sábado, 29 de dezembro de 2007

Se me abraçares, não partas.

"Se partires, não me abraces – a falésia que se encosta
uma vez ao ombro do mar quer ser barco para sempre
e sonha com viagens na pele salgada das ondas.

Quando me abraças, pulsa nas minhas veias a convulsão
das marés e uma canção desprende-se da espiral dos búzios;
mas o meu sorriso tem o tamanho do medo de te perder,
porque o ar que respiras junto de mim é como um vento
a corrigir a rota do navio. Se partires, não me abraces –

o teu perfume preso à minha roupa é um lento veneno
nos dias sem ninguém – longe de ti, o corpo não faz
senão enumerar as próprias feridas (como a falésia conta
as embarcações perdidas nos gritos do mar); e o rosto
espia os espelhos à espera de que a dor desapareça.

Se me abraçares, não partas."
Maria do Rosário Pedreira

porque todos mudam, até a surda muda*
mas eu não

o balanço deste ano ficará para o ano que vem

* não sei de quem é esta linda frase, mas não é minha....

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Suspenso

Quando comecei a escrever o blog nem sabia bem o que era um blog, por isso não havia propriamente um projecto para as minhas lembranças.
Aos poucos este tornou-se o espaço onde fui deixando o que li e o que ouvi, e muito do que senti.
Ninguém vinha à minha procura, por isso ninguém se sentia defraudado por não me encontrar.
E eu escrevia livremente, porque sabia que mantinha uma versão pública, e ao mesmo tempo privada dos meus livrinhos.

Claro que, em última análise, as coisas escritas só ganham forma depois de lidas, e aí residia a principal vantagem de tudo isto: o que eu escrevia era lido e eu sabia-o, só não sabia por quem.
(e "quem" não sabia quem eu era...)

À medida que o tempo passou fui partilhando este espaço com as pessoas que achei que poderiam, de alguma forma, chegar mais perto através das minhas palavras. A algumas dei deliberadamente este endereço, outras descobriram-no por acaso ou porque o procuraram. Apenas num caso não ponderei a partilha, em todos os outros resisti muitas vezes à vontade que tinha de dizer que escrevia aqui, até finalmente não conseguir resistir mais.
E comecei, lentamente, a escrever de forma diferente, às vezes quase a disfarçar o que que queria dizer no meio de metáforas e palavras vagas que só eu seria (ou não) capaz de entender. E comecei também a esperar que me viessem ler, a presença de pessoas mais próximas não é algo de que me possa simplesmente abstrair na maior parte das vezes que escrevo. Às vezes isso faz diferença, outras vezes não faz. Mas a sensação que tenho ultimamente é que cada vez faz mais diferença.

Parar o blog não foi uma decisão repentina.
Já houve outras ameaças, e esta poderá ser só mais uma.

Não sei se consigo passar sem cá vir...

Mas há muito que não sinto a mesma leveza que sentia antes, quando publicava um post. Às vezes a sensação é exactamente a oposta, porque estou a pensar em como vai ser interpretado aquilo que escrevi...
Por isso, e enquanto algumas coisas não estiverem um pouco mais claras na minha cabeça, e no meu coração, fica esta nota suspensa.

O que acontecerá depois nem eu sei.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

ponto final



encerramos para obras/demolição (ainda em ponderação)
obrigada/desculpem

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

mais pontos (de situações?)

fazer as coisas contrariada torna tudo muito mais difícil. sei disto, mas não o consigo evitar, por isso me está a custar tanto.

trabalhar em coisas sem acreditar nelas é verdadeiramente improdutivo.

continuo a não saber gerir os meus sentimentos em relação às prioridades das vidas alheias. são alheias, por isso não tenho nada a ver com isso. se é assim simples, porque não é fácil de aplicar?

às vezes gostava mesmo de ser desligada. como não sou, irrito-me comigo própria por não conseguir ser, e com os outros apenas porque são alvo da minha ligação. (como se fosse uma coisa unidireccional...) (e às vezes parece ser, de facto.)

é quinta-feira à noite (ou será sexta, já?) e eu estou com um humor digno de domingo à noite. devia (seriamente) ponderar ficar...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

...

dei por mim a pensar que talvez lembre mais o dia em que partiram do que aquele em que chegaram... e depois percebi como é irónico (ou talvez não) que a data de uma partida seja a da outra chegada, e a da outra chegada outra partida...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A melhor juventude



Ter acabado hoje o filme quase parece de propósito, mas não foi...

Passaram três anos e sinto-me, pela primeira vez, longe.
Diz-se que há coisas das quais o tempo trata, mas o tempo tem formas estranhas de nos afastar...

E dou por mim a perguntar se cheguei a ver aquilo que tinhas para mostrar. Na minha visão romântica das coisas gosto de acreditar que sim, mas as rotinas de cada dia tornam-no difícil... Mas era isso, não era? Acreditar? Sempre? Se não foi o que fizeste... era isso?

Terias orgulho em mim? Saberias compreender-me?

Duvido.
Nos dias que passam não me orgulho das minhas escolhas, e vivo, apesar disso, presa a elas.

O tempo acalmou tudo, mas as dúvidas souberam resistir-lhe... as saudades que tenho tuas, vossas, também.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Burra, eu?

Na realidade (estou sempre a escrever isto...) cheguei à conclusão que não sou uma pessoa inteligente.
Se fosse não escrevia estas coisas no blog.
Não escrevia nada neste blog.

E ter noção disso e continuar não abona muito em meu favor...

Foi você que pediu para se apaixonar?

E entramos directamente na fase ácida da coisa.

Qual é o interesse de uma pessoa se apaixonar?
Sim, a vida parece mais colorida, mais musical, mais rica, mais sei lá o quê....
E sei lá o quê porque não sei.
Porque depois isso passa e fica só um vazio que já não cabe no espaço que o vazio anterior ocupava.

Preferia andar bem e ser eu bem outra vez, é só isso.

(e negarei até ao fim dos meus dias ter escrito este post...)

Enquanto ela não chegar, pelo menos...

Este é um velho hábito, que talvez o seja porque resulta...

Agarro-me a tudo à minha volta.
Preciso de me ocupar, de procurar pessoas, muitas pessoas, de fazer jantares, de ir a ensaios e a cafés, de me distrair da minha própria vida...

would you go along with someone like me?

"if i told you things i did before
told you how i used to be
would you go along with someone like me
if you knew my story word for word
had all of my history
would you go along with someone like me

i did before and had my share
it didn't lead nowhere
i would go along with someone like you
it doesn't matter what you did
who you were hanging with
we could stick around and see this night through

and we don't care about the young folks
talkin' bout the young style
and we don't care about the old folks
talkin' 'bout the old style too
and we don't care about their own faults
talkin' 'bout our own style
all we care 'bout is talking
talking only me and you

usually when things has gone this far
people tend to disappear
no-one will surprise me unless you do

i can tell there's something goin' on
hours seems to disappear
everyone is leaving i'm still with you

it doesn't matter what we do
where we are going to
we can stick around and see this night through

and we don't care about the young folks
talkin' bout the young style
and we don't care about the old folks
talkin' 'bout the old style too
and we don't care about their own faults
talkin' 'bout our own style
all we care 'bout is talking
talking only me and you"
Peter Bjorn and John, Young Folks

A velha história das calibrações....

"De nós, é ele o mais feliz, num certo sentido; não tem nenhuma ideia preconcebida do que deseja em troca do seu amor. Amar assim, sem premeditação, eis o que todas as pessoas deviam aprender(...)"
Lawrence Durrel, Justine (página 81, Olisseia)

Acredito que este é um dos caminhos para a felicidade.
Também acredito que existem mais.....

Dos exageros...

Não espero exageros em troca (acho até que não saberia geri-los, se fosse ao contrário) (o que também explica muita coisa...).

Na realidade sei que, estando em fase, bastam pequenos feedbacks para me manter a funcionar em alta rotação.

sábado, 17 de novembro de 2007

diários (ou quase) - parte x
[ou: a personagem principal da minha vida não sou eu :b]

"A viagem aproxima-se do fim, e, ao contrário do que costuma acontecer, não tenho sentimentos definidos em relação a isso.
Se por um lado tenho medo do regresso às rotinas e ao buraco negro em que me estava a fechar aos poucos, por outro tenho alguma vontade de voltar, quase uma impaciência, como se já não houvesse mais nada para ver aqui.

Sei que isso não é verdade: havia muito mais para ver aqui.
A questão é só a do costume: o que faz toda a diferença em tudo o que faço, vejo e sinto......


E neste sítio bonito, numa realidade tão distante da que vivo no dia-a-dia, as minhas considerações são as mesmas. E talvez isso, mais do que qualquer outra coisa, esteja errado.

Devia aproveitar esta água que se atira da montanha em queda livre para me lavar, deixar que o barulho ensurdecedor que faz ao ruir nas pedras me chegue pelos ouvidos à alma, sentir o seu cheiro vazio, insípido e límpido, e conduzi-lo pelas narinas, faringe, laringe, brônquios, bronquíolos, alvéolos, gás no sangue, oxigénio novo para o meu coração cansado, que bateu até ficar com a língua de fora só para que eu pudesse chegar hoje aqui, onde estou neste preciso instante: numa ponte de metal sobre uma cascata que desagua na grande mãe. De pé, mas sempre pouco segura nas minhas próprias pernas, dentro do meu próprio corpo, apesar do aspecto robusto que passo em pose atlética, de mochila às costas e botas de montanha."

03.11.2007

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

ou será ao contrário?

estou mais crescida, mas não estou maior

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Passa ave, passa...

"The World is a bridge, pass over it, but build no houses upon it. He, who hopes for a day, may hope for eternity: but the World endures but an hour."
Attrib. to Jesus Christ

... e ensina-me a passar!
Alberto Caeiro

(duas citações num só post, que espectáculo! nada como umas férias para alguma inspiração...)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Até já?

Pensei que ia ter tempo para mais qualquer coisa, mas não, claro que não.
Acho que já tive tempo para muita coisa, não me posso queixar...


E chegou, mais uma vez a altura de um "ritual" que se repete pela terceira vez...
Vou cair em frases feitas e vou dizer que vou à minha procura.
Não pelo destino, que talvez fosse propício a essas buscas espirituais, mas porque precisaria de ir à minha procura a qualquer sítio do mundo.

Por brincadeira digo que vou estar à minha espera no aeroporto, e até me ajudo a carregar a minha própria bagagem... Quem mais?

Mas espero voltar mais eu outra vez, mais calma e, acima de tudo, com mais disposição para tudo o que neste momento a exige na minha vida.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

"Somos responsáveis por aqueles que cativamos" *

Dei por mim a pensar nisto...
Ir à procura dos outros é uma responsabilidade. Não sei se responsabilidade é a palavra mais certa, dá um ar sisudo à coisa, mas a verdade é que é, de facto, sério.

E por achar que é sério, sempre que tento encontrar alguém, fico a pensar se estou a fazer bem, porque mais tarde posso não estar à altura do que procurei, ou o outro pode não estar à altura do que eu inventei...


*Antoine de Saint-Exupéry

Não me apetece

E não me apetece da mesma forma que não me apetece acordar, trabalhar, sair, ir ao café, ver gente, nem ir a lado nenhum.........

...e não percebo bem o que se está a passar...

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O ausente

"Eis-me
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face

Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio

Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente"
Sophia de Mello Breyner Andresen, Eis-me

Nada disto são queixas ou reclamações

São constatações.

É assim a vida...

(ao que alguém diria: "mais curta que comprida!")

Admiro o Blogger...




Depois do lixo que escrevo, ele ainda me diz que o meu post foi um sucesso...

Não há ninguém que consiga contar a minha história

De repente dei por mim a questionar-me se foi isso que mudou tudo.

Ao olhar à minha volta percebo que há, de facto, algo que não bate certo.

Não há ninguém que tenha estado ao meu lado todo este tempo, mas eu também não estive ao lado de ninguém...

E sim, falta-me a "minha pessoa", mas se à minha volta as pessoas têm pessoas e eu não tenho, o problema será de quem?
Meu, com toda a certeza.

E olho para mim, olhos nos olhos que me olham no espelho, e sei que este caminho não me leva a bom porto, mas não consigo escolher outro.
Porque não quero.
Porque vai contra os meus supostos princípios.
Porque arruína a minha estúpida e incoerente coerência.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Histórias de vidas

A Firmina e a Solange eram as melhores amigas no liceu. Conheciam-se, e às respectivas famílias, passavam horas ao telefone. A Solange queria ir para África e ter um dois cavalos, e a Firmina é que acabou médica (ou talvez não...). Um dia a Solange mudou de escola. Na eminência da separação, disse à Firmina que iam deixar de ser amigas. Que era assim que as coisas se passavam, e que não havia a mínima hipótese de outro rumo para aquela amizade. Não deu oportunidade à Firmina para lhe mostrar que as coisas podiam passar-se de outra forma. Mas avisou-a.

Passados dez anos a Firmina tinha uma outra amiga, a Carlota. Eram as melhores amigas. Conheciam-se e conheciam as respectivas famílias. Falavam muito porque queriam que a outra fosse a primeira a saber da mínima coisa que tivesse acontecido nesse dia, de um beijo mal dado, ou de como o Jesualdo dizia as coisas certas, ou de como o Joaquim não estava quando era mais preciso. Um dia a Firmina teve que mudar de cidade. A Carlota não a avisou que iam deixar de ser amigas.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

verdade XVII

É tudo muito mais fácil quando não há nada a perder...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Ninguém joga este jogo

Outras coisas deviam ter mudado.

Percebi que o medo não me impede de avançar, de abrir as portas, de jogar.
Tenho medo, sim, mas quando o tipo à esquerda assume o comando, torna-se difícil controlar as coisas.
E mesmo sabendo que não pode ser assim, que as regras pelas quais se regem todas as pessoas à minha volta não permitem que se jogue desta maneira, eu avanço. E à medida que avanço tiro a camisola, esqueço a pele, e exponho-me desprotegida.

Ninguém joga este jogo.

Até hoje só conheci um jogador, e desistiu no fim da primeira parte. A maioria não dura nem cinco minutos.

Eu sei disso.

Não percebo porque não páro.
Pelo menos a tempo de um empate...

Tinta branca

Na realidade algumas coisas mudaram nestes anos todos.
Hoje há coisas que prefiro não escrever, para não ter que me lembrar delas mais tarde.

domingo, 30 de setembro de 2007

Não sei nem para um título

Este blog tem mil e duzentos posts publicados, mil duzentos e noventa e dois no total, com este mais um, a somar em qualquer dos lados.
Houve uma altura em que eu não escrevia drafts (recuso-me a dizer rascunhos, e mesmo assim acabei de o fazer), e as palavras eram soltas, fluidas, escorregadias. Quando me apercebia já tinham saído e estavam de outra cor. Nessa altura não saíam só as palavras...

Agora não consigo fazê-las sair. Nem às palavras...
Sei que algumas nascem nos lábios, outras nos olhos, outras um pouco mais fundo, mas não sei como se fazem.

Não sei bem o que procuro, mas está a chegar a altura da viagem, e quando voltar o meu calendário estará novamente a zero.
Sem desculpas de um ano civil ou lectivo, ou qualquer outro.
Este não está a ser bom, talvez consiga ainda corrigi-lo um pouco.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

verdade XVI

Há pessoas que fazem parte de nós, como impressões digitais.

Jogos

Estão escondidos?
São vocês mesmos?

não se escondam demasiado...

...tenho medo de não vos conseguir encontrar...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

tss, tss

para mais, não sobrou nem uma fotografia...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

E, com sorte, sozinhos.

Era vermelho e redondo e agora está enterrado na areia, onde desabam as ondas do mar.

Fiquei triste, sim, por mais estúpido que me pareça ficar triste por uma coisa...
Mas as coisas são as memórias e as imagens, que aos poucos vão substituindo a forma original por outra, com um sentido que ultrapassa o plano físico e começa a entrar no emocional.

Por isso gostava dele, porque foi símbolo do meu verão.
E fico mais triste porque tenho a sensação de que foram enterrados juntos.

emocionalmente burra

sinto um certo orgulho nesta minha teimosa (e idiota) forma de estar na vida


um orgulho quase tão grande como a raiva que às vezes me enche por ser assim: estupidamente vulnerável a tantas coisas que não dependem de mim

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

afinal, o que se passa?

o tempo avança depressa, e se por momentos percebi onde estava a minha paz, de repente já não sei quais os passos que calquei para lá chegar

sei onde está, visualizo-a, mas não lhe toco

e enquanto escrevo isto percebo porquê: a minha paz e o meu equilíbrio eram gastos e cansados, e quis experimentar o lado de lá, independentemente das consequências

pensando assim percebo que valeu a pena arriscar, mesmo que o resultado não seja melhor que a equação que o precedia

mesmo que agora reclame, e sofra de olhos abertos e secos

por favor, onde se desliga?

há qualquer coisa de vulgar nesta inquietação que me impede de dormir

as minhas constantes interrogações, a minha vida permanentemente ligada à electricidade da companhia alheia

estou F-A-R-T-A

e agora?

há pessoas de quem gostamos muito que têm coisas de que não gostamos nada

as dificuldades surgem quando não nos conseguimos abstrair de nenhuma das duas coisas

[vazio]

"O vazio desenhava desde sempre a forma do teu rosto
Todas as coisas serviram para nos ensinar
ardente perfeição da tua ausência"
Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, 16 de setembro de 2007

mito, com tê

"Nem por um segundo largo a mão
da perfeição do teu desenho
e do teu gesto no meu...

foi como um sopro estranho...

...aconteceu..."
Toranja, Fogo e Noite

Há memórias passadas que voltam num segundo, e é impossível saber onde estavam guardadas, ou porque quiseram sentir de novo o ar fresco da noite.

Às vezes tenho saudades dos breves instantes em que se consumiu uma história que nunca chegou a ganhar a forma que têm as coisas reais.

sábado, 15 de setembro de 2007

Burra velha...

Em parte sei de onde vem esta sensação de que o chão me está sempre a fugir, por baixo dos pés: insisto em fazer caminhos que já conheço, e onde sei que acabo atolada até às orelhas....

Nem no meio nem nos extremos. Então onde?

Quando devia ser capaz de não escrever, escrevo o que não devo.


Quando devia relaxar as defesas elas erguem-se assombrosas sobre as minhas dúvidas: calo-me.

Esta máquina já não dá para mais...

O tempo passou, e eu não aprendi a gerir muitas destas coisas das relações entre as pessoas. Páro, ouço mais do que falo, tento observar... Mas escapa-me sempre a essência da questão.

Às vezes pergunto-me se é só uma questão de química.
Ou seja: podemos achar que certas pessoas são certas e investir nelas, e mesmo assim nunca conseguir chegar lá, ou deixá-las vir até nós. Não falo de nada em particular, mas de tudo em geral.... Se a dita química falhar, o investimento, por maior que seja, poderá falhar também?

E volto às minhas velhas questões e interrogações sobre a amizade, e sobre as relações entre duas pessoas, quaisquer que elas sejam...
Aprendi a não pedir mais, mesmo desejando-o, às vezes, com todas as minhas forças.
Só não percebo porque não aprendi a conquistar a paz que devia vir no mesmo pacote.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Pequena dúvida #4

se nos lembrarmos de alguém e esse alguém não souber que nos lembrámos, valeu a pena termo-nos lembrado?

verdade XV

esqueci-me

do que me faz bem

não sei se são grandes ou pequenas, mas há coisas simples que me deixam feliz

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

um grande silêncio azul

bom...
na verdade já devo ter dito praticamente tudo aqui

acho que é por isso que às vezes a única coisa que faz sentido é o silêncio...

Bom dia!

Pela primeira vez em muito tempo (talvez um mês, mais coisa menos coisa), dormi bem, toda a noite. Claro que abri os olhos uma hora antes de o despertador tocar, mas nem isso estragou a sensação de descanso que tinha ao acordar.

Já o disse aqui, mas é por este despertar, mais do que pelo sono, que gosto de dromir...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Pontos da situação

A vida é frágil, demasiado frágil, e demasiadas vezes brincamos com ela.


Tantas vezes me lamentei aqui da falta que me faziam (fazem) pessoas, e de como é triste sucumbirmos às rotinas, deixando passar dias, semanas, meses sem um telefonema, uma mensagem, um sinal qualquer...
Aos poucos sinto-me a embrutecer, a juntar-me à manada...


Como será percebermos, um dia, que não nos resta mais do que um ano, por exemplo? Seis meses? Divido-me entre duas hipóteses, ambas carimbadas pelo desequilíbrio emocional que a integração de semelhante verdade traria: ou se metem pés e mãos ao caminho, tentando aproveitar tudo, ou se desiste, ao perceber que já não é possível, porque o mundo era tão grande que nos comeu.
De fora, parece-me impossível continuar a vida como se nada estivesse para acontecer...


Não sei se sou demasiado ambiciosa em termos pessoais ou demasiado preguiçosa em todos os outros.


O verão aproxima-se do fim e este calor mortiço mantém-se, a comer-me por dentro, deixando-me mole, de olhos baços, sem força para tudo o que me faz falta.
Ao contrário do que sempre acontece, espero agora que o inverno seja mais agradável.
Tento acreditar que as férias que faltam me vão fazer abrir os olhos de vez, e voltar ao equilíbrio que procuro desde que te fiz aparecer.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

O que aí vem há-de chegar

Não tenho muito para dizer, e isso poderá (ou não) ser um bom sinal.
Os dias são lentos, as horas passadas comigo não se apressam, nem eu com elas.
Habituo-me de forma assustadoramente rápida a este vazio de contactos, e todo e qualquer movimento de contradição cresce em esforço.

Mas sabe-me bem esta paz: não penso, não vejo, não falo, não sinto.

Armazeno energia e tenho esperança de não estar a trabalhar em sentido negativo.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

As férias devem ser assim?

Os dias passam devagar, e ao mesmo tempo depressa demais.
Acordamos quando abrimos os olhos, comemos porque o corpo o pede, amolecemos ao sol e ganhamos forma na água.
Arrastamo-nos para outros sítios por estradas poeirentas, paramos para fotografias e voamos nas músicas.

Ao fim da tarde tudo pára.

Bebe-se um copo, enrolam-se caracóis em palitos, e atira-se conversa ao ar, mas não se joga fora. Conseguimos que alguma chegue bem dentro.


Na simplicidade dos momentos partilhados reside qualquer coisa tranquila, de paz, que sem ter forma me enche por dentro...

domingo, 19 de agosto de 2007

O dia em que a noite se desprendeu do mar

A água era morna, a temperatura próxima à que se respirava cá fora, e as ondas rebentavam em dois sentidos opostos, anulando-se umas às outras.
Ao fundo, algures entre o mar e o céu, havia uma barra escura, e a noite crescia daí, em azuis, laranjas e violetas...

À esquerda havia um penhasco, e logo ao lado crescia a lua nova.

As estrelas começavam a polvilhar o céu, e eu entrei...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Ídolos?

Há pessoas para quem olhamos, definitivamente, para cima.

Hoje dei por mim a pensar que devia expressar a admiração que sinto, o quanto saio maior de algumas conversas, e como percebo que há caminhos que eu queria, para continuar a crescer, aprender a seguir.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Aproxima-se um tempo de mudanças

À medida que o tempo passa percebo que fugir não é solução.
Tenho notado no meu percurso de vida uma certa tendência para ir de encontro ao que mais me assusta. E é verdade que aos poucos os medos vão desaparecendo, diluem-se nos hábitos, dão lugar a outros.

Pela primeira vez em muito tempo achei que estava farta de preocurar sempre o que me faz mal, e fugi.
E de cada vez que dobro uma esquina percebo que os fantasma que quero evitar estão à espreita, avisando-me do perigo que corro se continuar a virar-lhes costas.

sábado, 4 de agosto de 2007

sinais

podia ter ido.

num dia lamento-me porque me faltam as pessoas, no outro desperdiço companhias raras e por isso preciosas

não sei se devo interpretar isto como mais um sinal de que algo não está a funcionar como era suposto.
não é da minha natureza ceder ao cansaço, à dor de cabeça, e às coisas que me fizeram ceder, em detrimento de bons momentos em boa companhia.

talvez seja bom não tentar interpretar nada.

não estou em paz.

amanhã é outro dia.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

ele há coisas...

já tenho os sapatos calçados e ainda não os paguei...

Falta quem me carregue as baterias

O dia esteve quente, como têm estado os dias desde que começou este verão tardio.
Para compensar um pouco, e aproveitar que há um rio à beira do qual está mais fresco, arrastei-me para fora de casa.

O caminho de regresso foi feito devagar, a ouvir a música sem a ouvir de facto, porque vinha a pensar que uma ou duas horas de contacto diário (quando o é...) com pessoas que falam, que têm vidas, que querem saber das minhas, não são suficientes.
A mim não me chegam.

E é por isso que este ano estou cansada, e preciso de sair daqui.
(e é isso que me tem feito pensar,ultimamente muito mais, se estou no caminho certo)

terça-feira, 31 de julho de 2007

O mal de não escrever logo...

Tinha muito para dizer, mas perdi as palavras no meio das horas que foram passando.

Ponto da situação

Como eu própria já referi muitas vezes, não há nada como ter a cabeça e o corpo ocupados para manter o tipo da esquerda a trabalhar só para eles. Assim não se contrai mais do que o necessário, e, como tal, não dói.

Continuo a não gostar de despedidas. Esta não tem que ser definitiva, mas encaro-a como tal. Não consigo deixar de pensar que as pessoas fazem sempre toda a diferença, e por isso, apesar de alguns momentos menos bons, sinto que tive muita sorte. Fui, como se diz às vezes, "trazida nas palminhas"... Tentei, mas há coisas que não se conseguem agradecer.

E agora que chega ao fim a primeira e a maior de quatro etapas, percebo que, apesar de tudo, preciso de parar. Apanhar um pouco de sol, relaxar, e, se possível, respirar o mar...

À falta de melhor...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

trabalhar, trabalhar, trabalhar

nada melhor para ocupar a cabecinha e manter o inquilino anestesiado

domingo, 22 de julho de 2007

A caravana passa...

...e eu continuo aqui.

Bolas!

Já não tenho idade para algumas coisas....

(e, ainda assim, pergunto-me se há idades próprias para determinadas coisas)

Verdes anos

Tenho as mãos abertas, espalmadas nas teclas.
Penso, por momentos, que assim vou conseguir escrever, mas sei que é apenas temporário.

Nos meus ouvidos ecoam os Verdes Anos em repeat mode, e eu sei que há músicas que não se devem ouvir a determinadas horas, nem em determinados dias.
Tal como não se deviam cultivar letras.

À minha frente desfilam anos. Verdes, todos eles muito verdes, e eu sempre à espera de os ver ganhar um pouco de uma outra cor. Uma qualquer, não sei qual...
À minha frente desfilam todos os amigos que fui ganhando e aos poucos perdendo. E quando os vejo pegunto-lhes onde estão, mas os meus ouvidos surdos já não percebem o que dizem as suas vozes distantes. Canso-me de tentar segui-los para onde vão.
Desfilam à minha frente os rapazes de quem gostei, um ou dois homens que amei, também eles rapazes de quem gostei.
Desfilam as pessoas que me habitam hoje, e nesta escuridão de noite avançada, em que sozinha me debruço sobre um teclado negro, afagado com carinho e com as duas mãos, pergunto-me se estarão mesmo a desfilar. Se como todas as outras pessoas vão só estar por algum tempo na frente dos meus olhos, até que o tempo, a vida, as mudanças as levem de novo, ou se é tudo uma ilusão óptica e estarão cá ainda, amanhã quando eu abrir os olhos inchados.

Queria creditar que assim como já não se fazem amigos facilmente, também já não se vão perder assim, com dois dedos de treta.
Queria acreditar que no meio desta gente toda à minha volta, que de entre estas pessoas todas que me fizeram quem sou, que fazem a minha vida completa mesmo quando me faltam em bocadinhos apertados do meu peito, não preciso de me sentir sozinha.

Mas sei cá no fundo que algumas coisas estão já resolvidas porque não têm solução.
Vários dos caminhos que percorro terminam em becos sem saída, e eu, com paciência, volto atrás, e passo novamente os pés pelas pedras só para descobrir que vão dar aos mesmíssimos sítios.
E à medida que o tempo passa tenho mais dificuldade em acreditar, mas nem por isso paro. Continuo cega neste caminho, que faço apenas com a convicção de que tem de ser feito, sem saber já para onde me dirigia quando o tomei.

Mas isso interessa? Faz algum sentido? Marca alguma diferença?
Não. No fundo não.

É tarde, amanhã vou achar que não devia ter-me dado a estes trabalhos, mas não vou apagá-los.
E volta e meia chego a dizer que não consigo não criar expectativas, que todos à minha volta são, no mínimo, tão egoístas como eu própria sou, e que certos gestos não lhes cabem nas mãos, como se calhar também não cabem nas minhas, mesmo que olhando para elas as ache grandes.
Eu, que não desenho os gestos para isso, sinto um certo calor na alma quando alguém os reconhece e sabe quem são.
Mas as mãos são, às vezes, demasiado grandes.
Há quem as perceba assim, mas também essas noções são temporárias.
A partir de certa altura o que tinha graça por ser grande, diferente, torna-se cansativo e rotineiro como tudo o resto, e já ninguém lhe vai dar valor.
E tenho pena. Porque sei que em parte é isso que torna verdes os meus anos.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Nota 1/2

Às vezes engano-me e acho que os outros vão fazer aquilo que eu faria.
Porque haviam de o fazer? São os outros, não sou eu....
Ainda assim há pequenas coisas que ferem.
Não é muito, é só ligeiramente...
Se calhar um pouco como quem se corta com uma folha de papel.
Dói na altura, é irritante porque é estúpido, mas passa depressa.

As outras pessoas não têm obrigação de corresponder às expectativas que eu criei para elas, certo?...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Ah! E já me esquecia....

Quem tudo quer, tudo perde.

(quem sabe, hoje chove outra vez....)

terça-feira, 17 de julho de 2007

Não só pelos outros, também por mim

Houve uma altura em que as palavras eram gravadas em preto e laranja num fundo verde.
Nessa altura era um pouco como deixar o vento encarregar-se de as espalhar, de as separar, de as fazer perder-se, e com elas as mensagens tristes, monótonas e repetitivas que tentavam passar. Aos poucos o fundo tornou-se cada vez mais azul céu, perdeu-se o laranja pôr-do-sol, e o vento soprou cada vez mais fraquinho. No máximo conseguia difundir um pouco essas palavras, com tudo o que isso traz de bom, porque liberta, e de mau, porque pesa nos que as ouvem.

Hoje divido-me entre a vontade de me perder nas letras, abandonar-lhes este vazio pesado que dói, e a consciência de que não serão só palavras ao vento....

Queria escrever tudo menos o que posso, ou devo, escrever.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

As horas a que o Blogger devia fechar

Amanhã tudo isto me vai parecer apenas tempo desperdiçado.
Hoje há um certo gozo masoquista (redundância?) em explorar a fundo os buracos negros que me esvaziam a alma.

Achei que pertencia aqui, um dia...

As palavras esgotaram-se, perdidas entre as irregularidades desta estrada que percorro já quase sem abrir os olhos, só virada para dentro.
Não choveu, mas não tive estrelas a guiar-me, e ao chegar a casa estava quente, como que à minha espera.
Atiro as coisas para os cantos provisórios em que moram, um pouco como eu, e abro estas janelas fechadas, que às vezes só servem para me engolir inteira.
Adio o início da semana como se isso a fizesse desaparecer, mas sei que só me estou a enganar. Então abro o peito para o que me espera e fecho os olhos com força, à espera do choque frontal.

Alguma vez vou encarar alguma coisa na minha vida como definitiva?
Alguma vez vou sentir que pertenço realmente a algum sítio?
Alguma vez vou sentir que pertenço realmente a alguém?

No pasa nada...

domingo, 15 de julho de 2007

Saldo positivo

De tanto me fazerem boa pessoa, talvez um dia eu acabe mesmo por me transformar numa.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Uns do tamanho dos outros

Foi então que se virou e disse, a sorrir um sorriso grande: "O que é bom nisto tudo é que ninguém tenta ser mais. Tentamos, isso sim, que os outros, os nossos outros, sejam mais. E com isso tornamo-nos maiores."

segunda-feira, 9 de julho de 2007

As chuvas vieram

Difícil que tivesse acontecido numa altura menos própria.
De certa forma estava à espera há já algum tempo, mas não pude nem sequer aproveitar para lavar a alma.....

E eu, que não tenho problemas, espalho-me ao comprido no chão.
E tenho dificuldade em levantar-me.

Conheço pessoas que têm problemas.
Problemas a sério, e não estes dramas caseiros que eu adoro representar para mim própria.
Essas pessoas têm problemas, mas nem por isso deixaram de rir, de cumprir os seus deveres, de ser inteiras mesmo que por dentro se sintam aos pedacinhos.

sábado, 7 de julho de 2007

if the devil is six, then god is seven?*

sábado, o sétimo dia
dia sete
mês sete
ano sete

desta vez não consegui manter-me acordada até às sete horas, sete minutos e sete segundos...

*pixies

DNA
(ou então: e se eu fosse dromir?)

fraquezas

não consigo deixar de achar curioso: o que a seduz nos outros é exactamente o que a mim me assusta...

Fast Car*

Poucas coisas me sabem tão bem como ir ao lado de algumas pessoas, depressa, a música aos berros a devorar o silêncio e a estrada...

Ter quase a sensação de não ir a lado nenhum, de não ter que chegar nunca mais....

*Tracy Chapman

Para que raio escrevo eu aqui???

Houve uma altura em que me parecia legítimo explicar tudo o que não era capaz de dizer ou fazer, e tudo o que, fazendo, não resultava propriamente de acordo com as minhas intenções, numa folha de papel, cheiinha a abarrotar de palavras azuis.

Hoje percebo que isso não faz sentido, já.
As coisas que não se fizeram ou que não se disseram e que tinham que ter sido ditas e feitas não cabem em cartas, tal como não cabem todos os nossos actos falhados.

Crescemos (crescemos?), assumimos os nossos erros, e se quisermos falar deles e retractar-nos devemos agir e falar, e não esconder-nos em letras.

Tropeçar

Percebi, ali sentada, que há coisas que não vão nunca ser diferentes.
Às vezes engano-me e penso que sim, mas aos poucos vou distinguindo que não adianta procurar outro caminho: os meus pés só conhecem as pedras desta estrada.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Continuo às voltas

Ultimamente sinto-me a escolher, de entre o que não me apetece fazer, aquilo que me parece menos penoso.
Sei que está a escapar ao entendimento das pessoas este meu comportamento.
Sei que, quando emergir, vou ter pena de não ter aproveitado outras coisas, outras pessoas, outras andanças.
Mas é sempre assim, faz parte do ciclo...

E sim, a falta de inspiração que aqui se lê também faz parte dessas voltas, quais quer que elas sejam.

Ou então era só mesmo a ressaca

Percebi que há vários indícios de ausência de normalidade.
Sempre fui mais feliz no verão, sozinha ou acompanhada.
Este verão, chuvoso e menos quente que os últimos está a parecer-me estranho.
E ontem, quando recusei um convite para ir à praia, percebi que não estou, de facto, em mim.

Countdown

Quando a máquina começa a mexer, sinto os sistemas de protecção começar a activar.
Brevemente atingem o nível máximo.

Começa então o processo de afastamento.

Não sei porque me lamento, não são os outros que me deixam: eu é que os deixo a eles.

(e como este há este e este)

insónia

"...poderá, portanto, dormir um pouco mais. Isto é o que costumam dizer o insones que não pregaram olho em toda a noite, mas que, pobres deles, julgam ser capazes de iludir o sono só porque lhe pedem um pouco mais, apenas um pouco mais, eles a quem nem um minuto de repouso lhes havia sido concedido."
José Saramago, As Intermintências da Morte (pag 187, Caminho)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

como se fazem as pazes com o rock
(ou obrigada m.)



que me sirva de lição, para perceber que não posso continuar a render-me só ao que é imediato e fácil...

(talvez por isso não possa deixar de agradecer a quem me ajudou a pôr outra vez os pés neste caminho)

terça-feira, 3 de julho de 2007

o nada

queria
quero escrever

o tempo que se adia permanentemente a ele próprio nos pequenos gestos do dia-a-dia que não sabemos como concretizar fora da rotina

queria
quero uma vida

(bom, na realidade já tenho uma, só não sei é se estou a fazer dela o que devia)

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Viajar, viajar, viajar...

Tenho conhecido cidades e acumulado na alma o peso da vontade de regressar, para ficar dias, semanas, meses...
Vivê-las até ao tutano e só depois voltar a partir.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

frase(s) feita(s) da noite

nem sempre temos aquilo que mais gostamos
nem sempre encontramos aquilo que procuramos

Landing

O avião iniciou a descida e ao mesmo tempo sinto a caneta falhar.
Espero que dure o suficiente para poder escrever que também eu tento aterrar, tenho coisas para fazer, tarefas a cumprir.

24.06.2007

Protesto contra o Blogger em Português

eu não publico "mensagens": publico posts.



rais'coma!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Sou capaz do amor incondicional?

Sou.

E se acho que não devia ser incondicional faço só de conta que não é.
Escondo-o, modifico-o, espalmo-o com as mãos abertas, pesadas, como quem molda uma peça de barro antes de a meter no forno.

E sim, é bem possível que acabe por estalar, se não tiver sido bem trabalhado...

(mas o que raio é o amor incondicional???)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Seja como for, há assuntos que é melhor não explorar

Seguindo a mesma linha, quando há erros, não são os dos outros que eu não perdoo: são os meus.

E também isso leva às distâncias.

domingo, 17 de junho de 2007

Não há mal, foi só uma jarra.

Às vezes dou por mim a olhar para a frente com medo, mas percebo porque acontece: não confio em mim.

E tudo o que se estragar estragar-se-á por causa disso.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Não era suposto ser ao contrário?

Não percebo porque a vida se torna cada vez mais difícil à medida que aprendemos mais com ela.

s.o.s.



Tenho um amigo que acha que devíamos começar a vida ao contrário: nascíamos velhinhos, com dificuldades e poucas capacidades e íamos melhorando a passos largos, com a vantagem de acabarmos sem sofrimento e sem conhecimento, num lugar quentinho, calmo, em paz...

Eu acho que concordo com ele.

O tipo que inventou isto não pensou bem nas coisas.
Ou será que temos mesmo que pagar os pecados todos do mundo?...

É muito difícil suportar o sofrimento das pessoas de quem gostamos.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

porque sim

"Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica..."
Vinicius de Moraes, Soneto do amigo

terça-feira, 12 de junho de 2007

Também para aqui me arrastei, que não me apetecia escrever.

Eu própria estou farta da minha conversa dos últimos tempos.
E nem é só da conversa: estou farta desta pessoa que não tem vontade de nada, que se arrasta para trabalhar, para escrever, para sair, para cantar e dançar, para estudar..........
Sinto a vida à minha frente, a levar-me por uma corda, quase (quase!) contra a minha vontade...

Xiça!


(é tempo de acordar....)

Apetecia-me queixar-me, mas vou evitar fazê-lo

Arrastar-me pelo dia, lutar contra o sono, contra as dormências, contra as ausências.
Arregaçar as mangas e dar início ao trabalho: se quero uma mudança tenho de ser eu a iniciá-la.
Adormecer em cima dos cotovelos em cima da mudança.
Arrastar-me pelas obrigações cívicas.
Não ver o Lost para continuar a trabalhar na mudança...
(melhor, assim rende mais!)

Tanto tempo?

Enquanto trocava o saco do aspirador, percebi que durou mais ou menos um quarto do tempo que é suposto aqui ficar.
Talvez um bocadinho mais....

Será que volto a comprar sacos de aspirador aqui?


(e isto leva-me ao que é, ao mesmo tempo, reconfortante e assustador...)

domingo, 10 de junho de 2007

Custa é esperar...

Algumas pessoas, vindo aqui, talvez fiquem um pouco tristes com a minha conversa dos últimos tempos.

Preferia, sinceramente, que não fosse assim, e talvez não seja um consolo, mas acho que não é pior graças a vocês.

Tudo isto são fases, tudo passa e tudo volta.

Sinto-me atrasada em relação à vida

Parece-me que ando a marcar passo, a empatar tempo para chegar onde quero...
Mas como estou a percorrer um caminho de horas, dias e anos, não os posso saltar, passar à frente, escolher simplesmente o fast forward...

terça-feira, 5 de junho de 2007

Les Poupées Russes


(roubada descaradamente à Joana)

Para achar a última é preciso abrir a primeira....

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Meio vazio/meio cheio

A minha vida processa-se em ciclos, nos quais fases melhores alternam com fases piores, que por sua vez alternam com fases melhores, e assim sucessivamente.
Suponho que não seja só a minha vida...

Desde Janeiro começou mais uma fase descendente, depois de um ano mais ou menos calmo.

Hoje, dentro do carro, a música aos berros teve pela primeira vez um efeito diferente. Senti uma certa paz, e pensei que enquanto os tiver por perto, e puder ir beber uma geladinha com tremoços e deitar conversa fora (porque nos sobra), está tudo bem.
E quase (quase...) não preciso de mais nada.

Preciso de manter os olhos bem abertos para conseguir ver sempre o copo meio cheio.

domingo, 3 de junho de 2007

Dos defeitos não tão pequenos assim

Há pessoas um pouco cansativas.
Consigo perceber porque sou uma delas.
Não consigo perceber porque não consigo mudar-me em tudo o que me fazia falta...

Discos pedidos...

"I wish I was a fisherman
tumbling on the seas
far away from dry land
and its bitter memories
casting out my sweet line
with abandonment and love
no ceiling bearing down on me
save the starry sky above
with Light in my head
and you in my arms

I wish I was the brakeman
on a hurtling, fevered train
crashing headlong into the heartland
like a cannon in the rain
with the beating of the sleepers
and the burning of the coal
counting the towns flashing by
in a night that's full of soul
with Light in my head
and you in my arms

I know I will be loosened
from the bonds that hold me fast
that the chains all hung around me
will fall away at last
and on that fine and fateful day
I will take me in my hands
I will ride on the train
I will be the fisherman
with Light in my head
and you in my arms"
Waterboys, Fisherman's Blues

Se me cantassem isto ao ouvido eu nem precisava de ter sono para dormir melhor....

quinta-feira, 31 de maio de 2007

E a sexta-feira é o dia mais alegre de toda a semana

Hoje é quarta.
Amanhã é quinta.
Depois de amanhã é sexta.

Na verdade, hoje é quase quinta, o que faz com que amanhã seja quase sexta.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Das distâncias #2

Há alturas em que dava tudo para poder esticar o braço e tocar algumas pessoas, para estar um pouco mais perto... mais à mão... para tudo e para nada.

(não é para isso que serve quem realmente importa?)

"Tive que vir para saber que não posso ficar...."

Em conversa com alguém que se encontra exactamente na mesma situação que eu soube, há dois dias, que a opinião era também a mesma...

Não deixa de ser curioso como nos sentimos mais seguros das nossas coisas quando são partilhadas...

Provavelmente

Aqui há dias pensei, pela primeira vez, que isto tudo poderá fazer algum sentido.

Houve uma altura em que tive que ir.
Sabia que o tempo aqui estava esgotado, e que a mudança era a única porta a abrir para que o futuro entrasse. Apesar disso, quando vi concretizada a minha partida, agarrei-me com todas as forças ao que gritava cada bocadinho de mim, despedaçada, porque ir embora era uma dor bruta, constante e pesada, que me esmagava o peito, que me sugava o pouco ar que conseguia respirar...
Não queria ir, mas sabia que era preciso: a eterna divisão...

Fui.

Metade do tempo que lá passei estive a sufocar, a afogar-me em mim própria, nas minhas memórias, na falta que tudo e todos faziam no meu dia-a-dia.
A outra metade foi passada a abrir os olhos e o coração, a pacificar, a acalmar.
A aprender pessoas novas e coisas velhas, tudo como bálsamos.

Para onde me virar, então, quando chegou a hora de decidir?
Não tive escolha possível, tive que voltar, e não me custou.

E hoje penso que tive que voltar só para perceber que talvez seja verdade: não acho que pertença aqui.

E quero ir, de novo, para onde não queria estar.

É minha vontade? É.
Quando lá chegar, vou achar que estava bem aqui?

terça-feira, 29 de maio de 2007

Eu não sinto

Enquanto escrevo isto penso que nem pensando em ti consigo chorar, já.
É normal, o tempo suaviza tudo, e essa ferida está menos aberta.

Se lesses isto talvez percebesses que todos atrofiamos, uns mais do que os outros.
E que todos temos um lado bom e um lado mau, que somos todos egoístas e mesquinhos de vez em quando, e que, ainda assim, podemos ser boas pessoas.
Que mesmo com os anos a passar, alguns de nós terão sempre atitudes catalogadas pelos outros como infantis e imaturas.
Que todos sofremos com a falta de alguém, que sentimos ciúmes mesmo quando estamos seguros, que duvidamos, e que perdemos, às vezes, a fé nos outros ou, mais grave, em nós próprios.
Ias perceber que ninguém sabe viver, apenas há pessoas que fingem melhor.

Talvez já soubesses tudo isto, ou se calhar não.
Sei que não te faria sentir melhor.
A mim não faz....
Sentir-te-ias menos sozinha?
Não sei...

Acontece-me às vezes, sonhar contigo

E, no sonho, vendo-te e ouvindo-te, não consigo acreditar que seja verdade.
Mesmo a sonhar há qualquer coisa que me impede de viver esse breve instante de proximidade como real.
No entanto, lembro-me perfeitamente de sentir um estilhaço no peito quando ouvi a tua voz.
A tua voz.....

Meu deus, como tenho saudades tuas.....

Não deixa de ser curioso que me tenhas aparecido exactamente quando senti que precisava de me libertar destas toxinas emocionais que me devoram por dentro, porque foi desde que foste embora que deixei de conseguir chorar.
Quando acordei estava já atrasada.
Apetecia-me continuar a dormir, para fazer de conta que estava contigo um pouco mais, mas havia o comboio...
Enquanto procurava alguma coisa para vestir encontrei uma das tuas t-shirts, vesti-a e, de vez em quando, ao longo do dia, passava a mão pelo tecido já gasto, como se te pudesse abraçar...

domingo, 27 de maio de 2007

Aos poucos vou percebendo porque insisto?

Depois de realizada a escolha, o desenrolar do tempo, como um novelo, mostra-me que estava certa, e que o investimento gigantesco que fiz para ir valeu a pena.
Não sei até que ponto isto é produtivo, porque sei que para a próxima vou sentir a mesmíssima dificuldade em dar o passo. Mesmo sabendo que o estar, depois, é fácil, e é bom.

Desliguei de tudo.
Isso é reconfortante e assustador ao mesmo tempo.

Reconfortante porque o permanecer ligada não cria nada de novo ou positivo.
Para que hei-de ausentar os olhos e o coração do meu corpo, se isso só traz dor?
É bom que fiquem juntos: já se conhecem.
Não se estranham...

Assustador porque me lembra o velho ditado que diz longe da vista...
E assim parece, quase, que nada importa e que tudo e todos são substituíveis.
Não somos todos?

Não sei porque insisto em tentar acreditar que não.
Sublinho o tentar, porque me agarro com todas as forças à ideia de que não somos, mas nem sempre consigo ter a certeza disso....

sábado, 26 de maio de 2007

O problema é que às vezes é mesmo preciso...

Mas depois é nisso que penso, em tudo o que tenho.
E penso que sou estúpida por achar que preciso de chorar quando tenho sorte.

Tanta sorte...

Lentamente

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não
ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem
não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do
hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não
conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o
negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um
redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos
olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um
sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da
sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de
iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não
responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Morre lentamente..."
Pablo Neruda, Morre Lentamente


Às vezes é assim que me sinto: a morrer lentamente.
Mais triste do que não ter amigos, do que não ter companhia, do que não ler, ver e ouvir, é achar que nada disto é suficiente, é não ser capaz de ser feliz assim, é o medo, o eterno medo da solidão.
(Ou será já ela própria?)

Não há muito tempo perguntaram-me se eu era feliz e eu respondi que não era infeliz.
Foi uma boa forma de escapar à pergunta. Ou talvez não.
O não ser infeliz é quase ser feliz. Nestes últimos tempos a balança inclina-se perigosamente para o outro lado e eu vou ter que conseguir equilibrar tudo: os pratos, os pesos, a tristeza e os risos, o que foi bom e o que é mau.

Seria mais fácil se conseguisse simplesmente chorar...

A noite, sempre a noite...

O tempo está esquisito, não chove nem deixa de chover, o céu não está negro nem cinzento, não se vêem estrelas nem lua, nem nada que valha a pena, na realidade...

Vinha para casa, a música no rádio, a minha cabeça feita claras em castelo a desabar, e a dada altura vacilei. Não virei na rua certa e fiz de conta que voltava, que não era aqui que ficava, que não era aqui que estava...

Às vezes não sei para quem ando a fingir.
Talvez o mais grave seja eu saber, no fundo, que é para mim própria, não acredito que engane mais ninguém.

Sei o que devia fazer, mas não quero fazê-lo.
Sei onde devia estar, mas não quero estar.
Sei tanta coisa que não serve para nada, porque ando a fazer de conta que o caminho está seguro à minha frente, e não o tenho conseguido ver.
Na pressa de acertar o passo tropeço nos meus próprios pés, e ando cambaleante só para não cair.

Se calhar mais valia o contacto bruto com o chão, em vez desta moinha que se repete desde que adormeço até que acordo, e desde que acordo até que volto a adormecer, e que parece não querer deixar-me respirar em paz.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

La Môme



Não tive oportunidade para trocar impressões sobre isto, mas achei que algumas coisas são um pouco confusas, muitas pessoas que aparecem sem saber de onde e uma cronologia nem sempre fácil de seguir.
Apesar disso, se não conhecia muito de Edith Piaf, depois de ver o filme fiquei com vontade de conhecer.

Que vida.......

quinta-feira, 24 de maio de 2007

O meu combustível são as pessoas

Eu, que escolhi estar mais longe delas...
Eu, que passo a maior parte do dia sozinha...

Eu movo-me a gente.

(ouviram?!)

quarta-feira, 23 de maio de 2007

O diabo...

Curiosamente, seis meses depois, continuo a perguntar-me, sempre, sem excepções, porque continuo a obrigar-me a ir.
Às vezes, quando saio, percebo porquê.

Para compensar tudo o resto, hoje foi um desses dias.

terça-feira, 22 de maio de 2007

O melhor para o fim...

Há pessoas que me enchem de um carinho, de uma ternura inexplicáveis, de um amor sem limites...
E é um sentimento bom, seguro, pleno, que não precisa de correspondências a determinados níveis, nem de justificações.
Existe e pronto.

Tem de ser já...

A noite foi curta, e quando o despertador tocou o meu corpo emitiu sinais de alerta: é verdade que há dias em que devíamos ficar simplesmente a dormir, como se não houvesse vida além dos sonhos...
A custo saí do conforto em que estava, fui tomar banho e tomei o pequeno almoço, e acho que não devo ter aberto os olhos em nenhum momento.
Ao chegar à oficina percebi que não me apetecia estar ali, que preciso definitivamente de uma mudança, apesar de todas as coisas boas a que tenho direito por ser funcionária da empresa.
A manhã arrastou-se pesadíssima, e esperei ansiosa pela hora de almoço para poder voltar a casa, e ser reanimada por um café forte.
Mas a verdade é que não adiantou muito: arrastei-me novamente pela tarde fora.
No finzinho, mesmo, fui chamada pelos chefes: um bónus maior do que esperava pelos meus serviços e algumas mudanças anunciadas.
Fiquei contente, mas, tal como o café, não conseguiu reanimar-me...

Preciso, definitivamente, de uma mudança em vários sectores da minha vida.
Se fosse só um de cada vez seria, provavelmente, mais fácil, mas muitas coisas ao mesmo tempo sempre me baralharam.
Então respiro fundo e penso que tenho que encontrar a força que me está a escapar pelos pés de cada vez que vou correr.

E sei que a vou encontrar, e como sei disso o tempo custa mais a passar, porque era preciso que fosse já...

Não estou habituada a isto: tenho, ultimamente, dificuldade em pôr em prática as minhas tretas...

Baralhada?
Ligeiramente...

"a warning sign
i missed the good part then i realized
that i started looking and the bubble burst
i started looking for excuses

come on in
i've gotta tell you what a state i'm in
i've gotta tell you in my loudest tones
that i started looking for a warning sign

when the truth is
i miss you
yeah the truth is
that i miss you so

a warning sign
you came back to haunt me and i realized
that you were an island and i passed you by
when you were an island to discover

come on in
i've gotta tell you what a state i'm in
i've gotta tell you in my loudest tones
that i started looking for a warning sign

when the truth is
i miss you
yeah the truth is
that i miss you so

and i'm tired
i should not have let you go, oh

so i crawl back into your open arms
yes i crawl back into your open arms
and i crawl back into your open arms
yes i crawl back into your open arms"
coldplay, warning sign


Não sei o que tinha para dizer.
Sei que voltei a ter vontade de ouvir esta música em repeat mode, e as fases coldplay não costumam ser propriamente as melhores...

Também sei que sempre que tenho estas ressacas me lembro mais de ti.

E não era suposto...

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Amanhã, talvez...

E hoje sim, tenho novidades que não são novas.
Coisas para as quais olhei apenas de forma diferente.
Mas pesam-me os olhos, e o corpo pede descanso...

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Novidades???

Continuo com apetite, vi mais um episódio do Lost.

Fui correr.
Passei quase doze horas do meu dia contigo.

Pergunto-me para quê...

Dou por mim novamente à espera do golpe de misericórdia, e não faço a mais pequena ideia de onde irá cair desta vez.

terça-feira, 15 de maio de 2007

E novidades?

Troquei o blog pelo Lost: viciadíssima outra vez.
A preguiça domina em todos os campos: abandonei a corrida.
Acabou-se a falta de apetite e a capacidade para controlar o que sobrou: imparável a caminho dos 70? (deus ma libre...)

À medida que o tempo passou, a vontade de estar contigo foi caindo.
Se pensar nisso, não foi assim tanto tempo: ainda nem sequer passaram dois meses.
A mim tem-me parecido uma eternidade: os dias mais compridos do último ano.....

domingo, 13 de maio de 2007

Ah...

... e além disso, assim não me dói o domingo.

Não vale a pena afogar-me sozinha

E agora, que aqui fiquei, percebo que me soube bem.
Outras pessoas, outras conversas, outros dias e outras noites.
Quase como se fosse um sítio diferente daquele em que me tenho afundado nos últimos tempos...

Está na hora de olhar à volta, para cima e para baixo, perceber onde está a superfície e nadar para lá.

À procura de quê?


(daqui)

Parecemos cavalos cansados, em busca da própria sombra, e caramba! é tão raro cruzarmo-nos com ela...

quarta-feira, 9 de maio de 2007

O mais depressa possível, por favor

Já quase nem me lembro da vida antes de cá estar.
Habituei-me depressa às viagens, às noites cheias e aos dias largos, às pessoas que me faziam já falta, à cidade, à minha casa... A tudo, posso dizer.

E agora, que passou mais de um ano, sinto uma coisa que ainda não tinha experimentado em todo este tempo: sinto-me sozinha.

Vejo gente, procuro contrariar a falta de apetite para (quase) tudo e forço-me a ir, a ir sempre...

Já não sei estar assim, só quero que isto passe...

terça-feira, 8 de maio de 2007

on/off

Não sou, de certeza, a única pessoa do mundo a achar-se diferente de todas as outras.
E, apesar de saber isso, quanto mais o tempo passa mais eu me acho, de facto, diferente.

É quase como se me tivessem instalado uma célula fotoeléctrica que reage à presença alheia. Estou sempre atenta, sempre ligada, sempre alerta.
E ainda não descobri se é melhor ser ou deixar de ser assim.

O meu lado romântico (e nunca pensei admitir, sequer, ter um...) acha bonito este amor pelos outros, assim mesmo, exagerado, sem limites.
O meu instinto de sobrevivência diz-me que é ridícula uma pessoa que está sempre ligada às outras, que as respira, que as toca, que vive delas, com elas, para elas.

Sem os outros nada do que sou faz sentido, e às vezes sinto-me uma construção suspensa no vazio, sem alicerces que me suportem.

E a verdade é que gostava de ter um pouco de paz, de poder carregar no botão onde se desliga a tal célula, nem que fosse por uns minutinhos....

Até porque acabo sempre por concluir que não há correspondência ou valorização possível para esta estúpida maneira de estar e de ser.
Se ninguém está a aproveitá-la, esta luz toda é um desperdício de energia...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Porque nunca chega o que temos....

É característica, esta vontade de estar sempre como e onde não estou...
Agora, que passei a fronteira, dou por mim a desejar com todas as minhas forças voltar à segurança morninha em que estava antes destes passos...

Não estou arrependida, o que se passou devia ter-se passado, para evitar os famosos "ses".
Eu é que tinha que ter sabido educar melhor o monstro que alimentei...

domingo, 6 de maio de 2007

Pequena dúvida #3

Quando começamos a ter medo que acabe, é sinal que já acabou?

"Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Escribir, por ejemplo: "La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos".
El viento de la noche gira en el cielo y canta.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces, ella también me quiso.
En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Como no haber amado sus grandes ojos fijos.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido
Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.
Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo
La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.
Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
mi alma no se contenta de haberla perdido.
Aunque ésta sea el último dolor que ella me causa,
y éstos los últimos versos que yo le escribo."
Pablo Neruda, Puedo Escribir Los Versos Más Tristes Esta Noche

memória

e agora fecho de novo os olhos...
queria esquecer-me do cheiro entranhado na pele, da pele entranhada no corpo, do corpo entranhado em mim.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

eu e a minha grande treta

digo que tudo está bem se me parece bem
encaro com calma as tempestades à minha volta e elas passam
aceito o que o destino me traz sem reclamar
gosto das pessoas que chegam e sofro quando as vejo partir, mas tento não o mostrar (que estupidez....)
se não posso mudar o que não me agrada, não penso mais nisso
se tenho dois caminhos e só posso escolher um, então vou sem olhar para trás
e se tiver que escolher entre o fazer e o não fazer, escolho não ficar a pensar em como poderia ter sido

estou pronta para escrever um livro de auto-ajuda, e devo ser a minha primeira leitora
(o que quer que isso signifique)

domingo, 29 de abril de 2007

esquissos

o meu coração é um livro velho
nas páginas amarrotadas escreve-se a tinta permanente
um caminho cheio, feito de pedras desalinhadas
onde caminham pessoas, muitas pessoas, gente
um caminho feito tantos destinos, tanta música sumarenta
um caminho que se ri risos vibrantes, jovens, coloridos

o meu coração é um mapa de papel vegetal
em cada estrada esboçam-se escolhas, e os dedos percorrem cada uma delas
devagar, como se fossem pele, quilómetros de ti para navegar

o meu coração é um banco de jardim
uma flor, relva e plátanos
tu chegas, sentas-te, encostas-te
abres o livro que trazes para ler
e é um livro velho, de páginas amarrotadas
onde desenhas mapas que te perdem de mim

em carne viva

há pessoas que se tatuam em nós, que nos marcam a pele e os músculo por baixo

no momento em que nos deixam, o barulho da carne a rasgar-se do osso materializa-se dor crua, fria, insuportável

c'est la vie...

À medida que o tempo passa noto uma dificuldade cada vez maior no regresso.
A tudo.
E não quero explorar este sentimento, continuo na ilusão de que as coisas se tornam mais reais depois de escritas...



De qualquer forma não há nada a fazer, é tal e qual como se descreve na imagem...

A caminho....

"Quando olho para a frente assusto-me.
Penso no que vivi, no que ouvi, no que senti, no que aprendi e no que sei, e percebo que os passos que me esperam são bem maiores do que as minhas pernas...
Falta-me ainda o mundo...
Inteiro."

25.04.2007

...e é uma vida boa...



se fechar os olhos consigo esquecer-me de quanto tempo passou e julgo que estive longe, muito longe uma vida inteira...

sábado, 21 de abril de 2007

Até já.

O saco está pronto, as sandes feitas, os mapas à mão e o carro preparado.
Tenho vontade de ir. Muita.
Por mim e por elas.

E se quero deixar-te para trás, ao mesmo tempo não quero, acho que ainda é cedo...
Mas não é.

E eu não tinha saudades desta luta interior.... Nenhumas.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

O tempo passa e eu escrevo novelas

De forma egoísta penso que estive.
Ri e tentei fazer rir, falei a sério quando foi preciso.
Ouvi muito.
Brinquei.

Toquei, mas não te consegui tocar.

Também de forma egoísta penso que podias ter sido feliz com isto, se tivesses tentado...
(e eu?)

sábado, 14 de abril de 2007

[suspiro] (mas devia gritar)

Não sei quem terá dito um dia que "no meio é que está a virtude".

É mentira.
É uma grande mentira.

Pior do que o amor e o ódio, do que o gelo e o fogo, do que as lágrimas de tristeza e de alegria, são a indiferença, o morno, a incapacidade de chorar...

Pequenas coisas que me confortam

Sobre o silêncio...

Falta o quase?

Tenho dificuldade em aceitar que se desperdice, assim, a vida que me enchia o peito.
Por incapacidade de sofrer, a alma materializa-se e tenta expulsar-te com uma tosse irritativa e irritante.
Quase, quase seca.....

Apneia

Esta é a hora vazia, em que tudo o que me cerca se reveste de todos os significados possíveis ao mesmo tempo.
Queria, agora mesmo, estar em todos os lugares onde não consegui estar mesmo estando.
Queria tocar as pessoas que deixei passar ao meu lado sem um gesto de fazes-me falta.

Queria não ter este coração velho do qual nem dona sou, é ele quem me possui inteira, quem me encerra lá dentro, quem me sufoca, quem me tira o ar que talvez não precise sequer de respirar.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Turn around...

Fui eu que quis, que procurei, que descobri o que já nem sequer julgava possível...

Agora nada é concreto, mas para mim começa a definir-se cada vez mais, e volta a sensação de desperdício.

Porque este novo fôlego, este ar que respirei e que tanto me custou juntar dentro dos pulmões, será expirado lentamente para o vazio onde tu estás de costas.
E por mais que estenda a mão e tente chegar com a ponta dos meus dedos esticados aos teus ombros seguros à minha frente, eles estão, estarão sempre a uns milímetros mais de distância.

terça-feira, 10 de abril de 2007

E se nunca mais.......

Mais uma vez às voltas com as palavras, que não chegam para o que eu sinto...

Não estar, não ver, não ouvir, não tocar... custa.
Primeiro porque mesmo perto não posso, depois porque quando não estou perto queria estar.
O tempo passa devagarinho, e se não te vir, se não souber nada teu, se não te ouvir, se não te sentir perto, começa então a desaparecer a urgência com que necessito de tudo isto. Os sentimentos suavizam-se, tornam-se quase amenos, como se fossem desaparecer a qualquer momento, e é fácil estar longe.
Muito mais fácil do que estar perto.

terça-feira, 3 de abril de 2007

a conjugação do verbo desperdiçar começa a ser a minha especialidade

e o desperdício não é a dor, nem a falta de letras

(é o que eu disse)

desperdícios #12

não há letras suficientes para escrever a dor de gostar de ti

(pronto, disse-o)

masoquismo

novela e Maria Bethania em repeat mode

Negativo

Começou a Primavera mas a chuva continua a cair e está um frio de neve.

À minha volta tudo se reveste de significados estranhos, como se de repente as cores se invertessem e apenas o cinzento continuasse cinzento.

O que foi bom não deixou de o ser, mas começa agora a adquirir formatos distintos daqueles que teve no início, e eu começo a não saber como gerir isto que fiz questão de criar.


Aos poucos o tempo vai-se fechando sobre nós, entre nós.

domingo, 1 de abril de 2007

toneladas

quando não cabe dentro do coração, a alma devia fazer dieta

quinta-feira, 29 de março de 2007

Porque gritam todos aquilo que eu não quero dizer?

Os olhos baços, embaciados, húmidos, brilhantes...
Os olhares vagos que vagueiam, que falam, que fogem, que sofrem, que riem...
As rugas, as sobrancelhas, as pálpebras...
Os risos e os meios sorrisos, os lábios mordidos, apertados...


O que há para dizer não é muito, mas é grande.

E há coisas que eu queria só minhas.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Frágil

"Não quero que se torne matéria palpável para não se partir", escrevi eu, não há muito tempo atrás...

E conhecendo-me, talvez devesse saber que não é seguro arriscar, o tipo da esquerda é demasiado activo.
Na verdade já tinha mostrado alguns sinais de impaciência...

E eu não sei se continua a ser cedo, ou se agora é tarde demais.

terça-feira, 27 de março de 2007

Conjugação*

Eu quis

Ele quis

Nós quisemos


*do Lat. conjugatione

s. f.,
junção;
ligação;

Gram.,
flexão dos verbos, por tempos, modos e pessoas;

segunda-feira, 26 de março de 2007

21 de Março

Quem sai à rua nestes dias pensa que o tempo retrocedeu.
Houve, realmente, um ameaço, uma amostra, um acenar, para de novo se retirar o sol, o céu azul, o calorzinho morno, confortável, bom...
Mas a hora não adiantou, voltou para trás, e o frio foi chamado, junto com as nuvens e a água a cair.

Apesar de tudo isto, se prestarmos um pouco mais de atenção, reparamos que a Primavera afinal já chegou.
Por causa dela chegou também a Poesia.

O Dia Mundial do Sono é para mim todos os dias, mas só o consigo festejar ao fim de semana...

Intimidade #2

"Que ninguém
hoje me diga nada.
Que ninguém venha abrir a minha mágoa,
esta dor sem nome
que eu desconheço donde vem
e o que me diz.
É mágoa.
Talvez seja um começo de amor.
Talvez, de novo, a dor e a euforia de ter vindo ao mundo.

Pode ser tudo isso, ou nada disso.
Mas não afirmo.
As palavras viriam revelar-me tudo.
E eu prefiro esta angústia de não saber de quê."
Intimidade, Fernando Namora

sexta-feira, 23 de março de 2007

É uma casa...

Lembro-me de ir entrando e ir notando os cheiros a mudar, de me pôr descalça para sentir o meu chão debaixo dos pés, de passar as mãos pelas paredes pintadas...

É boa, muito boa esta noção do meu espaço.
E é bestial como este espaço se completa e torna pleno quando o partilho, quando serve para receber aqueles que me completam a mim.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Em cheio!

Não dormi particularmente bem.
Sonhei com trabalho, trabalho, trabalho...
Acordei tão tarde como tem sido costume.
Não houve tempo para a vitamina habitual a meio da manhã.
Há uma máquina pela qual tenho um ódio mortal. Nunca pensei sentir isto por uma coisa. Bom, antes por uma coisa...
Consegui duvidar da minha inteligência/capacidades de forma a ficar completamente desmoralizada.
Vi um gato em agonia e não consegui fazer nada. Quando voltei tinha desaparecido, terá, provavelmente, ido morrer a outro sítio.
Não tive tempo para preparar uma série de coisas que tenho que ter prontas: umas amanhã, outras no fim de semana.
Jantei a correr.
Consegui duvidar da minha inteligência/capacidades pela segunda vez, mas não fiquei completamente desmoralizada. Será esta a diferença entre trabalho e lazer?...
Agora vou dormir.

Amanhã será um dia melhor e terei mais ânimo para falar da Primavera...

terça-feira, 20 de março de 2007

Prontinho!

Já consegui escrever tantos posts este ano como no que passou.
Dou por encerrado este blog.
Até para o ano! (se Deus quiser!)

(brincadeirinha!)

segunda-feira, 19 de março de 2007

O meu papi é o melhor do mundo!

(e agora sei que já o disse!)

Gravíssimo!!!

Ando aqui tão entretida que só hoje, ao ver pela segunda vez que o La Force des Choses fez dois anos, me lembrei que o aniversário deste estaminé era por estas alturas...

Pois bem: no passado dia 7, ao contrário de todas as expectativas, arrastando-se ainda quando (quase) todos os que o acompanharam na altura da criação já morreram, este blog fez três anos.

Não sei se é motivo de celebração.

É, certamente, motivo de espanto...

Aqui continuam as minhas lembranças.
(não fosse eu uma agarrada e isto era tudo pó!)

Como queria substituir o vulgar não sei...

"Abro os braços ao infinito,
Abraçando-te na suavidade de
Uma tarde de domingo e sol
Cheio de música.
Como uma vaga de um doce
Calor quieto mergulho o meu
Coração nas tuas mãos firmes.
Assim adormeço ao luar
De uma esperança que brilha em
Cada noite escura, sob o olhar
Atento das estrelas.
E elas sim, vigiam o meu sono,
Para que um dia ao acordar os meus
Braços estejam finalmente fechados
Sobre a tua solidez, e não sobre a
Tua permanente ausência em mim.

Onde moras em cada grão de areia que cai a imitar o tempo?
Onde te escondes na frente de nuvens que tapam o céu de hoje?

Será que, sob o meu olhar atento a vigiar-te queres surgir, e na ânsia de achar não te encontro?"

04.02.1999


Às vezes tenho a sensação de que algumas coisas não mudaram nunca com o tempo que passou...

domingo, 18 de março de 2007

Virtuais, sim.

É tarde, como sempre.

Passo apressadamente os olhos pelos dias que passam depressa, e descubro que não sei para onde foram.
Excepto, talvez, dois ou três melhor aproveitados, que se guardaram em cds, porque cada vez há menos álbuns fotográficos.

A memória física, palpável, das coisas, está também a tornar-se virtual, como todas as outras.

Ultimamente apercebo-me de um fenómeno curioso: o tempo presente não existe. Há uma divisão arbitrária entre a semana e o fim dela. A semana passa como os dias de que falei há pouco. Procuram-se, então, os dias em que acaba, para que valha a pena. Valha o quê? A pena? Sim, para que valha a pena. Mas o quê? A pena. Não, valha a pena o quê? Valha a pena passar a semana depressa. Queremos que passe depressa para chegar ao fim. De qualquer forma dou por mim isolada nestas ilhas que são os fins de semana. E quando procuro uma nova ilha, um bocadinho mais à frente, falta muito, ainda, e falta tão pouco, porque começamos aos saltos no calendário e falta um mês, mas esse mês já está gasto, vejamos o próximo. Tenho um livre. Tu podes? Não, nesse não posso. Então e neste? Nesse não posso eu. E saltamos, continuamos a saltar. O tempo passa, passou, e não sei o que lhe fizemos.

Ao olhar para trás é tal e qual como já disse: espremeu-se qualquer coisinha.
Um concentrado de qualquer coisa maior, grande, gigante, especial, que preenche o vazio ocupado pelos outros dias vazios.

Guardam-se as memórias.

quarta-feira, 14 de março de 2007

...que fará quando acaba...

a reciprocidade já é tão efémera quando dura....

Que sei eu da vida? Das pessoas? De mim?

Às vezes, quando me perco nas minhas teorias sobre a vida, as pessoas, eu e as pessoas, as nossas relações, e as minhas emoções racionais, ando em círculos sobre mim própria, e as linhas desses círculos não se fecham nunca...

Acabo em contradições.

segunda-feira, 12 de março de 2007

O espaço entre nós existe?

Eu estou aqui.
Não sou um corpo estanque, sou antes uma permanente reacção com tudo à minha volta.
A todo o momento, neste equilíbrio entre o que sou e o que não sou eu, há trocas constantes, perco-me de mim e fundo-me no que me rodeia, que, por sua vez, se transforma no que eu sou.

E aí onde estás tu, mesmo que em alguns instantes ocupemos o mesmo exacto espaço, existe um processo idêntico, uma reacção que não pára nunca.
Tudo o que está à tua volta sem seres tu passa para ti, e tu vais perdendo pequeninos, ínfimos bocados do que te compõe.

Então existe este espaço entre nós, como separação entre o que sou eu e o que és tu,
como um espaço em que não estamos no preciso momento do agora. Mas ao mesmo tempo esse é o espaço em que nos fundimos e que se funde em nós. Nesse espaço somos partículas, matéria que flui, até chegarmos ao outro, até nós como plural, como singular.
E esse conjunto funciona como dinâmica de troca, de dar, receber, de tocar, de estar, de sentir, de ser o outro.
Um espaço onde o que é meu e o que é teu se tocam, se misturam perdendo identidade própria, passando a ser o que foi de um e de outro, sem que se saiba a que parte pertenceu o quê.

O mesmo espaço que nos separa é o espaço que nos une,que permite que passemos a ser o tal plural no singular, ou singular plural, ou......

domingo, 11 de março de 2007

teen #?

qual será o problema... o meu?
o que correu mal?
falhei quantas vezes? em quê?
mais que o normal? imperdoavelmente?
fui eu? foram eles?
porquê?.....

...é em mim própria.

... e depois parece-me triste esta forma de estar...
como se não houvesse já fé em ninguém, além de mim própria...
talvez fosse bom, de vez em quando, ver as coisas de fora para dentro.

Porque a falta de fé, como já admiti antes, não é nos outros...

Fronteira

Às vezes tenho a sensação de já ter dito tudo.
Dou por mim à procura de novas combinações de letras para explicar por que bate este coração velho, mas não sei se será possível inventá-las....
Nem isto que hoje escrevo é novo.

Vivo em fronteiras.
Às vezes, insatisfeita com este lugar de passagem em que me instalei, arrisco um pé para um dos lados. Sei que não devo, não pertenço a nenhum outro sítio, e mais cedo ou mais tarde vou pensar que a expulsão era inevitável já aquando da invasão.

Então porque me ponho a caminho?...

À medida que o tempo passa sinto-me cada vez mais cansada.
Sinto as coisas com a mesma intensidade, há olhares que ficam guardados na memória pelo que me passam, num segundo que se congela para sempre, há sorrisos que me deixam enorme, sem caber em mim própria, há pequenos gestos que aquecem tudo...
Mas, apesar de sentir tudo, exactamente como sempre senti (às vezes acho que mais, muito mais), tenho uma dificuldade cada vez maior em esticar o braço para chegar .
Como se a iniciativa nunca fosse minha, e esperasse sempre que fosse o caminho dos outros a trazê-los até mim. Porque sei, têm-mo mostrado invariavelmente, que, como vêm, um dia irão.

As fronteiras são sempre lugar de passagem, e mais vale ficar a ver passar a caravana do que andar sempre com malas às costas, expulsa de país em país....

quarta-feira, 7 de março de 2007

Físico-química

Sento-me, fecho os olhos, seguro a cabeça nas mãos.

Quero conseguir passar a nitidez física com que estás ao meu lado: perto, muito perto, sem que nos cheguemos a tocar.

Enquanto os outros vão falando, eu quase sinto na ponta dos meus dedos os teus, a tua mão a deslizar devagarinho até encaixar com força na minha, num gesto seguro, bem definido, preciso, e no entanto tão, tão suave...

Fecho novamente os olhos.

As palavras vão passando longe do que ouço. À minha volta começa a encerrar-se a tua presença, e sem saíres de onde estás, ao meu lado, estás já em cada espaço que eu própria ocupo, cercando-me, rodeando-me, toldando-me a noção do que está para além de nós.

E então ris-te, eu rio-me do teu riso, e a música volta às rotações certas, audíveis.
As gargalhadas dos outros fundem-se nas nossas.

A realidade volta a ser real.

É cedo...

terça-feira, 6 de março de 2007

fora de prazo

esta música já roda há muito, mas hoje ainda me parece a que melhor acompanha os meus dedos nas teclas, os sons que faz o meu coração, a lentidão com que mexo os pensamentos, as mãos, os braços, as engrenagens todas....

(amanhã é dia de correr e libertar toxinas)
(e quem sabe, mudar de música...)

O peso das palavras

O dia a seguir, supostamente de ressaca, é o dia em que a consciência do estar se intensifica, e se perde um pouco a noção de que realmente não se está.
O sentidos estão nublados mas sentem-se como alerta, e todo o corpo se recusa a obedecer ao que obriga o senhor dos controlos.
É nestes momentos que penso nas palavras e elas crescem em significados intensos dentro do meu peito.
Devia, por isso, recusar-me a deixá-las sair, mas falta o tal filtro, sempre tão alerta em dias normais, e em catadupa disparam-se letrinhas, que se juntam, e, unidas, formam as palavras que eu devia calar, e que digo... e que hoje me parecem, não menos verdadeiras, mas pesadas em exagero.

sábado, 3 de março de 2007

E não são muitas as coisas que me sabem tão bem...

Ao chegar a esta hora, com a chuva a cair lá fora quase tão preguiçosa como eu, começo a render o corpo ao torpor da noite, e ao calor que aqui faz.
Deito os olhos sobre as palavras e deixo-os viajar livremente, sem fronteiras, porque sei que amanhã só se abrem quando tiverem vontade disso.
Depois dissolvo-me devagarinho até me fundir nos lençóis, e esqueço-me de mim...

sexta-feira, 2 de março de 2007

Será que ando a dormir demais???

E já agora: aquelas gralhas e erros ortográficos no artigo serão resultado de falta de sono?

quinta-feira, 1 de março de 2007

Quase, quase....

Já passava das quatro da tarde, mas ainda não eram cinco.
O termómetro marcava dezoito graus e meio (estaria certo?), e o sol ainda me riscava o retrovisor, vermelho e vivo.
À velocidade a que ia, com a música a ultrapassar os decibéis recomendados a uma protésica como eu, senti-o nas entranhas: o Inverno está a acabar.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Sensível e burra

Os erros que tenho mais dificuldade em perdoar são os que eu própria faço...

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Tinhas razão...

The Bridges Of Madison Country

(roubada aqui)


Talvez os filmes sejam mesmo como a música e como as pessoas...

(o título deste post devia ser: "como me estou a tornar uma velha sensível")
(ou então "baba e ranho"....)

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Ao domingo, sempre o domingo

Nestes últimos quinze dias cheguei a duas conclusões: se já cá estiver o domingo é quase um dia como outro qualquer.
Se tiver que vir o melhor é fazer de conta que não sei o que se passa.
Que dia é hoje? Não sei...

Não sei nada.

Entro no carro, faço a viagem, chego, durmo, amanhã é uma semana nova, e pode ser que não traga só coisas velhas.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

verdade XIV

Há alturas em que não sou capaz de dizer a verdade.
Não me faz sentir melhor, mas faz com que os outros se sintam.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Ontem

Ontem foi Carnaval.
Nunca liguei muito ao Carnaval, e depois de um fim de semana agitado estive sem grande vontade de festas.
Ponderei ir para mais perto deles, mas acabei por me deixar ficar...

Não abri o blogger para falar dos 23 anos que nunca chegaste a fazer, das saudades que tenho tuas, de como a dor da tua ausência se foi suavizando com o tempo sem chegar a desaparecer. Sei que por mais anos que passem isso não vai acontecer, mas não faz mal...

Também não abri o blogger para falar das tuas histórias, da tua paciência infinita, da tua sopa e das tuas mãos, de como conheci em ti a verdadeira bondade... a tua lição de vida, que espero nunca esquecer.

Abri hoje o blogger e não fui capaz de não falar disto.
Porque havia de não falar?...

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Blood Diamond






Há pessoas que morrem sem saber porquê, e há outras que vivem sem saber para quê.
Infelizmente isso não vai mudar nunca, nem em África, nem na América do Sul, nem na Ásia, nem em sítio nenhum do mundo.
Nós somos os responsáveis, todos os nós.
E se saio destes filmes com uma sensação grande de vazio, que me pesa mais do que sei descrever, é porque tenho consciência da vida fácil que escolhi.
Sei que não podia mudar nada, mas tentar seria, seguramente, mais digno do que lamentar.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Jet-leg

Àz vezes custa-me perceber que, onde eu não estou, o tempo passa como se eu estivesse.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Com "A" grande #?



Nunca deixámos de ser amigas, apenas nos esquecemos temporariamente do shift.

(será que há teclados com caps lock?)

Acordar para a vida

Segunda-feira, aí pelas 10h30.

(sempre quero ver se amanhã me mantenho com esta energia toda...)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Engole, engole...

Já passou muito tempo desde a última vez que deixei chover cá dentro e provei o meu próprio sal. Na altura era a perda, eram as saudades, era a sensação de que nada voltaria a ser igual...

Nestes últimos dias trago um daqueles nós apertadinhos, e hoje quase me estrangulou.
Mas não lhe dei liberdade, canalizei energias e lágrimas para a orofaringe, fiz de conta que não se passava nada.
O mar dos meus olhos só voltará a ser livre por um motivo que seja, no mínimo, tão valioso como o último.
E estas questões materiais não o são... definitivamente.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Afrouxamento

Nestes dias que se arrastam, pesados de água e de cinzento, eu entro em hibernação.
Cada movimento exige um consumo de energia superior à que consigo guardar, e por isso me arrasto também, também pesada e cinzenta, e talvez até fria.
Assim se explica essa falta de consistência, que não se nota só aqui.

Percebo que esta apatia é sazonal.
Conhecendo-me, tento lutar contra ela com todas as minhas forças.
Obrigo-me a ir a todo o lado, a não quebrar os laços que me ligam aos outros e às coisas que gosto de fazer, mas o que faço acaba por ficar aquém do mínimo que esperam, e que eu própria espero, de mim.
No fundo é apenas um esforço para preservar esta linha frágil que me segura a terra.

Sem ela sou um barco sem fundo à deriva no alto mar.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

verdade XIII

Se eu aceitasse o indivíduo da esquerda em vez de o tratar como inimigo, talvez as coisas fossem mais suaves...

(e talvez não tivessem graça nenhuma...)

(será que agora têm?)

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Molha-tolos

Há um quase choro na água que me escorre cara abaixo.
A noite fez-se demasiado tarde antes que pudéssemos ouvi-la, e com o passar silencioso das horas perdemo-nos de nós mesmos sem nos encontrarmos um no outro.

Faz sentido?

Sinto a tua falta nestas alturas, mais do que em todas as outras, porque é tarde, porque chove tanto lá fora, dessa chuva mole, sem força, que não serve nem para me lavar o peito... e porque sinto falta do teu, forte, seguro, a respirar o desenho do meu perfil.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

sinais de fumo

é demasiado cedo para falar de ti, como seria cedo falar de chuva se aparecessem umas nuvens brancas espalhadas pelo céu azul

Volver


(daqui)

"yo adivino el parpadeo
de las luces que a lo lejos
van marcando mi retorno
son las mismas que alumbraron
con sus pálidos reflejos
hondas horas de dolor

y aunque no quise el regreso
siempre se vuelve al primer amor
la vieja calle donde el eco dijo
tuya es su vida, tuyo es su querer,
bajo el burlón mirar de las estrellas
que con indiferencia
hoy me ven volver

Volver...
con la frente marchita
las nieves del tiempo
platearon mi sien
sentir...
que es un soplo la vida
que veinte años no es nada
que febril la mirada
errante en la sombra
te busca y te nombra
vivir...
con el alma aferrada
a un dulce recuerdo
que lloro otra vez


Tengo miedo del encuentro
con el pasado que vuelve
a enfrentarse con mi vida...
Tengo miedo de las noches
que pobladas de recuerdos
encadenan mi soñar...

Pero el viajero que huye
tarde o temprano detiene su andar...
Y aunque el olvido, que todo destruye,
haya matado mi vieja ilusión,
guardo escondida una esperanza humilde
que es toda la fortuna de mi corazón."
Volver, Carlos Gardel / Alfredo Le Pera

Não sei bem como continuo a resistir ao youtube....

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Sobre o lado esquerdo

"De vez em quando a insónia vibra com a nitidez dos sinos, dos cristais. E, então, das duas uma: partem-se ou não se partem as cordas tensas da sua harpa insuportável.
No segundo caso, o homem que não dorme pensa: "o melhor é voltar-me para o lado esquerdo e assim, deslocando todo o peso do sangue sobre a metade mais gasta do meu corpo, esmagar o coração"."
Sobre o lado esquerdo, Carlos de Oliveira
(copiado da minha Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa de Eugénio de Andrade, Campo das Letras, página 470)

É sempre assim...

Tanto tempinho passado a choramingar por falta de trabalho, agora choramingo porque não estou a dar saída a tudo o que preciso de fazer....

domingo, 4 de fevereiro de 2007

"Voglio fare con te ciò che la primavera fa con i ciliegi"

Não chegou a haver espaço, pois não?
Nas tuas mãos fui sempre verde quando devia ter sido doce, azeda quando tinha que ter sido madura....

sábado, 3 de fevereiro de 2007

O Tigre e a Neve



Uma história simples, uma forma de mostrar amor tão pura que nem sequer é ridícula (como pode o amor não ser ridículo?...), a neve e o tigre, os camelos e o Benigni, salvaram um pouco da minha noite.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

É bem feito!

Por causa dos dois últimos posts e da minha estupidez natural, deixei queimar o jantar.
Rais'coma!

(e isso do "só lê quem quer" é um pouco narcisista.....)

Delete blog?

Assim que acabo de escrever um post como o anterior (se calhar devia usar o plural...), fico com vontade de apagar o blog todo. Quase como se isso apagasse também estas questões que fazem de mim uma pessoa muitíssimo mal resolvida.....

Mas o blog não tem culpa do que vive na minha cabeça e no meu coração, a mim faz-me bem verbalizar, ainda que virtualmente, e só lê quem quer, por isso cá continuamos....

teen #3

Encontrar os meus amigos por acidente e perguntar-lhes como vai a vida deles, da qual não sei (quase) nada, traz-me um desconforto enorme, que se aproxima da angústia de perder alguém. Porque é isso mesmo que sinto, que perdi alguém....

Já tentei escrever sobre este assunto milhões de vezes, e acabo sempre por desistir, porque não consigo exprimir-me bem, nem para explicar o problema a mim própria.
Mas é uma coisa que me atormenta desde há muito, muito tempo...


Eu sei que é normal não estarmos com todos os nossos amigos sempre, nem sempre da mesma forma.
Os contactos perdem-se, perde-se, talvez (de certeza), um pouco da intimidade, e, talvez (de certeza), muitas, tantas outras coisas!
É certo que há pessoas com quem as coisas não mudam nunca, mas essas não se contam pelos dedos todos de uma mão.
Também sei que, apesar de se ter perdido a partilha do dia-a-dia, o que gostamos não mudou, nem tão pouco a disponibilidade para ajudar em caso de necessidade.

Então qual é o problema?

Não sei lidar com isto, que considero (talvez injustamente) uma forma intermédia de amizade.
Provoca-me esta sensação de falhanço que nem sequer sei descrever.
E dói-me.......

(eu sei, eu sei... tudo me dói, sou muito sensivelzinha....)

(e também conheço alguém que me chamaria infantil se lesse este post... se calhar com razão, já não tenho idade para estas questões existenciais... até sei onde está o problema e sei, em teoria, como se resolve... não sei é a prática, por mais que me treine a mim própria...)