domingo, 13 de julho de 2008

As horas em que o blogger devia impedir-me de escrever. Parte XX.

O mais curioso é eu enganar-me a mim própria.

Há coisas que me doem para além do inimaginável. Do suportável.
Será da hora? Da envolvência?

Não faço ideia.

Fico na minha concepção de que há um caminho, uma solução, mas quando descubro que a estrada já foi caminhada milhões de vezes, que já é conhecida por todos, fico triste. Fico triste porque ninguém me avisou que era assim. Porque posso caminhar quilómetros à espera daquelas palavras, daquele olhar, daquele gesto que jamais existirá, e o meu caminho é vão.

Não serve para nada.
Ninguém o vê.
Ninguém o sente.

Esta é a hora a que o blogger devia impedir-me de escrever.

Mas ninguém tem mão em mim.
E o mais triste é o mar cair dos meus olhos, como se não houvesse gravidade, e eu perceber que nem eu tenho... Nem eu tenho mão em mim.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

olá, estou a viver numa realidade paralela

Ando um pouco esbaralhada (diria alguém que conheço).
Outro alguém diria ainda que a falta de sono tem destes efeitos, não sei o que se passa que há uma semana não durmo de jeito, é só ver-me abrir os olhinhos a cada hora, como se fosse um relógio de cuco mudo.

Tinha algumas coisas para escrever, são normalmente aquelas que acho que não vale a pena dizer, ou que acho que não posso dizer, embora essas ultimamente também não venham aqui parar, porque não acho justo escrever aquilo que não sou capaz de dizer.

As pessoas que confiam em nós tornam-nos dignos de confiança.
Não o digo eu, conheci-o como a filosofia de educação dos meus pais, como em responsabilizar para tornar responsável. E senti-o há pouco tempo, quando aquela mãozinha pequenina se estendeu e agarrou na minha, em jeito de confiança total. Posso merecer essa confiança? Esforçar-me-ei, como se estivesse a começar de novo.
(sim, mais umas vezes...)

As pessoas que nos fazem bem tornam-nos melhores pessoas.
(e é incrível a forma como isto funciona!)
Tenho tanto medo de me convencer que quero e posso ser melhor, que me ponho travões, mas eles não travam. Continuo a não ser capaz de agir racionalmente, a não ser capaz de dosear, e corro o risco de ser como sempre sou: exagerada. Depois penso que não tenho que dosear, só tenho esta vida, se quero dar-me a quem não posso e a quem não devo só porque o gaijo manda, então hei-de dar-me, e as consequências sofro-as depois.

Sofro sempre, já sei. O que me leva a outra:

As pessoas que nos fazem mal tornam-nos piores pessoas.
A culpa não é delas, não escolheram fazer-nos bem nem mal. Mas a culpa também não é minha. Não há culpas, portanto. Portanto não sei porque sinto que preciso de atribuir responsabilidades.

Conseguirei eu um equilíbrio no meio disto tudo? Não.
Se não fossem oito da noite de um dia de uma semana de trabalho podia sugerir que a pessoa que está a escrever isto tinha bebido uns copos a mais.
Como não bebeu talvez tenha desequilibrado de vez. Não questiono.

O sono ajuda a que os travões não funcionem, e eu sinto-me a descer quase em queda livre.