música.
Há coisas que é impossível deixar para trás.
Há sítos que deixam marcas na alma, como ferro em brasa.
Há pessoas que não nos saem de dentro.
Parou de chover.
São tudo presságios: bons presságios.
Até ao meu regresso!

Delírios nocturnos #2

Estava à tua espera, disse, numa voz suave e cantada, com uma pronúncia familiar que ele não identificou imediatamente.
No mesmo momento ouviu um grito e de uma das grutas escavadas ao longo do caminho de pedra apareceu João: Já temos poiso, rapaz! Encontrei... A frase ficou suspensa no ar, e os seus olhos mostravam todo o espanto causado por aquela criatura alada, ali na frente do amigo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2004

Delírios nocturnos

O universo que os rodeava era único, absolutamente mágico, quase irreal...
Montes enormes rodeados por caminhos de pedra em espiral, uns a seguir aos outros, até que num deles, subitamente, a visão de uma cascata.
Uma cascata branca, parecendo projectar água directamente do céu, em oscilações abruptas que se perdiam num vapor frio envolvente, até ao fim, ao fundo, ao grande lago.
Na bruma desta visão destacou-se um vulto voador.
Uma fada.
Como podia ele saber que era uma fada, se essas coisas não existem a não ser nos livros?
Nem nunca tinha visto uma...
Mas era uma fada, e caminhava decididamente na direcção da objectiva da máquina fotográfica, mantida em punho de forma ridícula, como uma quase arma de defesa.
Quando se deu conta da posição agressiva em que se encontrava, sem ter sequer chegado a carregar no botão para mais tarde poder comprovar a veracidade do momento, baixou as defesas e os braços e ficou estarrecido, a ver aquele vulto mágico esvoaçar na sua direcção.
Incrível.
Ao chegar junto a ele beiju-o apaixonadamente nos lábios.
Julgava ele que as fadas eram criaturas púdicas, uma espécie de seres assexuados, mas esta não.
Despertou nele um sentimento forte, fê-lo estremecer como se tivesse sido atingido por relâmpago... Fraquejaram-lhe as pernas...
Esta fada era extremamente feminina, como não o era nenhuma das suas amigas, ou as suas irmãs. Nem tão pouco a sua namorada. Este pensamento fê-lo despertar desse beijo, lânguido, envolvente, acolhedor. A sua namorada.
Então a fada (seria mesmo uma fada? voltava a duvidar...) falou.

(nota: este texto poderá ou não vir a ter seguimento, dependendo do meu estado de sanidade mental...)

terça-feira, 19 de outubro de 2004

Limbo

Às vezes é fácil ficar nesse limbo: trocar a realidade da tua existência pela confortável fantasia da tua inexistência.
É como um torpor, uma preguiça de sentimentos que me invade, como se realmente já não sentisse nada. Absolutamente nada.
Mas depois a tua presença concretiza-se, a tua voz materializa-se, e a tua imagem transforma-se em ti.
Nessas alturas, mais do que nunca, gostava da possibilidade de te eliminar.

Ganhaste vida própria dentro da minha vida, e depois de ter trazido pela mão até aqui, perdi-me nos passos que demos, e não sei que caminho te mostrar para saíres...

Protesto disfarçado! ;)

Desde meados de Setembro que me ando a preparar para um protesto por falta de posts neste blog... Mas depois, quando finalmente me decido a fazê-lo, lá aparece um post, depois outro.... E eu vou adiando o meu protesto.
Assim sendo, hoje decidi escrever sobre isto. Mas não para protestar...
Para dizer como é bom, quando menos espero, encontrar novidades tuas Debaixo da Cama!

Vale a pena lembrar....

Seguindo o (excelente!) exemplo da minha Aguarela criei uma nova secção na barra lateral...
Assim evito aquela dificuldade em apagar os blogs de que gostei das lembranças!

Já tinham saudades, ora contem lá!!!!





Você é "Imensidão Azul" de Luc Besson. Você é sonhador, único. Muito sublime e encantador(a).

Faça você também Que
bom filme é você?
Uma criação deO
Mundo Insano da Abyssinia



Nota: Tirado daqui.
Nota: O Blogger tentou impedir-me de postar isto, mas eu fui teimosinha....

Será mesmo verdade...

...que quase tudo o que é bom tem um fim?

Às vezes a vida dá-nos estas folgas...

Tenho a noite por minha conta, para poder adiantar um pouco este trabalho que tenho que concretizar, da melhor forma possível, em Abril.
Assim sendo, a noite não está, claramente, por minha conta: está por conta do trabalho, e a minha vontade era deixá-los aos dois sozinhos e ir beber um copo com uns amigos com quem não estou há muito.

segunda-feira, 18 de outubro de 2004

As coisas mais estranhas acontecem

Aquela era a padaria habitual.
Saía todos os finais de tarde de casa para ir de carro buscar pão.
E todos os finais de tarde bebia uma grande chávena de leite, com café e com açúcar a mais, e comia, se o dito pão estivesse quente, nada mais nada menos que três pães com manteiga. Muita, claro! E acompanhava estes lanches com um episódio da novela da tarde, de preferência aquela do Gianechini. É que os olhos também comem.
Essa tarde não foi excepção. Chegou a casa do emprego em part-time, ainda teve umas horas para preparar o exame, que lhe permitiria uma vida um pouco melhor se corresse bem, e, religiosamente, às 18h saiu.

sábado, 16 de outubro de 2004

Venha o traçado!

Já ando há montes de tempo indecisa quanto à publicação ou não deste post.
Nem percebo porquê...
Cá fica ele, hoje, em jeito de MUITOS PARABÉNS!

"Abro a porta e entro.
É impossível não ser atingida pelos sons que imediatamente chegam até mim, melancólicos e profundos.
Uma música que não é só música, são notas que se enchem de sentimentos, de memórias, de risos, de amigos embrulhados em capas pretas, de noites alegres, de dias despreocupados, que me trazem em poucos segundos várias lembranças dos melhores tempos que já passei...
N'A Tasca há guitarradas....
Nunca as tinha ouvido porque tinha um problema qualquer de software.
Agora ouço-as de cada vez que lá entro.
Pensei que ia deixar de reparar nelas com o tempo, mas não: atingem-me sempre com a mesma força, e isso é incrível... Muito poucas coisas têm esse poder...
Genial a ideia...
Já não era uma tasca qualquer, mas agora é, para mim mais do que nunca, A Tasca."

quinta-feira, 14 de outubro de 2004

Pit Shop

Entrou na loja a medo, aquele não era bem o seu "mundo"...
Por trás da porta de vidro com o "aberto" pendurado estavam t-shirts, bonés, casacos, revistas e livros, porta-chaves, carrinhos desses que parecem de brincar, mas que são só para exposição, imitando ao mínimo detalhe os carros de competição. A perdição de muitos meninos crescidos...
Estava baralhada, à procura de uma prenda de anos atrasadíssima, para um amigo que acha piada a estas coisas dos carros.
Por fim, no meio de tanta coisa, lá encontrou uma t-shirt gira, dentro do preço, e preparava-se para pagar quando entra alguém que cumprimenta. Ao mesmo tempo que levanta os olhos e diz "boa-tarde", perde-se nuns olhos escuros, quase pretos, divertidos, profundos...
Sorriem os dois, num silêncio que fica suspenso por segundos...
Ela corou, pediu dentro dela que o embrulho fosse difícil de acabar...
Mas depois pagou e saiu.

Cá está ela!!!

A primeira deste Inverno!



Inverno??? Queria dizer Outono, desculpem!
Deste Outono....

quarta-feira, 13 de outubro de 2004

Desencontros

Sérgio Godinho escreve bem, musica bem... Gosto imenso dele!
Há alturas em que esta frase não me sai da cabeça, acho que está muitíssimo bem conseguida:

"Toda a gente passou horas em que andou desencontrado,
como à espera do combóio na paragem do autocarro"
Lá em baixo - Sérgio Godinho (ouvido no Afinidades)

Que seja só isto connosco...
Sei que lutar já não adianta...
Resta-me esperar que o tempo se decida pelas nossas afinidades, contra os nossos desencontros...

Retalhos da vida...

(...de um médico???)

Falta pouco, pouquinho...
3 meses já se foram, daqui a uma semana retomo as viagens de fim de semana.
Sim, tenho medo.
Sim, sei que volto com aquele sabor estranho na boca, de que nada é já como eu lembrava.
Será que alguma vez foi?

No tempo dilui-se o que é real e o que percebemos da realidade, juntamos os nossos sentimentos, o que vemos e ouvimos, o que pensamos... E nesta misturada é praticamente impossível descobrir o que foi o original.
Não faz mal.
A vida são estas mantas de retalhos que trazemos aos ombros, que nos aquecem as noites.

Sim, aproxima-se o dia.

Estou em processo de mentalização:
Quero trazer retalhos novos.
Não quero perder os antigos.
Quero trazer retalhos novos.
Não quero perder os antigos.
Quero trazer retalhos..................

(alguém sabe de um bom costureiro?)

terça-feira, 12 de outubro de 2004

Das conversas caladas

O silêncio é uma arma poderosíssima.
Para quem não a sabe manejar, pode ser desastrosa: semeia insegurança à sua volta, ao usá-lo como defesa.
Mas mesmo sem querer serve também como ataque, quando me sinto ameçada...

E sei que atinjo as pessoas de quem gosto com ele.

Não sei até que ponto isto é justo ou injusto, certo ou errado...

O caminho foste tu quem escolheu.
Tropecei, caí, arranhei os joelhos e torci os pés...
Andei às apalpadelas porque estava escuro, ou eu estava cega, nem sei.
Não estava preparada para me fazer assim à estrada.
Todas estas palavras deslocadas, os sorrisos à hora errada, os apelos sileciosos envoltos num olhar que não foi visto, as palavras que nunca soube dizer e aquelas que não podia ter dito...
Tudo isso são os passos que dei para não parar, para andar, para andar sempre.
É uma questão de sobrevivência, percebes?
Não é mais do que isso.
Percebes, eu sei.
À tua maneira fizeste exactamente o mesmo.

Quando as feridas desta batalha muda começarem a cicatrizar, vamos encontrar-nos de novo.
Vamos falar.
(talvez fosse mais justo dizer: vou falar)
E aí tudo será mais fácil, como um dia de férias grandes, no Verão.

domingo, 10 de outubro de 2004

Chovia que Deus dava!

Apática dentro do carro parado, cabeça encostada ao vidro, ouvia Jeff Buckley distraidamente quando vi lá fora um jovem, t-shirt cinzenta e calças de ganga, a dançar ao ritmo da música que eu estava a ouvir.
Os vidros estavam fechados.
Ele sacudia os braços, parecia feliz...
De certeza que hoje a chuva não o molhou.

Não sei como me lembrei disto

Acordar com um grupo bestial, numa casa perdida em pleno Parque Natural Peneda-Gerês. Pôr aos berros aquela música que começa com "Bom dia, comunidade!!!" dos Tribalistas, enquanto se toma um pequeno almoço simples, de torradas quentinhas e leite com café acabado de fazer...
Estes dias não têm como começar mal!
São estes momentos que dão cor à vida...

Já???

Impiedoso, voltou o senhor das chuvas, do vento, do frio que se entranha...
O sol às vezes falha, o calor não vem sempre que o esperamos, mas este não falta nunca aos seus compromissos...
Agora sim, podem começar a acender-se as lareiras.
Sabem bem nas noites em que podemos ficar indefinidamente a ler à sua frente, com uma boa música de fundo e um chocolate quente ao lado.
Hoje vou dormir com mais um cobertor, e também já tirei o casaco do armário.

Que pena ter de o vestir cedo amanhã...
Para uns o fim de semana acaba hoje. :(

sexta-feira, 8 de outubro de 2004

Memória fotográfica

Olhares cruzam-se com imagens, forjamos acontecimentos, pessoas e sentimentos.
Como num filme mudo, tudo em câmara lenta...
A vida que levamos, os sorrisos que recordamos, os sonhos que gastamos no quotidiano certo e previsível dos horários apressados, sempre atrasados.
O que é que importa?
Peneiramos o sol e ficam estes raios etéreos, leves e soltos, quase bem definidos.
Mas depois vamos lá e não somos capazes de os agarrar, ao abrir a mão ela está vazia.





A memória é esta máquina fotográfica: focamos, aproximamos e ultrapassamos a distância focal, tentamos ver tudo com grande angular e restringimo-nos às teleobjectivas...
E queremos sempre mais e mais tempo de exposição...
Os acontecimentos acabam por ficar assim: desfocados...

quinta-feira, 7 de outubro de 2004

conselho:

não venham cá

conclusão

sou uma agarrada

Bitter Sweet

Agora fico sempre na dúvida: ganhei ou perdi?
Seja como for, perdi.
Claramente.
Já devia saber que estes jogos acabam assim, por algum motivo são infantis...

Tenho estes momentos em que te vejo outra vez.
Não sei se sou eu que fico lúcida ou se apareces realmente.
Sei que nessas alturas as cinzas são avivadas pelo vento norte, e o gajo que mora à esquerda reclama. Quase dormia, pá, acordá-lo para quê?

É que nada vai ser diferente, a vida continua.
Há o tempo que tem que se gastar porque não dura até amanhã, há estas coisas com que temos que nos ocupar, em que temos que pensar, às vezes só mesmo para não pensar...
Contra-senso?
Há esta distância, que já não vai encurtar.

Passo a passo vai-se fazendo caminho, tenho que desaprender o que fica para trás, tenho que arranjar uma contractura, uma rigidez cervical que me impeça de me voltar para olhar. Isso é que dói, não é mais nada. Não é o presente, nem o que nele se encerra. O que dói é o que vejo quando olho para lá, para o passado.

Nota: passado - que passou. Simples.

quarta-feira, 6 de outubro de 2004

Jogos Infantis II

amanhã renovo a espera, ou amanhã é um novo dia...
(não é tudo a mesma coisa?)

podias salvar-me, sabes?
(estou a estragar tudo porque)
quase estou à espera que o faças
(come over cause it's not too late)

00:00

"Looking out the door
I see the rain fall upon the funeral mourners
Parading in a wake of sad relations
As their shoes fill up with water

And maybe I'm too young
To keep good love from going wrong
But tonight, you're on my mind so
you never know

Broken down and hungry for your love
With no way to feed it
Where are you tonight?
Child, you know how much I need it.
Too young to hold on
And too old to just break free and run

Sometimes a man gets carried away,
When he feels like he should be having his fun
Much too blind to see the damage he's done
Sometimes a man must awake to find that, really,
He has no-one...

So I'll wait for you... And I'll burn
Will I ever see your sweet return,
Oh, will I ever learn?
Oh, Lover, you should've come over
Cause it's not too late.

Lonely is the room the bed is made
The open window lets the rain in
Burning in the corner is the only one
Who dreams he had you with him
My body turns and yearns for a sleep
That won't ever come
It's never over,
My kingdom for a kiss upon her shoulder
It's never over, all my riches for her smiles
when I slept so soft against her...
It's never over,
All my blood for the sweetness of her laughter
It's never over, she's the tear
That hangs inside my soul forever

Oh, but maybe I'm just too young to keep good love
From going wrong
Oh... lover you should've come over...

Yes, (I) feel too young to hold on
I'm much too old to break free and run
Too deaf, dumb, and blind
To see the damage I've done
Sweet lover, you should've come over
Oh, love I'm waiting for you
Lover, you should've come over
'Cause it's not too late."
Jeff Buckley - Lover, You should've come over

nota: obrigada Claire Lunar, por teres despertado a curiosidade que me levou a descobrir Jeff Buckley. Também para isto servem os blogs.

terça-feira, 5 de outubro de 2004

de que vale o tempo?

faltam 24 minutos

Em vão

É até à meia-noite que espero.
Depois vou tomar um banho quente, e vou lutar contra as insónias, os sonhos agitados, os acordares sufocados.
Lutar não rima com dormir, pois não?
Se calhar é por isso...

Defeito III

Tudo aquilo que são facilidades para a maioria das pessoas eu transformo rapidamente em dificuldades.

Simples

É tarde. Já viste como o tempo se apressa quando desejamos que ele reduza para segunda e vá em velocidade de cruzeiro?
Fiz a viagem depressa demais, como sempre. Gosto de a fazer assim, a esta hora, sem movimento, como se fosse eu a única pessoa do mundo.
E à chegada descubro que não sou.
Que não quero ser.
Que para além de mim há gente aí fora.
Que para além de ti há mundo para ser corrido.
E chego, agarro-me a coisas pequenas, sem significado, às coisas que não existem mas que eu quero desesperadamente tornar reais.
Agarro-me a conversas banais, a pequenas piadas, a brincadeiras inocentes.
Agarro-me a tudo porque não quero cair mais.
É só isso.
Tão simples, não?

segunda-feira, 4 de outubro de 2004

Jogos Infantis

como eu

Não deixa de ter piada este braço de ferro em que me especializei, e que jogo ocasionalmente com as pessoas de quem gosto.
Às vezes elas sabem, e jogam também.
Outras vezes não se sabe se sabem, o que faz com que a dificuldade aumente, porque se fica sempre na dúvida...
Estou há uns bons tempos em campo.
A disputar a última categoria, o que me parece injusto porque perdi a prática...

Já me esqueci quando foi a última vez que soube alguma coisa tua.
É o dia-a-dia que passa, os momentos adiados, as horas impróprias.
Curioso como há esta borrachinha branca e eficaz chamada tempo. Chamada distância. Chamada as duas coisas juntas, como um nome e um apelido.
Assim, os dias passam mais leves enquanto esta lembrança dorme sossegada. Mas depois, quando alguma coisa a desperta, percebo que a superfície sob a qual ela se oculta ainda é fina, e frágil, porque me estala de novo no peito...




Preto no branco.
Músicas perdidas.
Cores que se consomem nos fogos da noite.

domingo, 3 de outubro de 2004

E tu sabes...

Que também eu queria a dita força, e também eu a procuro na almofada.
Tembém eu preciso de um banho de realidade, o que quer que a realidade seja.
Tembém eu me sinto uma farsa...
Não para ti....

Por tu existires, aqui...

"...este começo. A vida partida do nada. A vida partida ao meio. O antes, O depois. Eu. E o eu leva-me às reticências. (...) Lembras-te de quando te conheci? "E o mundo anda às voltas" Eu conheci-te nesse dia. E o mundo deu ainda mais voltas, e que voltas... Quase estou tonta. Quase me inspiro na própria alma. E, em momentos, quase procuro a minha. É a tal busca... É o novo começo. Queria a dita força, que todas as noites procuro na almofada. Preciso de um banho de realidade. Sinto que sou uma farsa. A farsa. Mas não para ti, não para quem escrevo. Queria fazer das tuas as minhas palavras: "Só isso..." e "o abraço", sabes? Desculpa o teu blog por tudo que me faz ler. Pela tua vida que, às vezes, quase parece ser a minha.
Eu existo, eu existo aqui"

Fui eu que quis fazer das tuas as minhas palavras, e espero que não me leves a mal.
De mim para ti, de ti para mim, porque há coisas que, tenho a certeza, só nós sentimos, só nós sabemos assim...
Mas sabes, às vezes, quando olho para ti, sinto uma dor cá dentro e ao mesmo tempo uma paz, e sei que vêm ambas de tudo o que atravessamos, hoje e há dez (ou mais!) anos atrás, e em todos os momentos deste entretanto...
E depois a paz subsiste, eleva-se e domina, e sei que é por isso: por tu existires. Por tu existires aqui.
Por isso te dei este endereço, porque sabia que, melhor que ninguém, saberias chegar ao que sinto, por trás de cada palavra que escrevo... E por isso te peço desculpa. Gostava que encontrasses aqui um conforto, e não o espelho da tua vida...
Ainda que seja, talvez, uma covardia dizê-lo aqui, porque não sei se já te disse com todas as letras, adoro-te! Sempre. Aqui ou noutro sítio qualquer, hoje e daqui a todos os anos que estiverem para vir. Acho que às vezes guardo demais o que sinto, e deixo passar e perderem-se coisas importantes.
Não quero que aconteça contigo.

sábado, 2 de outubro de 2004

É por estas e por outras...


... que vou dormir...

Nota: imagem daqui

sexta-feira, 1 de outubro de 2004

Olhos
Urgentes
Tocaram
Um
Beijo de
Riso
Ondulante