quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Até já?

Pensei que ia ter tempo para mais qualquer coisa, mas não, claro que não.
Acho que já tive tempo para muita coisa, não me posso queixar...


E chegou, mais uma vez a altura de um "ritual" que se repete pela terceira vez...
Vou cair em frases feitas e vou dizer que vou à minha procura.
Não pelo destino, que talvez fosse propício a essas buscas espirituais, mas porque precisaria de ir à minha procura a qualquer sítio do mundo.

Por brincadeira digo que vou estar à minha espera no aeroporto, e até me ajudo a carregar a minha própria bagagem... Quem mais?

Mas espero voltar mais eu outra vez, mais calma e, acima de tudo, com mais disposição para tudo o que neste momento a exige na minha vida.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

"Somos responsáveis por aqueles que cativamos" *

Dei por mim a pensar nisto...
Ir à procura dos outros é uma responsabilidade. Não sei se responsabilidade é a palavra mais certa, dá um ar sisudo à coisa, mas a verdade é que é, de facto, sério.

E por achar que é sério, sempre que tento encontrar alguém, fico a pensar se estou a fazer bem, porque mais tarde posso não estar à altura do que procurei, ou o outro pode não estar à altura do que eu inventei...


*Antoine de Saint-Exupéry

Não me apetece

E não me apetece da mesma forma que não me apetece acordar, trabalhar, sair, ir ao café, ver gente, nem ir a lado nenhum.........

...e não percebo bem o que se está a passar...

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O ausente

"Eis-me
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face

Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio

Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente"
Sophia de Mello Breyner Andresen, Eis-me

Nada disto são queixas ou reclamações

São constatações.

É assim a vida...

(ao que alguém diria: "mais curta que comprida!")

Admiro o Blogger...




Depois do lixo que escrevo, ele ainda me diz que o meu post foi um sucesso...

Não há ninguém que consiga contar a minha história

De repente dei por mim a questionar-me se foi isso que mudou tudo.

Ao olhar à minha volta percebo que há, de facto, algo que não bate certo.

Não há ninguém que tenha estado ao meu lado todo este tempo, mas eu também não estive ao lado de ninguém...

E sim, falta-me a "minha pessoa", mas se à minha volta as pessoas têm pessoas e eu não tenho, o problema será de quem?
Meu, com toda a certeza.

E olho para mim, olhos nos olhos que me olham no espelho, e sei que este caminho não me leva a bom porto, mas não consigo escolher outro.
Porque não quero.
Porque vai contra os meus supostos princípios.
Porque arruína a minha estúpida e incoerente coerência.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Histórias de vidas

A Firmina e a Solange eram as melhores amigas no liceu. Conheciam-se, e às respectivas famílias, passavam horas ao telefone. A Solange queria ir para África e ter um dois cavalos, e a Firmina é que acabou médica (ou talvez não...). Um dia a Solange mudou de escola. Na eminência da separação, disse à Firmina que iam deixar de ser amigas. Que era assim que as coisas se passavam, e que não havia a mínima hipótese de outro rumo para aquela amizade. Não deu oportunidade à Firmina para lhe mostrar que as coisas podiam passar-se de outra forma. Mas avisou-a.

Passados dez anos a Firmina tinha uma outra amiga, a Carlota. Eram as melhores amigas. Conheciam-se e conheciam as respectivas famílias. Falavam muito porque queriam que a outra fosse a primeira a saber da mínima coisa que tivesse acontecido nesse dia, de um beijo mal dado, ou de como o Jesualdo dizia as coisas certas, ou de como o Joaquim não estava quando era mais preciso. Um dia a Firmina teve que mudar de cidade. A Carlota não a avisou que iam deixar de ser amigas.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

verdade XVII

É tudo muito mais fácil quando não há nada a perder...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Ninguém joga este jogo

Outras coisas deviam ter mudado.

Percebi que o medo não me impede de avançar, de abrir as portas, de jogar.
Tenho medo, sim, mas quando o tipo à esquerda assume o comando, torna-se difícil controlar as coisas.
E mesmo sabendo que não pode ser assim, que as regras pelas quais se regem todas as pessoas à minha volta não permitem que se jogue desta maneira, eu avanço. E à medida que avanço tiro a camisola, esqueço a pele, e exponho-me desprotegida.

Ninguém joga este jogo.

Até hoje só conheci um jogador, e desistiu no fim da primeira parte. A maioria não dura nem cinco minutos.

Eu sei disso.

Não percebo porque não páro.
Pelo menos a tempo de um empate...

Tinta branca

Na realidade algumas coisas mudaram nestes anos todos.
Hoje há coisas que prefiro não escrever, para não ter que me lembrar delas mais tarde.