sábado, 20 de novembro de 2004

Nadas

Algumas coisas transparecem, por incrível que possa parecer.
Apesar das distâncias (sim, essas já tão batidas por aqui...).
Apesar da falta de um olhar, das diferentes vozes que temos quando falamos, quando rimos, quando dizemos coisas especiais ou banais...
Essas coisas sentem-se.
Como?
Porquê?
Não sei...
E quando, sem palavras, o que ouço é nada, parece que o chão desaparece, que tenho debaixo de mim um rio furioso, que o céu se desfez em chuva, que de todos os lados vem água para me afogar, e é isso mesmo que tenho que fazer...
Tenho que fazer o que silenciosamente me dizes:
Tenho que nadar...

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E mais uma vez esta corrente me arrasta.
Mais uma vez não quero...
Sei que devo deixar-me ir, nadar para longe...
Mas não quero...
Não quero!

Porque não quero???

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