segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

porque nem só de estupidez vive o meu coração



Recomendo vivamente O Amor ao Canto do Bar Vestido de Negro, por Olga Roriz.

domingo, 29 de janeiro de 2006

Baú

Como uma boa agarrada ao passado, vou pôr no baú os comentários antigos que a Haloscan faz o favor de ir apagando (não desfazendo do serviço gratuito que me prestam, e do qual talvez abdique em breve).

O blog não faz sentido sem eles.
(e eu não tenho mais que fazer...)

dez

posts de seguida: bati o meu próprio recorde de estupidez

(ou como fazer uma tempestade num copo de água)

(bati mais uma vez no fundo)

XIÇA!

Nao conheço mais ninguém com esta tendência para as desarrumações sentimentais, com esta lentidão de resolução, com esta estúpida maneira de estar na vida.

Às vezes pergunto-me se quero, algum dia, ser feliz...

...por isso insisto em desarrumar tudo ainda mais...

esta é a altura em que devo arrumar tudo, porque não sei para onde vou...
e, para conseguir ir, de novo, tenho que conseguir deixar limpas as estantes do meu coração...

Na altura certa

Abri finalmente os caixotes, e encontrei tudo o que esperava encontrar. Mas a verdade é que não senti a velha dor ao olhar aquelas coisas, senti-me feliz por ter tido oportunidade de as guardar.

em definitivo

janeiro é o mês dos espaços

(ainda bem que está a acabar)

O espaço V

Tentei sempre não me criar fronteiras quando escrevo aqui.
Que eu saiba, as pessoas que me conhecem e que aqui vêm são cinco ou seis, e a maior parte delas soube deste espaço por acidente.
Algumas dessas pessoas virão, às vezes, à procura de uma luz para os meus comportamentos obscuros.
Compreendo, e sei porque o fazem: porque aqui essa luz é mais forte, talvez, ou talvez me mostre melhor, não sei...


A verdade é que não gosto de sentir, quando aqui escrevo, que estou a deixar recados.
(a não ser quando o são realmente, e portanto interpretados dessa forma por quem os escreve e por quem os lê)

Se o sinto neste momento sei que a culpa é minha, mas não posso fazer as coisas de outra forma: há alturas em que preciso de escrever aqui.

(podem chamar o psiquiatra, por favor!)

teen #2

é por estas e por outras que sei com toda a certeza: nunca vou crescer.

O espaço IV

Tenho um dilema acerca das coisas que é suposto serem ditas.

Sei que a sinceridade é a melhor arma na defesa de qualquer relação, mas o tempo e as tentativas falhadas de comunicação mostraram-me que nem sempre é assim.
Como decidir, então, o que faz parte da sinceridade e o que faz parte do exagero?
E se o exagero for sincero?

Acho que há coisas que não faz sentido serem ditas, principalmente se passam por uma chamada de atenção do tipo: Ei, estou aqui! Preciso que olhes, que me vejas, que me mostres que me vês, que me queres ver.
Porque é aqui que se atravessa a fronteira: o "queres".
Até que ponto é justo exigir mais atenção?

Pergunto isto por um motivo simples: não quero exigir mais atenção, queria tê-la de livre e espontânea vontade.
Se for exigida deixa de fazer sentido, portanto pedi-la deixa um vazio quase tão grande como a sua ausência.

Por isso adquiri o bom velho hábito de me calar, e de me manter à distância, a observar apenas, como se não fizesse parte da cena.

Claro que o resultado é o esperado: deixo mesmo de fazer parte dela.

O espaço III

Esta primeira vitória devo-ta, em (grande) parte, a ti, e era contigo que queria ter partilhado a alegria de ter conseguido o que nunca julguei possível.

Não sei se fui eu que li mal os sinais, ou se por ter passado meses seguidos a olhar para as mesmas coisas perdi parte do texto.
É o mais provável...

Agora sinto-me como se houvesse um oceano para atravessar, como se no espaço de uns dias tivesse, realmente, feito uma enorme viagem que me deixou a milhas de distância.
Já não te vejo à minha frente...

E isso deixa-me triste.
E quando estou assim triste não consigo agir como se nada se passasse, é só...

sábado, 28 de janeiro de 2006

aquela por que espero

esta é a hora em que vagueio perdida nas minhas próprias lembranças

literalmente, sem rumo e sem sentido, procuro um certo contacto perdido, uma intimidade, um toque mais perto, um olhar, uma palavra

aquela palavra


talvez não seja verdade...

não se escreveram todas... ainda não.

a palavra

olho as minhas mãos

desfoco-as para poder olhar as letras, um pouco mais abaixo

é verdade, não é? que todas as palavras foram já escritas?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

aquele abraço #3

Nestes dias não é preciso que o despertador toque, eu vou acordando devagarinho.
À minha volta há calor, um conforto moldado ao meu corpo, a sensação de que tudo encaixa perfeitamente.

Descobri, há relativamente pouco tempo, porque gosto tanto de dormir: é por este despertar, por esta calma, pelo torpor... por toda a envolvência que é, sem a menor dúvida, o mais parecida possível com aquele abraço...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

ainda não voltei

mas estou a caminho

as lembranças do que não houve

O dia tem pequenos gestos que me trazem a tua lembrança ao coração.

Uma música ritmada nos teus passos, um nome espalhado no ar que é quase, quase o teu, a matrícula de um carro estacionado todos os dias à frente do meu com as tuas iniciais, uma piada que se ri com o teu riso...

Pergunto-me, se estiver mais atenta, como pode ser, como podem estas lembranças trazer-te tão perto, se nunca te cheguei a conhecer...

O espaço II
(definitivamente o meu tema preferido)

O que faz a distância não são os quilómetros, são as palavras que ficaram suspensas no silêncio, são as palavras que se acumularam dentro de nós, são as palavras que saíram e não chegaram nas devidas condições de conservação e embalagem ao destinatário.

Por isso, para haver distância, não é preciso que dois corpos estejam a mais que alguns metros de distância.
Basta que se crie este espaço vazio, infértil, silencioso.

E aquilo que me atormenta neste momento é esta dúvida: quero conservar o espaço e tentar torná-lo, de novo, terra verde de flores, ou é melhor desistir de o cultivar, abandoná-lo e partir para outro?...

O espaço

Se por um lado senti estes últimos dias como grandes, por outro lado tenho a sensação de que o dia foi ainda ontem.
O tempo é, definitivamente, uma coisa relativa.

Depois de três meses e meio afastada, depois desse tempo em que, aos poucos e em crescendo, fui perdendo a disponibilidade espacial, temporal e mental para quase tudo o que me rodeia, estava à espera de uma outra realidade à minha espera cá fora.
Como sempre acontece, esqueço-me de que o tempo continuou, e que não parou para mais ninguém, apenas para mim.

Estava à espera de um outro espaço, de uma outra abertura, mas fui de encontro à parede errada.
Essa que não tem portas nem janelas...

Miopia

O que sinto neste momento é que fiz a parte mais fácil.
Sei que este é um ponto de viragem, e é, finalmente, altura de o aproveitar a meu favor.

Se ao menos eu conseguisse ver o futuro...

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Pouco

Não há muitas coisas melhores do que poder entrar no carro em boa companhia e sair, sem destino, sem horários, sem obrigações.

Foram quase cinco dias, mas souberam-me a muito mais...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Lado B

Na verdade acho que acreditei que este dia nunca iria chegar.
Limitei-me às rotinas calmas, a alguns sacrifícios, a alguns (poucos) escapes...

De alguma forma tinha a sensação de que poderia ser assim para sempre.
Como se o tempo tivesse parado...

Como se a minha vida fosse um disco riscado, onde os dias se tocassem como a sucessão ininterrupta de notas repetidas...

Amigão

Gosto de acreditar que algumas coisas que têm uma razão, mesmo quando não são muito boas.
Para esta repetição encontro (para já...) um bom motivo: ter-te (re)encontrado.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

até já

voltamos (nós, as várias que aqui escrevemos) a entrar em serviços mínimos

sábado, 7 de janeiro de 2006

Quase

Ando irritadiça, pouco paciente, rezingona, enfim.... está quase, quase, e isso começa a notar-se.
A noite rendeu bem menos do que o suposto, e depois de uma escapadela de vinte minutos, não prevista, decidi vir para casa.
Já vinha a meio do caminho quando aquele velho vírus deu sinal: e se eu fosse? Fiz as contas mentalmente e achei que seria possível aproveitar ainda qualquer coisa.
Mas continuei o caminho para casa...

Não sei bem se este esforço "extra" será recompensado, e embora neste momento isso não me preocupe (porque só quero que passe), sei que mais tarde vou ter pena se não concretizar os meus objectivos.

Nada de novo, portanto.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

Assaltaram-me a mala do carro
(ou como as coisas só podem melhorar?)


Chamava-se Gordinha e ontem à noite foi roubada.

Nunca pensei que a perda de uma viola me deixasse triste a ponto de me virem as lágrimas aos olhos sempre que me lembro que já não é minha...

O primeiro pensamento que me veio à cabeça foi: preciso de outra, igual, o mais depressa possível.

Mas a próxima já não vai pelo país fora comigo, já não vai fazer a festa onde quer que lhe peguem, já não vai ter umas fitinhas parolas penduradas.... já não vai ser a mesma...

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

conversas

-é que... sabes... eu era mesmo uma atrasada mental...
-não digas isso!
-não, a sério... agora continuo a ser, mas disfarço melhor.