quarta-feira, 30 de junho de 2004

Promessas

Tinha-te feito uma promessa...
Se Portugal fosse à final, iria vê-la, , convosco....
E se não houver impedimentos profissionais, é que vou estar, não tenho dúvidas....

E assim chega a hora de voltar.
Não consigo evitar esta onda de adrenalina (será?) que sinto cair sobre mim quando penso nisso, que me inunda o peito, que faz com que o coração desespere estrada fora, quase como se fosse já a caminho...
Que me deixa as mãos a tremer...
Mas sim, está na hora, está mais do que na hora....
Deste lado há a angústia das ausências, sempre presente, e há a saudade que cresce, imparável... e há o medo, o mesmo medo, o medo de sempre...
Mas há um peso novo no outro lado da balança, e esse peso sou eu: mais calma (apesar da adrenalina), mais segura do que sinto, e do que tenho a esperar... acima de tudo: um bocadinho mais eu, outra vez...

Deixei passar demasiado tempo?
A cidade, sei que está diferente...

Incrível como o tempo passa e às vezes é difícil recuperar, na minha memória, as caras, as vozes, os sorrisos... e muito, muito mais do que isso: os olhares...

Será que ainda nos vamos reconhecer?

E não é que é mesmo???


Que perfume você é?


Desculpem a insistência nestes passatempos de quem tem que começar a estudar e não tem (mesmo nenhuma!!!) vontade...
Este (também) tinha mesmo que pôr...
(agora imaginem a quantidade deles que não ponho...)

Questiono-me...

Às vezes dou por mim a pensar: se por acaso viesse ter a este blog, se o lesse "desse lado", se não fosse eu a escrevê-lo.... Será que ia gostar de o ler?
A verdade é que não sei responder....

De qualquer forma, já deu para perceber: aquilo que escrevo não é aquilo que se lê...

Vem

Hoje sonhei contigo...
Não percebo como é possível...
Como posso sonhar contigo, se não sei quem és?
Mas sonhei, é verdade.
E é verdade que acordei triste e zangada com o telémovel, que me tirou da paz do teu peito para me trazer mais um dia igual aos outros...
Mais um dia em que não estás aqui...
E se não chegares nunca?
Não posso voltar a passar a mão, em jeito de festa, na única lembrança tua que ficou, uns cabelos escuros, fortes como tu?

...............

Não queria sentar-me aqui à espera...
A espera cansa-me...
Mas também não queria ir à tua procura....
Tenho passado a vida à procura de qualquer coisa, e não sei se é tarde, mas já percebi: quanto mais se procura, menos se encontra....

...............

Vem tu, vem...
Vem ter comigo.........

terça-feira, 29 de junho de 2004





acordo inundada da gota de mar

Pausa

apenas isso
apenas por agora

domingo, 27 de junho de 2004

Mais um para o monte...

(este tinha mesmo que pôr aqui...)

Estou tão contente!!!! Sou a Lara Croft!!!!!!



(não, não fiz batota!) (pronto, só um bocadinho!)
(mas, se "convivo" tanto com ela, este resultado também já era de esperar...)

Racionalidade #2

Caramba! Precisa-se mesmo.....

Quem avisa...

A vida dá imensas voltas, não é novidade para ninguém.
Ansiosa pela nova volta que iria começar daí a nada, decidiu precipitar-se para o abismo, sem olhar a distâncias e ausências, e quis ver como seria...
Como seria, no futuro, já ali à frente...
Avisei-a.
Disse-lhe, com a máxima clareza que consegui, que era tudo uma autêntica loucura, que ninguém se lança no futuro sem antes ter completado o presente, mas ela não quis saber, e foi...
Vejo agora, ao longe, o resultado: está completamente "xinadinha" (usando a expressão de alguém que conheço...).
Não sabe o que é real e o que a imaginação lhe dita como tal, não sabe distinguir as possibilidades das impossibilidades.
Acima de tudo, não sabe como se dirige um coração, não tirou a carta... e passou a ser ele a dirigi-la a ela. Também ele não tirou a carta, e por causa disso ela está assim, é só riscos e amolgadelas, ópticas partidas, já sem pára-choques...

E o pior... eu avisei-a!!!!

sábado, 26 de junho de 2004

Perguntas...

...com resposta...

A?
Sentidos?
Passado?
Sentimentos?
Encontros?
Viagens?
Presente?
Despedidas?
Partidas?
Direcções?
Chegadas?
Futuro?
...............

(como tudo isto é estranho...)

Comentário ao último post

Geralmente não faço comentários políticos aqui, da mesma forma que é raro fazê-los noutro sítio qualquer.
Não gosto de política. E além disso sou bastante (muito!) desinformada...
Mas tenho opinião formada e hoje não resisti... Não acho normal que, depois dos resultados destas eleições, que mostram claramente que alguma coisa não está a correr bem como devia para os nossos dirigentes, eles ainda se possam dar ao luxo de vir criar mais instabilidade com mudanças que até podem estar previstas na lei, mas que não estavam, obviamente, previstas pelos portugueses...

Shock

Pode ser definido como um estado em que há desequilíbrio entre a necessidade de oxigénio e o seu aporte às células.
É o estado em que me encontro ao saber que, não só Durão Barroso pode vir a ser presidente "lá fora", como ainda querem que Santana Lopes seja Primeiro "aqui dentro".

Pode ser, por exemplo:

- Hipovolémico: há diminuição da chegada de sangue às células, logo há diminuição da chegada do oxigénio que ele transporta; diminuição da chegada de informação, estamos todos mais do que distraídos com o Euro, eufóricos com as vitórias... nem nos damos conta do que se passa no "país real". A mim já me tinham apanhado mesmo antes do início do dito evento, ao aprovarem um diploma que altera, provavelmente, todo o meu futuro profissional... Será esta a última surpresa?

- Cardiogénico: o coração falha, não há sangue suficiente a circular; o Governo falha ( estou a sentir-me mal por comparar este governo a um coração...), falha tanto que nem se pode quantificar, e mesmo qualificar é difícil... um coração doente, muito doente, é a única coisa que se pode aceitar se se comparar o governo actual a um coração.

- Distributivo: falha na distribuição de sangue aos órgãos; falha na distribuição do que é justo...
Deste são exemplos o choque séptico, provocado por infecções (vale a pena fazer uma analogia?) e o choque neurogénico, em que falha o sistema nervoso (idem, idem - acho que nem temos coluna vertebral, quanto mais medula...)

- Obstrutivo: naturalmente, há uma obstrução. Há uma obstrução enorme a que, no nosso país, não se faça tudo com arranjinhos, com dá-me esta mão agora que mais tarde dou-te o meu braço, com uma máfia gigantesca, que põe no mesmo saco os nossos políticos, os dirigentes do futebol, as empresas de construção, as outras empresas todas e ainda quem vier mais, desde que tenha dinheiro no bolso ou qualquer outro trunfo na manga...

Estou definitivamente, em estado de choque.
Nem vou falar das consequências possíveis....
Quando se pensa que já nada nos surpreenderá......

Racionalidade




PRECISA-SE!!!

Sem palavras...

"Acordei a pensar em ti...
E depois, quando saí, estava com uma sensação estranha, quase como se fosse estar contigo...
Não sei explicar!"

A mensagem seguiu, apesar de ter noção que seria incompreensível para ti, tal como foi para mim perceber o que estava a sentir naquele momento.

E agora, ao chegar a casa, cá estava ele: um envelope enorme à minha espera...
Enorme porque é mesmo grande, mas é maior ainda pelo que traz dentro... quase como se te trouxesse a ti!
Tens toda a razão: sou uma totó...

Não tenho palavras para explicar isto que nos liga. Acho que não as há.
Apesar de todos os meus passeios pela corda bamba, e apesar de todas as vezes em que ainda me vou desequilibrar (já me conheço de outras viagens...) saber que há coisas que vão ficando, que vão ficando sempre, é bom.
É muito bom.

A ti dedico isto que hoje li.........
OBRIGADA!

"Difícil querer definir amigo. Amigo é quem te dá um pedacinho do
chão, quando é de terra firme que você precisa, ou um pedacinho do
céu, se é o sonho que te faz falta.

Amigo é mais que ombro amigo, é mão estendida, mente aberta, coração
pulsante, costas largas. É quem tentou e fez, e não tem o egoísmo de
não querer compartilhar o que aprendeu. É aquele que cede e não
espera retorno, porque sabe que o ato de compartilhar um instante
qualquer contigo já o realimenta, satisfaz. É quem já sentiu ou um
dia vai sentir o mesmo que você. É a compreensão para o seu cansaço e
a insatisfação para a sua reticência.

É aquele que entende seu desejo de voar, de sumir devagar, a angústia
pela compreensão dos acontecimentos, a sede pelo "por vir". É ao
mesmo tempo espelho que te reflete, e óleo derramado sobre suas aguas
agitadas. É quem fica enfurecido por enxergar seu erro, querer tanto
o seu bem e saber que a perfeição é utopia. É o sol que seca suas
lágrimas, é a polpa que adocica ainda mais seu sorriso.

Amigo é aquele que toca na sua ferida numa mesa de chopp, acompanha
suas vitórias, faz piada amenizando problemas. É quem tem medo, dor,
náusea, cólica, gozo, igualzinho a você. É quem sabe que viver é ter
história pra contar. É quem sorri pra você sem motivo aparente, é
quem sofre com seu sofrimento, é o padrinho filosófico dos seus
filhos. É o achar daquilo que você nem sabia que buscava.

Amigo é aquele que te lê em cartas esperadas ou não, pequenos
bilhetes em sala de aula, mensagens eletrônicas emocionadas. É aquele
que te ouve ao telefone mesmo quando a ligação é caótica, com o mesmo
prazer e atenção que teria se tivesse olhando em seus olhos. Amigo é
multimídia.

Olhos... amigo é quem fala e ouve com o olhar, o seu e o dele em
sintonia telepática. É aquele que percebe em seus olhos seus desejos,
seus disfarces, alegria, medo. É aquele que aguarda pacientemente e
se entusiasma quando vê surgir aquele tão esperado brilho no seu
olhar, e é quem tem uma palavra sob medida quando estes mesmos olhos
estão amplificando tristeza interior. É lua nova, é a estrela mais
brilhante, é luz que se renova a cada instante, com múltiplas e
inesperadas cores que cabem todas na sua íris.

Amigo é aquele que te diz "eu te amo" sem qualquer medo de má
interpretação : amigo é quem te ama "e ponto". É verdade e razão,
sonho e sentimento. Amigo é pra sempre, mesmo que o sempre não
exista."

Amigo, Um Ensaio de Marcelo Batalha
(Escrito em: 20/10/1996)

Companhias

Já há muito que não fazia isto: dormir com os headphones, ficar a ouvir a música vezes sem conta, repetida, insistentemente, devagarinho a misturar-se com o sono, e sonhar que sim, que é possível, que tudo pode acontecer... que há ainda um futuro...
Um futuro por escrever...

sexta-feira, 25 de junho de 2004

Sem explicação

Hoje, em vez de escrever que alguém tinha "entalado" a mão entre dois postes de electricidade, escrevi posts.
Que quererá isto dizer???

quinta-feira, 24 de junho de 2004

Meu Deus!!! Estou sozinha na blogosfera!!!!
Na televisão ouve-se já o Hino.............

Stop

É incrível como o mundo gira mesmo.
Como, partindo de um ponto, se acaba sempre por lá voltar.
Independentemente das voltas que dê...
(tenho que quebrar o ciclo)

A propósito do "agora"

"Ao descer as escadas do mar voltei, finalmente, a enterrar os pés na areia.
Foi bom voltar a sentir o contacto com o mundo e saber que, mesmo girando indefinidamente sobre o seu eixo de gigante, continua com tempo para me receber.
Quanto tempo mais vou ficar presa a Terra, como um pequeno barco frágil, preso no cais num dia de tempestade, como este que hoje cai lá fora, com uma ténue corda a prender todos os movimentos ajudados pelas ondas?
Ao deixar-me entrar na areia molhada, devagarinho, sob o peso do corpo que me leva nesta viagem, levantei os olhos, e entre o céu e o mar voltou a estar o sol, quente e aberto, para me dar as boas vindas.
Talvez seja mesmo o corpo o barco que me prende ao mundo, a única barreira entre a alma e a Terra, que nos permite o contacto e ao mesmo tempo nos impede de desaparecer sob as ondas que ameaçam engolir-nos às vezes, e outras apenas enrolar-nos devagarinho ao sabor do mundo...
Um bocadinho confuso....
Acho que o tempo e o ar de praia, ao mesmo tempo que me abrem o apetite, abrem também os olhos, deixando que tudo o que me rodeia entre devagarinho, para preencher finalmente o vazio que me ocupou um dia.
Afinal, os olhos não são o espelho da alma.
São as portas e as janelas com que nos enchemos por dentro, e que nos deixam ver que há vida lá fora.
Será que é com eles que sentimos?
Será que o nosso coração é apenas um baú antigo guardado no sótão, onde vamos dobrando o que vemos e sentimos para ficar resguardado?
Talvez não.
A maior parte dos baús ficam fechados, e os corações não... (não?)
Estão cada vez mais abertos aos outros que os rodeiam, deixando que os olhos, os ouvidos e as mãos os preencham em cada momento, com uma capacidade quase infinita para dar e receber..."
AS; 07AGO1999

Retrospectiva



Melhor o rascunho....

Devia mesmo passar a seguir os bons exemplos que tenho e deixar de escrever posts para passar a escrever drafts... A evolução far-se-ia então de forma natural...

Obriguei-me a olhar para trás.
Tudo o que fiz, todo este tempo que passou, tudo o que não fiz...
Não posso continuar a correr atrás de ti sempre que te viras de costas, e a fugir à tua frente quando vens ter comigo...
Assumo o que não sei se é verdade.
Tenho que largar...
O barco está há demasiado tempo no cais.....

Oito anos depois

Diferente, acima de tudo.
Cor de laranja como cor dominante (e está na moda!), muita martelada e alho porro.
Os holandeses não aprenderam bem a lição, e com a euforia da vitória e da nossa cerveja, acharam que os martelos não deveriam ser usados nas cabeças, e divertiram-se a dirigi-los a outras regiões anatómicas bem mais atraentes (pelo menos para eles, imagino).
De resto, pareceu-me tudo mais vazio, talvez a chuva não tenha ajudado.
Ou talvez a festa que dantes era feita só na rua se tenha mudado para um Espaço Alternativo, onde Dj's estão ainda a passar música, e onde ficarão até às 11h00, como se prometia no folheto. (falo com inveja de quem entrou, noutras circunstâncias seria talvez a primeira a querer ir para lá...)

quarta-feira, 23 de junho de 2004

Isto

Isto é tudo muito estranho... muito estranho mesmo.
Gostava de me poder explicar melhor.
Não consigo.
Não posso.

Às vezes devia não ser coerente e apagar alguns posts....

Descobri!

E afinal era tão fácil: LETÃO = natural da Letónia!!!

Viva o S. João

Hoje há festa!!! (no país da fantasia, porque no real as desgraças continuam...)
Noite de S. João: música, sardinhas assadas, vinho da malga, broa de milho, febras e martelinhos (ler à moda do Norte, com o "e" aberto, por favor...) e ainda aquela coisa verdadeiramente dispensável: alho porro. (bah!)
A juntar às marchas e ao povo que irá festejar para a Avenida, hão-de estar Holandeses, ou a malta da Letónia (quando eu souber o nome corrijo!), ou até, quem sabe, ambos em alegre celebração seja do que for!
Querem melhor que isto?

Amanhã é feriado!!!!

Dúvida #4

Como se chamam as pessoas naturais da Letónia?
(desculpem a falta de cultura, mas realmente não sei!...)

terça-feira, 22 de junho de 2004

Traições....

- Como? Como pudeste ser capaz de me fazer uma coisa dessas???
- Um beijo... Sei que não foi correcto, sei que não há justificação, mas foi um momento em que não pensei, depois de tudo o que me disseste... Foi...
- Chega, não digas mais nada, nem quero saber mais nada! Uma traição destas não esperava, juro que não esperava...
- Traição? Isto que eu fiz não foi traição... As traições piores não são as que se praticam.........

segunda-feira, 21 de junho de 2004

ABSOLUTamente Verão





Porque gosto da garrafa, do conteúdo, e, sobretudo, da publicidade...
Achei que era uma boa forma de brindar ao Verão que hoje chegou.
Possa ele trazer tudo o que se espera para esta altura: sol, muito calor, praia, muito mar, boa disposição, muita festa.
Amor. (muito?) (basta-se a ele mesmo)

Assim

Caiu a noite, vencida pelos festejos alegres, ébrios, roucos de tanta alegria buzinada por aí...
Aqui reina uma calma obscura, estranha, depois de tantas batalhas travadas, de tantos serões como este, plenos de desespero e impotência por não se poder mudar a vida.
Hoje as noites são diferentes.
Lá fora o tempo já não é bruto, já não nos castiga impunemente com temperaturas invernais, e o céu desistiu de chorar sobre as minhas tristezas.
Cá dentro o meu coração bate mais calmo, sem sobressaltos pelo que perdeu.
Suavemente posso agora pousar o olhar no presente, sem recuar a cada passo para o que ficou para trás, sem ansiedade pelo chão que vou pisar a seguir...

Por agora quero ficar assim... Só assim.........

Amanhã é um novo dia.

domingo, 20 de junho de 2004

Dúvida #3

Porque trocámos o nosso tão português(!!!) "olé!" por um afrancesado "allez!"???

"Carta" que deixo aqui para mim...

"Desconfio que ainda não reparaste
que o teu destino foi inventado
por gira-discos estragados
aos quais te vais moldando...
E todo o teu planeamento estratégico
de sincronização do coração
são leis como paredes e tetos
cujos vidros vais pisando...

Anseio o dia em que acordares
por cima de todos os teus números
raízes quadradas de somas subtraídas
sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da vida
um ciclo vicioso
harmonioso do teu gesto mimado
e à palma da tua mão..."
Carta - Toranja

Dúvida #2

Se Portugal jogar hoje o último jogo, as bandeiras ficam ou são eliminadas das varandas?

Dúvida?

Sempre gostei de futebol, e embora não saiba de cor o nome dos jogadores, gosto de ver os jogos, principalmente se são das minhas equipas "do coração"...
Hoje não sei que faça: fico em casa e vejo bem, confortável, sentadinha a beber uma coca-cola e a ouvir a minha irmã protestar com os jogadores como se eles estivessem a ouvi-la perfeitamente lá no relvado, ou saio e vou para o "Euródromo", onde só consigo ver um pequenino quadrado do campo no ecrã gigante, através do espaço que fica entre as cabeças à minha frente, mas onde se grita por POR-TU-GAL, se salta, se festeja e se sofre (quase) como se se estivesse no estádio?

Muito Bom





Arto Lindsay - Prize

Agora vou à descoberta dos outros...

Sequência

Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Escrevo. Apago.

sábado, 19 de junho de 2004

mmmmm

que bom trincar o pêssego e ele ultrapassar as expectativas......

sexta-feira, 18 de junho de 2004

E que saudades do tempo em que as paixões eram mais leves...
Mais fáceis!
(e se calhar menos duradouras...)

Diferença

Que diferentes me parecem as coisas aqui, quando ficam preto no verde.......

"Acordei com o barulho das luzes que se perseguem numa luta constante de chamada de atenção.
Lá em baixo há uma massa de carne e sentidos que se torna difícil de conter.
E a música já não dá espaço para nada.
Sentes o corpo pesado como chumbo para um espírito leve, já bêbado disso que nem sabes que te puseram no copo.
E só aí te libertas.
Como quando éramos balão sem ar, cheio de tão vazio que não se aguentou em lado algum.
Lembras-te, de quando o sol era mais forte do que nós e se deitava às escuras para nos iluminar com a sua luz de dia novo e alegre? Vendo bem, hoje os covardes somos nós, que fugimos da lucidez, buscando paz nas orgias de fumo constante, quando a lua fria é o nosso único calor.
Lembras-te?
E correr era apenas o despejar da alegria inesperada de quem tem o mundo pelas costas e ele nos sabe a asas, e não a peso...
Aí éramos felizes, com os pés descalços húmidos de embriaguês na relva verde que cai com o Verão.
E hoje não. Hoje a felicidade dói de tanta que é.
A bebedeira deixou de ser constante, e de cada vez que vem é como uma onda de pôr-do-sol com mar revolto, sem nuvens de tempestade. O som rouco do bater nas rochas com gritos de gaivotas desesperadas e uma loucura de cores quentes infinitas, que percorrem todos os tons existentes entre o vermelho do sol e o negro do céu novo, ainda sem lua ou estrelas.
E a música soa a gritos de vale a pena viver.
No entanto tenho-te à minha frente, e estou um degrau acima.
No meio de todo o conflito humano há o teu pescoço moreno cortado pelo fio preto. E significa apenas um nada que queima cá dentro como tu nunca queimarás.
Há um balcão sobre a pista de onde se deve ver bem: o grandioso espectáculo que dá vertigens de medo e desejo. A combinação perfeita para a atracção. Já pensaste? Será que achavas que ia ter este fim?
E ainda nem sequer começou.
E de lá de cima vê-se com uma nitidez incrível. Quase de olhos, e não de coração.
Há um exército de formigas que percorrem todos os músculos que comandas e não comandas e surge uma vontade rouca de fugir.
E no entanto há qualquer coisa de tão diferente na maneira de falar e de mexer e... sei lá!
O medo sobrepõe-se mesmo à vontade de fugir e aí surge a vertigem.
E lá em baixo é perfeito.
A atracção para o vazio, mais que do que tudo.
Lá em baixo.
A queda para o desconhecido.
Hipnótica.
Perfeita para uma noite como esta.
E lá fora está frio...
Será que alguma vez vamos sair daqui?
Hoje não.
A memória falha como um copo sem fundo incapaz de reter todo esse líquido alegria.
Resta um pouco de prazer nos olhos.
Tudo de olhos nos olhos, como se não houvesse um pouco de alma no mundo.
Mas a vida é incrível...
A ressaca sabe mais a álcool do que a própria bebedeira e tens vontade de mais. De muito mais disso, o que quer que seja, que te deixa lívido de viver, de algo tão forte que nem consegues sentir.
E afinal.....
Tudo vai para além dos limites do imaginável.
Quando falamos em sentimentos tudo está muito mais dorido. Sensível ao novo esforço que atinge muito mais forte do que o primeiro.
Lá fora já cai o pano da noite.
Um copo vazio resta no mar que vai e vem devagar, passada a tormenta. Resta no mar... E no mar resta a calma de algo incontrolável, que não tem palavras, e está longe. Mas tão longe da indiferença!
Acreditas em amor à primeira vista? Eu não.
Mas há olhos de todas as cores, como o pôr-do-sol.
E desde a primeira vez, sempre que a areia se abate sobre os meus pés ainda verdes de relva, o céu está imundo de cores. E é tão difícil largá-lo como... como a ressaca inacabada, que é a maior bebedeira. Da minha vida.
Sabe a perfume quente, a cerveja e a pasta dos dentes.
E a tudo o resto, que a luz, e a música e a quarta-feira à noite. Inacabada...

O dia amanheceu curto, da noite violenta.
Há um corpo a boiar no mar, e através do seu vidro cristalizado flutua um copo de verde.
E o mar gagueja ondas atrás de ondas, indiferente a todo o calor que da noite para o dia se transformou em sol."
AS; 01ABR1994

Isto escrevi eu quando quase me apaixonei por um colega da minha irmã mais velha, lindo, moreno de olhos verdes, que gaguejava com um charme irresistível quando estava nervoso... Usava um perfume quente, que me deixava completamente tonta...
Como é possível terem passado dez anos?
Se na altura eu era uma miúda, o que serei agora????

Se eu soubesse...

... tinha-te deixado isto:





...em vez das flores......

PARABÉNS!!!

Dia Especial





Porque hoje é um dia especial deixo aqui estas flores.
Alguém especial virá buscá-las, espero...
E saberá que não há flores nem palavras que consigam mostrar o quanto a minha vida é também mais especial por tê-la conhecido...

quinta-feira, 17 de junho de 2004

Regresso

Passou um mês desde que vim embora pela última vez. Um mês inteirinho e uma semana que é esta que agora acaba...
Já não me lembro de estar tanto tempo sem percorrer esta distância que me separa de tanto do que me faz bem...
Agora é tempo de pensar no regresso, mas tenho fugido porque sei que ainda não estou em equilíbrio completo, e assusta-me pensar que posso voltar a cair...
Estranho como com o tempo e os quilómetros tudo se vai esbatendo, e no entanto não quer dizer que não fique sempre cá esta saudade, enorme, que vai crescendo, devagarinho, silenciosamente dentro de mim.
Já não é como no início, agora já quase não é dor...

Por isso tenho medo....
(pois, eu sei... mas a coragem ainda não é o meu forte...)

Via Principal

Decidi remodelar os meus links...
Na verdade eles são mesmo isso: os meus links.
Formam a minha via principal na blogosfera.
Neles e com eles descubro novos horizontes.
Nesses horizontes novos blogs.
Nesses blogs novas viagens...

O tempo...





É verdade, e é óbvio: as coisas só nos chateiam enquanto pensamos nelas...
Não sei se é irresponsável ou não, a mim parece-me mais uma questão de sobrevivência.......

O tempo vai passando, vou estando mais ocupada, vou tendo outras coisas para fazer, outras pessoas para ver, outros projectos para abraçar...
Dei hoje por mim a pensar em ti calmamente, casualmente, por qualquer coisa sem importância que me fez lembrar de ti...
Tal como pensaria em qualquer um dos meus amigos: calmamente, casualmente, sem sobressaltos...

Que estranho isto!!!

Não foi uma vez sem exemplo, tenho a certeza (ou quero muito ter, o que já um princípio...) que é esse o futuro que se vai instalar...

quarta-feira, 16 de junho de 2004

O que quisermos





Eu também não, mas gostava de me ouvir a mim mesma....

Truz Truz

Está aí alguém???

Terá sido...

...a Nortada?

Assim

Hoje tudo em mim é "itálico"....

Nocturnos

Se ele tivesse aparecido era bom ficar em silêncio a ouvir uma música qualquer que me enchesse tudo cá dentro, ainda que ele não estivesse fisicamente aqui, deitada na rede da minha varanda, a espreitar descaradamente o céu, a sentir o vento fresco e forte, com muita personalidade, que tem surgido à noite tornando-a melhor: mais verão.

É físico...

Como é bom este cansaço físico que me pesa nas pálpebras e me impede de ver mais cansaços: o outro cansaço....
Por isso mesmo, porque hoje tudo em mim é aéreo, apetecia-me ficar só assim, a escrever tudo o que me passasse directamente do lado esquerdo do peito para os dedos no teclado, sem interferências do quinto andar. Será que não é assim que faço sempre? Não sei...
Tenho vontade de disparatar, de discorrer sem nexo, de bloguear sem destino...
É bom ir à deriva, sem encontros marcados, sem expectativas, sem pressentimentos ou assentimentos: é assim que surgem as coisas. As melhores coisas...
Estou cansada. Já tinha dito? Pois, estou cansada.
Físico. Este cansaço é físico.
E é tão bom.........

Com gelo

Copo de coca-cola ao lado. Gelo. Muito gelo.
A vida quer-se assim: gelada, com gás na dose certa (por isso evito a de lata), bebida de um trago...

terça-feira, 15 de junho de 2004

Porque sim

Às vezes abro isto só porque sim, sem nada em concreto para escrever, sem posts premeditados...
Este blog tornou-se uma companhia que não dispenso.
Por quem o lê.
Por ele mesmo, porque me faz bem escrever...

segunda-feira, 14 de junho de 2004

Que estranho.....

Hoje não estou com o "síndrome de domingo à noite".....

"A vida quer-se um turbilhão"

Não sei se sou a única pessoa a fazer isto, nem sei se é muito correcto: usar o comentário de alguém para criar um post.... Espero que não te importes muito "padrinho", mas apeteceu-me mesmo!

Tens razão e não tens...
Este turbilhão não tem piada nenhuma porque me dá pesadelos, porque não me deixa adormecer nem descansar, porque me está a tirar as coisas mais importantes da minha vida e eu estou a deixar. Ou melhor: estou a ajudar. Estou a dar uma GRANDE ajuda!

A vida quer-se um turbilhão quando chegam estas noites boas, em que corre um ar saudável, que convida atudo menos a ficar em casa e ir dormir...
Quando temos alguém à nossa espera ou então esperamos ir ao encontro de alguém...
Quando esse turbilhão de que falas está dentro do nosso peito....... e faz com que, quando ele chega não haja mais nada à volta, e com que os ouvidos fiquem distraídos para tudo o que não seja a sua voz, mesmo que nem se preste grande atenção às palavras por se estar tão atenta a todos os gestos, a todos os detalhes, que no conjunto lhe dão forma....

Queria que ele aparecesse, tenho uma vontade imensa de ficar lamechas....
(duplo plágio?)

Será...

...da Primavera?
(que, atrasada, só agora começa a fazer efeito?)

Coitadinho do Mamute!!!!

E aqui fica o momento educativo da noite:

A História do Mamute.........

domingo, 13 de junho de 2004

Variações

Hoje para variar (um bocadinho muuiittooo pequenino) estou bem disposta.
Não sei se sei escrever quando a vida me corre bem.
Talvez saiba, senão não estava aqui...

Frase da noite

"Já não suporto mais esta instabilidade com uma pessoa que é tão importante para a minha estabilidade"

Fruta

Não há nada melhor do que o Verão...

Morangos, frequinhos, com açúcar e limão, ou transformados em gelado caseiro...
Depois mais quente.
Sol, muito sol, muito calor...
Aquele cheiro especial que têm as noites, quando se sai de casa no fim de jantar e ainda há luz, e a temperatura é mesmo a óptima.
Mais leves, menos roupa, mais quentes, mais frescos...
Cerejas, aos pares, aos trios, sozinhas de vez em quando, vermelhas, doces e ácidas. Rijas.
Praia, ondas, mar, muito, muito mar, muita água e sal, para lavar as feridas.
Um tom mais castanho (para alguns...), a roçar o saudável...
E os pêssegos, carecas ou não, o melão, a melancia......

Não há nada melhor do que a fruta do verão...

sábado, 12 de junho de 2004

Pronto...

...já passou...
(o ataque de estupidez aguda)(aguda????)

Ninguém tem culpa desta estupidez enorme...
Por mais que às vezes me tente convencer que estão todos contra mim.
Acho que é mais fácil pensar que há uma razão, em vez de pensar que é a ordem natural das coisas e que, no fundo, só porque não é tudo como dantes não quer dizer que o fundamental esteja diferente...
É que, ao pensar que há uma razão, penso que posso fazer qualquer coisa...
Por isso é que tenho que meter isto na cabeça: é assim.
Tão simples como isto: é assim.
Não podia ser diferente.

E isto escapa-me de uma forma que nem tem explicação.

É absurdo pensar que me construí assim, e que, depois de alguns acidentes, tenho quase a certeza que a nova obra não terá grandes inovações em relação ao modelo anterior....

PUM-CATRAPUM-PUUUUUUUUM

Mais uma queda, cara em cheio no chão...
Sempre que caio dói.
Dói muito...
Parece que custa mais a levantar, mas a verdade é que cada vez caio menos, por isso o esforço não é em vão.
Também é bom porque tem estado sol, não há lama no chão.
Por isso basta tentar sacudir a poeira que me traz as lágrimas aos olhos.

Seria muito melhor....

"Seria muito melhor que não precisássemos do sono para estar em paz"
José Saramago - Ensaio Sobre a Lucidez

Seria.... É verdade.

É tarde.
Porque não consigo adormecer?
(não sei para que insisto em fazer as perguntas se já conheço as respostas...)

E de engraçado nem sei se tem alguma coisa....

É engraçado...
Ao olhar para trás vejo com uma clareza assustadora os passos que dei.
Hoje, graças a eles cheguei aqui...
Faz-me lembrar um post, que li há uns tempos atrás.....

isto não pode ser normal!!!

sexta-feira, 11 de junho de 2004

Wise Up

"It's not
What you thought
When you first began it
You got
What you want
Now you can hardly stand it though,
By now you know
It's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up

You're sure
There's a cure
And you have finally found it
You think
One drink
Will shrink you 'til you're underground
And living down
But it's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up

Prepare a list of what you need
Before you sign away the deed
'Cause it's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up
No, it's not going to stop
'Til you wise up
No, it's not going to stop
So just...give up"
Aimee Mann

Hoje ouvi esta música, quando estava no BO.

Não consigo evitar, traz-me automaticamente lágrimas aos olhos qualquer que seja a minha disposição...
Porque me arrasta sempre para partes da minha vida em que tudo o que eu queria era só mesmo isso: que parasse...
Mas é mais ou menos como agora, não vai parar, não vai haver paz, não vai haver NADA a não ser esta dor estúpida, idiota, sem sentido, sem lógica, sem nenhuma razão de ser, que não vai desaparecer enquanto eu não ganhar juízo, enquanto não crescer, enquanto não domesticar o meu coração, enquanto não perceber que tenho MESMO que mudar porque assim NUNCA vou ser feliz...

E não: não vou desistir.

quinta-feira, 10 de junho de 2004

Cadê você?

"A gente quase não se vê
Eu só queria me lembrar
Me dê notícia de você
Me deu vontade de voltar"
Chico Buarque

Para uma Amiga, de sobrenome "Só"... ;)

Como era antes?

"É estupidez entristecermo-nos pela perda de uma companhia: podíamos nunca ter encontrado essa pessoa, portanto, podemos dispensá-la"
Cesare Pavese (para variar tirado aqui do lado)

Não posso deixar de pensar que tem lógica.
Tem mesmo MUITA lógica.
Então porque não é verdade?
...
Porque nos habituamos às pessoas e depois já não sabemos como eram as coisas antes delas?
...
É mais ou menos como os telemóveis....
...
Eu sou dependente, assumo, e não sei mesmo como fazia antes....

Estou a tentar habituar-me a ter saudades tuas.
Acho que não consigo...

terça-feira, 8 de junho de 2004

3 meses depois....

Ontem fez três meses que comecei a escrever aqui...
Olho para trás e vejo-me debaixo de água, a lutar para não me afogar.
Acho que, lentamente, volto à superfície....

Quem vou encontrar na praia, à minha espera?
Alguém? Alguém esperou por mim?

Nesta ânsia dos dias que passam, a vida vai-se fazendo, passo a passo.
Constroem-se com os tijolos das horas, o cimento dos minutos, as vigas dos segundos e com a mão da distância estas paredes que nos separam.
Gostava de pensar que estamos a fazer casas. Espaçosas, luminosas. Minimalistas, até, se quiseres.
Casas abertas, com portas reconfortantes, onde nos encontraremos sempre uns aos outros, na alegre bebedeira da saudade que morre...

Talvez.
Um dia..............

O mar no horizonte

Há alguns dias atrás tentei convencer-me a mim própria que podia olhar para a vida de um outro ângulo. Que bastava de Inverno no meu coração e chuva nos meus olhos, e que estava na altura de abrir a janela e deixar o sol grande, quente, enorme, entrar sem receio pela minha vida dentro.

Infelizmente não passa só por aquilo que decidimos. Era fácil demais...

Mas a verdade é que tem ajudado... Coincidências, ou então um olhar mais atento da minha parte, trazem-me mais motivos para olhar a vida de frente e sorrir mais frequentemente.
Há coisas boas à nossa volta. SEMPRE. Difícil é abrir os olhos e ver.

Não é o grito de vitória. Sei que esse só vou poder dar quando olhar para trás e vir algures no percurso a curva do caminho que me mostrou o mar. Sei que ainda vou tropeçar algumas (ou muitas!) vezes, mas sei também que estou a fazer caminho. Bom caminho. Isso dá-me alguma paz.

Tenho dormido melhor....

Chuva Oblíqua

"I
Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito
E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios
Que largam do cais arrastando nas águas por sombra
Os vultos ao sol daquelas árvores antigas...

O porto que sonho é sombrio e pálido
E esta paisagem é cheia de sol deste lado...
Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio
E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol...

Liberto em duplo, abandonei-me da paisagem abaixo...
O vulto do cais e a estrada nítida e calma
Que se levanta e se ergue como um muro,
E os navios passam por dentro dos troncos das árvores
Com uma horizontalidade vertical,
E deixam cair amarras na água pelas folhas uma a uma dentro...

Não sei quem me sonho...
Súbito toda a água do mar do porto é transparente
E vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse desdobrada,
Esta paisagem toda, renque de árvores, estrada a arder em aquele porto,
E a sombra duma nau mais antiga que o porto que passa
Entre o meu sonho do porto e o meu ver esta paisagem
E chega ao pé de mim, e entra por mim dentro,
E passa para o outro lado da minha alma...

II
Ilumina-se a igreja por dentro da chuva deste dia,
E cada vela que se acende é mais chuva a bater na vidraça...

Alegra-me ouvir a chuva porque ela é o templo estar aceso,
E as vidraças da igreja vistas de fora são o som da chuva ouvido
por dentro...

O esplendor do altar-mor é o eu não poder quase ver os montes
Através da chuva que é ouro tão solene na toalha do altar...

Soa o canto do coro, latino e vento a sacudir-me a vidraça
E sente-se chiar a água no facto de haver coro...

A missa é um automóvel que passa
Através dos fiéis que se ajoelham em hoje ser um dia triste...
Súbito vento sacode em esplendor maior
A festa da catedral e o ruído da chuva absorve tudo
Até só se ouvir a voz do padre água perder-se ao longe
Com o som de rodas de automóvel...

E apagam-se as luzes da igreja
Na chuva que cessa...


III
A Grande Esfinge do Egipto sonha por este papel dentro...
Escrevo - e ela aparece-me através da minha mão transparente
E ao canto do papel erguem-se as pirâmides...

Escrevo - perturbo-me de ver o bico da minha pena
Ser o perfil do rei Cheops...
De repente paro..
Escureceu tudo... Caio por um abismo feito de tempo...

Estou soterrado sob as pirâmides a escrever versos à luz clara
deste candeeiro
E todo o Egipto me esmaga de alto através dos traços que faço
com a pena...
Ouço a Esfinge rir por dentro
O som da minha pena a correr no papel...
Atravessa o eu não poder vê-la uma mão enorme,

Varre tudo para o canto do tecto que fica por detrás de mim,
E sobre o papel onde escrevo, entre ele e a pena que escreve

Jaz o cadáver do rei Cheops, olhando-me com olhos muito abertos,
E entre os nossos olhares que se cruzam corre o Nilo
E uma alegria de barcos embandeirados erra
Numa diagonal difusa
Entre mim e o que eu penso...

Funerais do rei Cheops em ouro velho e Mim!...


lV
Que pandeiretas o silêncio deste quarto!...
As paredes estão na Andaluzia...
Há danças sensuais no brilho fixo da lua...

De repente todo o espaço pára....
Pára, escorrega, desembrulha-se....
E num canto do tecto, muito mais longe do que ele está,
Abrem mãos brancas janelas secretas
E há ramos de violetas caindo
De haver uma noite de Primavera lá fora
Sobre o eu estar de olhos fechados...


V
Lá fora vai um redemoinho de sol os cavalos do carroussel...
Árvores, pedras, montes, bailam parados dentro de mim.

Noite absoluta na feira iluminada, luar no dia de sol lá fora,
E as luzes todas da feira fazem ruído dos muros do quintal...
Ranchos de raparigas de bilha à cabeça
Que passam lá fora cheias de estar sob o sol,

Cruzam-se com grandes grupos peganhentos de gente que anda na feira.
Gente toda misturada com as luzes das barracas, com a noite e
com o luar.
E os dois grupos encontram-se e penetram-se
Até formarem só um que é os dois...
A feira e as luzes da feira e a gente que anda na feira.

E a noite que pega na feira e a levanta ao ar,
Andam por cima das copas das árvores cheias de sol,
Andam visivelmente por baixo dos penedos que luzem ao sol,
Aparecem do outro lado das bilhas que as raparigas levam à cabeça,
E toda esta paisagem de Primavera é a lua sobre a feira,
E toda a feira com ruídos e luzes é o chão deste dia de sol...

De repente alguém sacode esta hora dupla como numa peneira
E, misturado, o pó das duas realidades cai
Sobre as minhas mãos cheias de desenhos de portos
Com grandes naus que se vão e não pensam em voltar...
Pó de ouro branco e negro sobre os meus dedos...
As minhas mãos são os passos daquela rapariga que abandona a feira,
Sozinha e contente como o dia de hoje...


VI
O maestro sacode a batuta,
E lânguida e triste a música rompe...

Lembra-me a minha infância, aquele dia
Em que eu brincava ao pé dum muro de quintal
Atirando-lhe com uma bola que tinha dum lado
O deslizar dum cão verde, e do outro lado
Um cavalo azul a correr com um jockey amarelo...

Prossegue a música, e eis na minha infância
De repente entre mim e o maestro, muro branco,
Vai e vem a bola, ora um cão verde,
Ora um cavalo azul com um jockey amarelo...

Todo o teatro é o meu quintal, a minha infância
Está em todos os lugares, e a bola vem a tocar música,
Uma música triste e vaga que passeia no meu quintal
Vestida de cão verde tornando-se jockey amarelo...
(Tão rápida gira a bola entre mim e os músicos...)

Atiro-a de encontro à minha infância e ela
Atravessa o teatro todo que está aos meus pés
A brincar com um jockey amarelo e um cão verdc
E um cavalo azul que aparece por cima do muro
Do meu quintal... E a música atira com bolas
A minha infância... E o muro do quintal é feito de gestos
De batuta e rotações confusas de cães verdes
E cavalos azuis e jockeys amarelos...
Todo o teatro é um muro branco de música

Por onde um cão verde corre atrás da minha saudade
Da minha infância, cavalo azul com um jockey amarelo...
E dum lado para o outro, da direita para a esquerda,
Donde há árvores e entre os ramos ao pé da copa
Com orquestras a tocar música,
Para onde há filas de bolas na loja onde a comprei
E o homem da loja sorri entre as memórias da minha infância...

E a música cessa como um muro que desaba,
A bola rola pelo despenhadeiro dos meus sonhos interrompidos,
E do alto dum cavalo azul, o maestro, jockey amarelo tornando-se preto,
Agradece, pousando a batuta em cima da fuga dum muro,
E curva-se, sorrindo, com uma bola branca em cima da cabeça
Bola branca que lhe desaparece pelas costas abaixo..."

Fernando Pessoa


Este foi o primeiro poema que ouvi de Fernando Pessoa. Lido pelo meu professor de Português no 10º ano, com uma emoção à qual devo a minha paixão pela poesia em geral, e por Fernando Pessoa em particular. Graças a ele li mais. Escrevi mais...

Através da janela aberta...



segunda-feira, 7 de junho de 2004

Idade?

Às vezes parece que tenho 15 anos........

domingo, 6 de junho de 2004

Apanhados

No meu próprio blog encontrei estas citações lindas de morrer, e nada machistas....






Melhor que isto só se viessem acompanhadas do feliz comentário do nosso Ministro da Saúde, acerca das cotas para defender a entrada de mais elementos do sexo masculino na Licenciatura em Medicina... Enfim!

Mas para animar um pouco as coisas descobri ainda que alguém veio aqui ter através da pesquisa por "Miami"... Como é que é possível??? Espero que tenham gostado da estadia aqui, onde reinam o sol, o mar e, acima de tudo, a boa disposição!!! :D

Luar na Lubre

Música celta, galega, de uma sonoridade mágica, que nos transporta para um outro lugar.
Um lugar melhor...

Ontem pude vê-los ao vivo, numa pequena vila na Galiza, onde deram um espectáculo inesquecível.
Foram de uma simplicidade e de uma simpatia extraordinárias, principalmente depois de saberem que tínhamos viajado de propósito para os ouvir.
Um dia em cheio, seguido de uma noite ainda melhor.

Obrigada pela oportunidade. Mais uma vez, se não fosses tu, estaria sempre dentro do baú onde guardo tudo o que ficou para trás, e não conseguiria sair e ver que há mais coisas para vir. Coisas boas, por que vale a pena esperar com um sorriso aberto...
A música, mais uma vez, a marcar etapas na minha vida.

sábado, 5 de junho de 2004

Acho que nunca tinha estado tanto tempo sem marcar a minha presença aí.
Aos poucos percebo que é verdade, por muito pouco que goste de cá estar, a distância faz-me bem.
Agora falta a pior parte: o equilíbrio entre isso e a proximidade que não quero perder...
Não sei se isso é possível...

Uma amiga minha tinha uma frase muito sábia:
"Se a vida não fosse tão complicada, era bem mais simples"

Dúvida

Quando é possível deixar de sentir como uma dor a falta dos amigos?

quinta-feira, 3 de junho de 2004

Apetites

Não sei como me lembrei disto, mas apetecia-me receber uma carta....

Blogs em extinção

Não sei bem o que se passa, ou sequer se se passa alguma coisa, mas ultimamente vejo que vários Blogs chegam ao fim. Outros, ainda, não acabam declaradamente, mas recebem posts cada vez menos frequentemente... Até que um dia deixam de ser actualizados. Não sou propriamante "experiente" nisto da Blogosfera, por isso também não sei se é um fenómeno normal, ou se é de agora...
Se calhar ao contrário da maior parte das pessoas, comecei a escrever o blog sem saber bem o que era um blog. Curiosamente nunca tinha lido nenhum... O que mais me seduziu foi a liberdade: escrever o que quisesse, sem limites de qualquer espécie. Quando me apetecesse, como me apetecesse, o que me apetecesse. Um blog é fruto de egoísmo, quase sempre. Só escrevemos para nos satisfazer a nós próprios, porque temos necessidade de deitar qualquer coisa cá para fora. Assim sendo, o fim de um blog também não diria respeito a mais ninguém senão à pessoa que o mantém.... Mas depois já não é só uma pessoa... Há as outras, as que se habituaram àquela companhia frequente, a uns minutos a passear de página em página, a viajar para alargar os horizontes...
Tenho pena que alguns blogs cheguem ao fim. E que outros não sejam actualizados com a frequência com que eu gostava de os ler.

quarta-feira, 2 de junho de 2004

Afinal...

... não era um cometa....

BRUTAL!

Hoje vi um cometa.... :)

Não sei...

...o que pensar desta nova posição estrategicamente geográfica que temos agora, um em relação ao outro...
Parece-me incrível querer fugir e esbarrar sempre contra ti, em todas as esquinas da minha vida...
Começo a duvidar se o caminho se faz para a frente, ou se é para os lados, ou para trás, ou em qualquer outra direcção...

Rotina

Devia ir dormir, mas mesmo quando as horas avançam no relógio e na noite, parece-me sempre que é cedo demais. Fica sempre a sensação de que havia ainda tanto para fazer... É mentira, não há mais nada para fazer. E amanhã, rotineiramente, terei que me levantar, ir trabalhar, e algum tempo depois acordar. É assim todos os dias...

terça-feira, 1 de junho de 2004

Ainda o sol...

Porque quando está sol há mais luz: vêem-se melhor as coisas boas que nos rodeiam.