desperdícios #4
Havia um cantor de que os meus amigos gostavam.
Durante alguns anos ouvi-o sempre pelos ouvidos deles, mas, como não usava os meus, ele nunca chegou até mim, senão quando abri o espaço para que entrasse, guiado pela minha mão.
Tenho pensado que as pessoas são um pouco como a música: nem sempre estamos preparados para elas.
Às vezes podemos conseguir que elas cheguem até nós em tempo útil.
Às vezes não...
E se elas nunca entrarem, vamos sentir falta daquilo que nunca tivemos?
Vamos ter pena porque aquela música tocou tantas vezes e nunca lhe prestámos atenção?
Ou vamos simplesmente continuar caminho, vendo aquilo que olhamos, sentindo o que nos toca, cheirando o que respiramos, sem que à volta o mundo faça diferença?
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