segunda-feira, 31 de maio de 2004

O Sol chegou





Hoje, chegou hoje...
Não avisou, entrou simplesmente pelo céu dentro
Aqueceu-nos o olhar e o coração
Deixou-nos num sítio melhor
Mais vivo
Mais alegre
Mais Verão.

domingo, 30 de maio de 2004

Uma questão de fé

Às vezes era tudo tão mais fácil se acreditássemos simplesmente naquilo que dizemos...

"Hoje o tempo voou longe para
Junto de onde estás.
Corri o céu e o mar e as ondas
À tua procura, e por entre as
Rochas apenas um resto de
Areia que como o tempo escorregou
Entre os dedos.
Súbita esta vontade rouca de sair
E gritar. Chamar-te onde ouves
Com os olhos e as mãos e não
Com os ouvidos.
Achar-te?
Não sei. Procurando de novo no
Mundo tenho medo de não me encontrar.
E perder-me assim de ti."
AS; 07/12/1997

Companhia II

É óbvio que fico "curiosa" em relação a quem lê isto...
Sem que eu quisesse os posts que escrevo ultrapassam-me quase sempre e dizem, muitas vezes, coisas que não digo a ninguém. Não é saudável, já sei...
Mas por outro lado tem-me feito bem escrever, ler, escrever, e sei que só é assim porque me consigo manter (mais ou menos) anónima, e porque a maioria das pessoas do outro lado não me conhece realmente.
Aos poucos tenho trocado os meus "livrinhos" pelo Blog...

Acho que tens toda a razão, "padrinho"...

Companhia




Às vezes, quando encontro isto, tenho uma vontade imensa de passar através do ecrã, de ver quem está do outro lado, de saber o que pensa, o que sente...

Mais "A"

Tenho poucos amigos capazes de me questionar, de me confrontar com as coisas, capazes de sinceridade SEMPRE.
Não precisam de ser muitos, bastam os especiais...
A ti, porque estás sempre presente, porque na maior parte das vezes sinto que não demonstro o TANTO que representas para mim...

A

Estranho fenómeno o de hoje à noite...
Abri os olhos e ainda a dormir vi o que escreveste.
Sem eu querer o mar inundou-me o olhar, e sem ter despertado adormeci a chorar.
Estranho... Ou talvez não.

Às vezes sentir que que a Amizade é especial ultrapassa-me...

Defeito

Faço depender a minha felicidade demasiado das outras pessoas.

sábado, 29 de maio de 2004

Fiz mousse de chocolate...

... para adoçar um pouco a vida...

sexta-feira, 28 de maio de 2004

Calibrar é possível?

Uma vez disseram-me que a chave da felicidade está em aceitar o que as pessoas à nossa volta têm para nos dar em determinado momento, sem questionar...
Isto nunca me saiu da cabeça porque me parece, conhecendo-me, impossível de realizar...
Mas seria muito verdadeiro...
A questão é que, se estamos habituados a receber em qualidade e quantidade bem determinada, como vamos de repente aceitar, simplesmente, sem protestar, e, muito mais complicado, sem sofrer, que as coisas mudem?
Da mesma forma, como é possível ir ao encontro dos outros sem expectativas? Como se controlam os sentimentos, os pensamentos, a imaginação???

No fundo as relações seriam como balanças muito bem calibradas, e em cada prato estava de cada um o que cada um queria dar, sendo o bastante para se alcançar o equilíbrio... Na realidade esse equilíbrio existe, mas é precário. A todo momento há gestos, palavras, olhares, que tanto pela presença como pela ausência fazem tremer os pratos. Às vezes são apenas pequenas oscilações, fáceis de compensar... Outras vezes os pratos balançam demais, perde-se a carga, já não se consegue nivelar nada, e a balança estraga-se.....

"Meu coração quebrou-se
Como um bocado de vidro
Quis viver e enganou-se..."

Fernando Pessoa - Poesias Inéditas

Dorme-se (mal).
Acorda-se?
Trabalha-se (bem).
O corpo não, mas o espírito mais em paz.
De cada vez que se tropeça nas pedras só há uma hipótese: levantar.
Voltar à estrada.
Fazer caminho.

(Toxico)Dependência

Mas não dura sempre, a falta que me fazem acaba por superar o medo da dor e volto... volto sempre.
Devia????

"Comfortably Numb"

Não sei quando volto...
Aos poucos acontece o que eu menos queria: o medo da dor sobrepõe-se e começo a evitar possíveis factores desencadeantes...
Prefiro manter-me anestesiada com a distância, sem os sobressaltos que me trazem os encontros, sem o poder destrutivo que tem a despedida...

Na verdade, faz-me tão bem ir aí... mas faz-me TÃO MAL vir embora.....................

Marcha-atrás

Sei do que tento escapar-me, sei a estrada que escolhi, mas não é fácil caminhar devagar sobre os dias acumulados, constantes, sobre esta distância muda que percorro de costas, sempre com o olhar fixo não na meta mas no que vai ficando para trás, devagar, afastando-se progressiva, dolorosamente no horizonte...
Hoje estou cansada.
Estou mesmo cansada.
Era tão mais simples dar meia volta e encarar a vida de frente...

Porque é que não consigo ou não quero ou não sei ou..... Sei lá!

quinta-feira, 27 de maio de 2004

Verdade

"Difícil
não é libertarmo-nos
do que nos prende
mas sim do que nos livra"
O Parolo - 24/05/2004

Recordar não é viver

(pelo menos para já...)

Como foi no ano passado... Com quem vi... Com quem fui ter de seguida para festejar... Com quem partilhei esta alegria...

Não consigo evitar, por mais que tente. No fundo isso também não vai mudar, pelo menos para já, por isso o primeiro passo é aprender a conviver de forma saudável com as minhas lembranças... E não está a ser fácil... Claro!

No fundo não desaparece esta sensação asfixiante de que há coisas que NUNCA MAIS voltarão, e nunca mais é tanto tempo.......

Um dia, não sei ainda quando, vou conseguir saborear todas essas recordações com o carinho e a felicidade de ter tido a oportunidade de passar por lá... sem este tempero, que azeda tudo.

quarta-feira, 26 de maio de 2004

Bibó FCP!!!! :)

Tripeira e portista desde que me conheço, hoje só estaria mais feliz se estivesse nos Aliados!!!!

terça-feira, 25 de maio de 2004

Bússola

O meu coração parece uma bússola, às voltas sobre o próprio eixo à procura do norte...
E se alguém passar por mim a oeste?
...

"Mal fora iniciada a secreta viagem
um deus me segredou que eu não iria só.

Por isso a cada vulto os sentidos reagem,
supondo ser a luz que deus me segredou."

David Mourão Ferreira - Inscrições sobre as ondas

Sono

Preguiça
Moleza
Inércia
Cama?

À procura

Por onde andará o sol???

A caminho

Choveu o dia todo, um tempo cinzento, mas já sem aquele frio que entra corpo dentro para nos roubar a alma.
Foi um bom dia, dentro do que têm sido os dias...
A estrada é longa...

domingo, 23 de maio de 2004

Domingo II

(ou o início de uma nova vida)

Acho que já tinha dito, mas não há problema em voltar a dizer, porque este blog prima mesmo pela repetição: DESTESTO os domingos à noite. Sempre os detestei, primeiro porque no dia a seguir recomeçavam as aulas, depois porque tinha que fazer o saco à pressa para me enfiar numa camioneta apinhada de gente como eu, que ia começar a semana para outro sítio qualquer, e hoje porque amanhã começa mais uma semana, que em tudo se adivinha igual a estas vinte e uma que já passei aqui.
Nestes últimos dias tenho pensado que tenho que começar a mexer-me. O Inverno já acabou e o tempo de hibernar está a ir-se embora com ele, por isso preciso desesperadamente de acordar para a vida. E marquei para mim própria uma data para recomeçar a minha vida, e essa data é amanhã.
Sei que vai ser difícil romper alguns dos fios que teci à minha volta neste casulo, mas hei-de conseguir sair, e se tiver que queimar as asas, então que seja de encontro à luz e ao sol.

A partilha





Porque tudo o que nos acontece, depois de partilhado, se torna mais real...
E, com sentido ou não, passa a uma nova dimensão, onde já não estamos sozinhos, onde o que nos parecia escuro se torna mais claro, onde o que nos assusta e nos parece incontornável se transforma em matéria maleável de vida...
Bestial, não é?

A preto e branco

Revelei rolos antigos depois de os ter acabado com fotografias novas.
Já não me lembrava do que lá estava, e surpreendi-me........
Não sei porque as coisas acontecem sempre nas alturas mais estranhas, quase como se houvesse realmente uma mão por trás de tudo isto, a escrever o argumento da minha vida...
Não percebo.

As pessoas, os olhares, os sítios, os momentos... o passado.
Tudo me inundou de repente desta saudade imensa que não passa...

A calma que foi ontem apagou-se momentaneamente, volta já. (disse ela)

Aos poucos vou crescer, vou saber lidar com tudo isto sem me angustiar, vou voltar.
(a ser eu)
O caminho é para a frente. Sempre para a frente.


"Ao longe o mar verde de flores
E nós aqui tão perto.
Que fizémos do que deixámos para trás
Perdido entre as folhas verdes de tinta
Que nos dissemos um ao outro
Entre trocas de azul?
Talvez se o mundo parasse...
Tudo o que é vida e sol em nós
Nasceria atrás de um monte sozinho
E nós aqui tão perto
Estendíamo-nos as nossas mãos
Quentes de céu e fazíamos o mar
Com os nossos olhos castanhos de terra.
Terra verde de flores."
AS; 27Mai1997

"Prenda"

Uma aguarela para uma aguarela...
(porque terás sempre uma cor especial...)

Aguarela
(Toquinho e Vinícius)

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
e se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul
Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando,
é tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo
e se a gente quiser ele vai pousar

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida
De uma América a outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
e ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida,
depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
de uma aquarela que um dia enfim
descolorirá(...)"

sábado, 22 de maio de 2004

"Ao longe o mar nevoeiro
Por entre as brumas do sol.
Rochas de tempo que se desmoronam,
Caminho que abrimos.
Entre nós. Para nós."
AS; 26Ago1998

Indifference

"i will light the match this mornin', so i won't be alone
watch as she lies silent, for soon light will be gone
i will stand arms outstretched, pretend i'm free to roam
i will make my way, through, one more day in hell...
how much difference does it make
how much difference does it make...
i will hold the candle till it burns up my arm
i'll keep takin' punches until their will grows tired
i will stare the sun down until my eyes go blind
hey i won't change direction, and i won't change my mind
how much difference does it make
how much difference does it make..
how much difference...
i'll swallow poison, until i grow immune
i will scream my lungs out till it fills this room
how much difference
how much difference
how much difference does it make
how much difference does it make..."
Pearl Jam

"Hoje a noite caiu lenta, arrastando-se pesada entre nuvens de água e lama derramada. O mundo vestiu-se de negro num silêncio obeso e precário de quem não conhece um amanhã. A vida agita-se devegarinho e há um vulto desesperado de luta, atribulado em viver, e no entanto o seu único movimento é parado da tristeza de quem perde devagar ou de repente o grande tesouro menos material que alguém poderia alguma vez obter. Depois de um sono magnífico de repouso e suavidade, o acordar violento da manhã húmida e gelada de dores de cabeça desmotivadas de dor. Tudo sem nexo, numa atitude de louco que não sabe o que espera, e no entanto continua a rir-se do tempo. Tudo numa atitude de voltar atrás nas anteriores atitudes tomadas, como que retirando o dinheiro da mesa a meio do jogo com medo de o perder, só que desta vez não há dinheiro, nem jogo. Nem eu que me sentei na mesa sei o que há, e temo que a última coisa que me resta para jogar seja o medo da perda..."
AS 18Dez1993

Sem pressa

É isto: aos poucos vem a calma, cada vez mais frequente, cada vez mais duradoura, preenchendo-me devagar, preguiçosa, chegando cá dentro de mansinho, junto com o ar que respiro.
Não será ainda a definitiva, mas essa também se aproxima....

A favor da corrente

Tenho estado a remar contra a corrente. Rio acima, tenho ido à procura do que ficou perdido, e hoje os braços pesam-me de cansaço. A lua está escura no céu, mesmo por trás das nuvens que taparam também o sol, e fiquei aqui neste impasse, entre a corrente que me arrasta a fadiga e a força que me impele para trás. Aos poucos vou-me apercebendo, enquanto esta bruma me envolve com braços de veludo, e me tolda os sentidos, que tenho que me deixar ir. Não sei onde me leva este rio, por que margens me irá arrastar, que outros barcos trará ao meu lado, mas é esse o segredo: parar de remar e ir, leve, serena, com a água...

sexta-feira, 21 de maio de 2004

Só asneiras

Isto ultimamente parece um verdadeiro pântano: quanto mais luto para me libertar da lama mais me enterro nela...

Comentário

Em resposta a esta resposta... Tens toda a razão. Algumas das conclusões a que tenho chegado vão precisamente ao encontro disso. Mas sabes, a parte complicada é conseguir traçar esses objectivos, que vão, muitas vezes, contra aquilo que o coração pede... A tal parte racional da coisa que eu não domino. Ainda...

quinta-feira, 20 de maio de 2004

Disseste que não sabias como me ajudar. Que estavas preocupada e não sabias o que fazer....
Neste momento (passageiro?) de lucidez vejo isso com uma clareza assustadora: não me podes ajudar. Ninguém pode. Só depende de mim chegar à meta.

(e vendo isso agora percebo que o envelope azul não devia ter seguido... DESCULPA!)

E vocês?...

Não sei o que vai fazer parte desta nova equação.
Algumas coisas tenho-as como certas, quanto mais não seja pelo tempo, que faz o hábito, se não fizer mais nada.
E vocês?
Rezo todos os dias para conseguir que continuem cá, porque o que falta é só o tempo. Só esse hábito.
E por depender tanto de mim tenho medo (sim, de novo o medo!) de não levar este barco a bom porto.

Tubo de ensaio

Não é de agora... Normalmente quando isto acontece e alguma coisa me deita abaixo não consigo ver mais nada senão o túnel escuro que se fecha à minha frente, cada vez mais apertado. Depois, lentamente, começo a reagir. A partir de certa altura as coisas perdem a importância, assim que me habituo a elas. Por isso posso dedicar-me à busca, à procura de mim própria, da luz lá no fundo, e na verdade nada me assusta porque sinto que não tenho nada a perder. Realmente é mesmo isso: não sou só eu, mas só dependo de mim, e não preciso de saber mais nada. Quem está lá já lá estava, não há variações, oscilações, e consigo reconquistar o equilíbrio. Pode ser um equilíbrio a baixo nível, daqueles em que a trasferência de energia nem é muita, mas é um equilíbrio. E depois acontece: as pessoas, sempre as pessoas, que chegam sem avisar e enchem a minha vida. Um novo estado de equilíbrio, a alta energia. Por si só instável, como demonstram as várias experiências que tenho feito. Eu sou factor de instabilidade, sei disso perfeitamente. Então, quando alguma coisa perturba o sistema, surge o caos, completo, implacável, arrastando-me num turbilhão de acontecimentos e sentimentos e pensamentos que não consigo, não sei controlar...
Um novo equilíbrio há-de surgir, vou habituar-me aos dois lados desta equação que é agora a minha vida, e vou andar para a frente, mesmo que seja a baixa energia.
(e também, com os preços do combustível a aumentar.......)(ao que alguém responderia: "piadinha!")

Banal Vs Especial (ou complemento?)

A banalidade do dia-a-dia, das conversas sem assunto, do convívio rotineiro faz-me uma falta incrível. Nunca pensei...
Nunca pensei também que fosse tão difícil manter algumas coisas especiais, quando no fundo o que está a menos é só isso mesmo: as coisas banais.

quarta-feira, 19 de maio de 2004

Em substituição de

Tinha aqui um post, mas decidi tirá-lo.
Dizia mais ou menos o que queria, mas é um assunto que ainda tenho que explorar melhor.
A sair na altura certa....
(então porque vim escrever isto em substituição e não o apaguei simplesmente?)

terça-feira, 18 de maio de 2004

Irracional

Estou a chegar à conclusão de que neste momento da minha vida há uma enorme quantidade de coisas que sei, mas que não conseguem realmente chegar cá dentro...
Não consigo perceber o porquê desta eterna separação entre o que é racional e o que sinto.
Não consigo perceber porque a racionalidade perde sempre, sempre que joga comigo.

segunda-feira, 17 de maio de 2004

É agora...

"Ama-me quando eu menos merecer porque é quando mais preciso"

Não sei quem escreveu, mas é agora....

Como algum dia...

...vou conseguir ser feliz aqui?
Impossível.
Sempre tens alguma coisa a puxar-te para baixo, essa estúpida infelicidade permanente, em que nenhuma alegria, nenhuma simplicidade, nada de bom penetra... E esforças-te por levar os outros atrás, sempre a lamentares-te da vida, e nem te apercebes que fazes parte daquela ínfima percentagem de pessoas a quem ela tem sorrido.
E por mais que tente não consigo manter-me à parte disso.
E percebo uma coisa que me deixa triste: isto quase parece um post dirigido a mim própria.
Desde que me lembro, foi sempre assim...
E se hoje sou como sou, se tenho todas estas dificuldades em lidar com as pessoas que me rodeiam, se não me seguro a mim própria e me sinto sempre na eminência de cair, se neste momento nem sei já o que é certo e o que é errado, olho para trás e vejo onde tudo começou...
Não tens culpa, bem sei. Nem eu gosto menos de ti por isso.

Só me resta continuar a lutar, porque ainda tenho muitas alegrias a que me agarrar, sei que elas estão lá, eu é que ando com a "vista cansada"... E na verdade não quero NUNCA ser como tu.

domingo, 16 de maio de 2004

Ainda...

...à doidinha...

O meu instinto estava a dizer-mo, mas infelizmente tive oportunidade de ver...
Continuas nessa condução perigosa.
Daqui de fora, e com os acidentes todos que tenho nos tempos que correm, não te posso dizer nada.
No fundo, e porque sei que estás a lutar por alguma coisa, tenho ainda esperança de que não seja bem como me parece.
Porque quero ver-te feliz.
E não vejo.
E dói-me cá dentro ver não está à tua altura, que nem sequer se aproxima. Dói-me mesmo muito.
E só estou a ver de longe...
(Espero que seja dos óculos que não tenho usado, acho que ando a ver pior...)

Olhar para cima

Às vezes ao olhar para ti pergunto-me de onde vem toda essa lucidez, essa incrível forma de estar na vida.
Essa vontade imensa de andar para frente, com uma força que ultrapassa tudo o que se põe no teu caminho para te deitar abaixo, essa capacidade de não te limitares a sobreviver, como a maioria de nós que aqui andamos....

Pela primeira vez desde há muitos anos não estou a saber lidar com esta situação, diferente por um lado, mas igualzinha em tudo o resto.
Disseste-me que estava tudo na minha cabeça, e que, ao pensar nisso, estava a fazer com que as coisas acontecessem.
Sei que tens razão, mas está tudo a fugir ao meu controlo...
Vi-te, sei que estás aí, e sei que estás preocupada. Se é muito bom ter-te presente, saber que não te estou a fazer bem agrava ainda mais este mal-estar todo. Nem sei o que é melhor, já.
Com calma, longe de ambientes nocturnos, de pressas e de pressões, precisamos de falar.

E quando?...
Podia escrever-te e muito provavelmente é o que farei, mas só porque neste momento não tenho mais opções.
Curiosamente, acontece contigo o oposto do que se passa com a maioria das outras pessoas: esta necessidade de falar, de esclarecer. De evitar o silêncio, ou a alternativa, que é a escrita...
Porque me obrigaste a isso, porque me ajudaste a dar um ENORME passo em frente...
Há coisas que não têm explicação.

De passagem?

Encontrei-te. De novo....
Foi bom, principalmente porque consegui lidar com isso sem stress, sem estar sempre a pensar no que vai acontecer amanhã, no que vamos ter que assumir, naquilo que me traz a sensação de sufoco que não tolero, e que normalmente acaba, mais tarde ou mais cedo, por nos voltar a afastar.
Não tenho ilusões, foi um encontro passageiro. Na verdade acho que nada mudou.
Mas, ainda assim, valeu a pena. Tinha saudades tuas. Mais do que aquelas que te posso dizer.

Deep

Vê-se já o fundo. Clara, precisa, definidamente.
E daqui só consigo rezar para lá chegar depressa, muito depressa.
Já não estou a conseguir controlar a viagem, e os analgésicos não evitam a dor asfixiante da queda.

segunda-feira, 10 de maio de 2004

Sou tão boa pessoa... :S

Tenho pensado bastante nisto e cheguei, há já algum tempo, à conclusão de que as boas pessoas não existem. Tudo o que fazemos é por puro egoísmo...
Se a meio da noite um amigo nos acorda só porque lhe apetece falar e não nos importamos com o facto de o despertador tocar daí a umas horas é porquê? Porque gostamos dele e sabemos que precisa de nós. Se deixamos de fazer coisas de que gostamos para ir aqui ou ali com alguém que nos pediu, se tratamos bem quem nos rodeia, e damos mimo a quem precisa é porquê? Porque gostamos dessas pessoas. Exacto, gostamos delas. Gostamos delas e estar com elas faz-nos bem, vê-las felizes faz-nos bem... Enfim, é um "feed-back"... Na verdade, se formos ao fundo da questão, estamos a fazer coisas só porque nos trazem bem-estar.
A um nível qualquer, TUDO o que fazemos é porque nos interessa.
Mesmo que inconscientemente...

Depois há pessoas a quem as outras trazem mais ou menos bem-estar, é só isso.

E agora?...

Não sei explicar...
Ao fim de todo este tempo, de novo, asneira atrás de asneira.
Bater com a cabeça na parede não me ensina, faz-me mais galos, é só.

sexta-feira, 7 de maio de 2004

Às vezes nem eu tenho paciência para os meus próprios dramas... XIÇA!!!

Drama?!

E pronto, assim a Queima deixa de ser uma festa para ser um drama...
Bem vindos ao meu blog!!!

Este silêncio diz tudo.
Gostava de te ter desejado boa Queima, a do ano passado foi brutal... Mas continuo a forçar-me à distância.
Não sei se é possível, mas talvez doa menos assim...

Hoje disseste-me: "É a Queima!"...
Acho que não me lembro de nenhuma Queima sem ti. A primeira, porque ainda não te conhecia, mas a partir daí, mais ou menos, estiveste SEMPRE presente. Tenho saudades, mas quando me lembro de tudo o que já passámos não consigo deixar de sorrir. É bom, é muito bom ter-te aí! (aqui...)

Sei que estou noutra etapa e tenho que me desligar, mas não está a ser fácil.
Para o ano será diferente, tenho a certeza.

De qualquer forma, quando olho para trás não tenho pena.
Ao longo de todos estes anos tive direito a muito mais do que a minha conta....

00:00

A esta hora soam os primeiros acordes...
Durante todo o dia houve um ambiente diferente, um quase cheiro no ar, olhar cúmplice, boa disposição, companheirismo.
A cidade pára e durante uma semana vale tudo.
Pela primeira vez estou aqui, do outro lado do rio...
Tenho os olhos baços e o coração já não distingue com a clareza necessária...
A Queima começa hoje e é verdade: há coisas que não voltam.
Vou dormir, quero esquecer-me do mundo.



quinta-feira, 6 de maio de 2004

Aqui

encontrei um post com uma frase, daquelas que entram pelos ouvidos e fazem todo o trajecto, longo e sinuoso, até chegarem ao sítio onde (dizem!) está o coração.
De lá não sai tão cedo, pesa muito.
Demais.

"...as pessoas que me marcaram ensinaram-me quase tudo, só nunca me ensinaram a viver sem elas."
Avatares de um Desejo; 04/05/2004

O que foi não volta a ser (Xutos)

E de um "Surfista" chegou até aqui esta mensagem: "Há coisas que não deviam mudar nunca"...
Acontece com os Sugus, com as Super-gorila, com as Bombocas e o Corneto de tangerina, enfim, com uma série de coisas de que guardávamos aquela memória especial.
Depois tentamos lá ir, voltar às sensações, aos cheiros, aos sítios, à consistência, aos sabores e aos sentimentos. Não é só a embalagem que vai mudando com o tempo. Mesmo quando essa mudança é para melhor, lá dentro espera-nos a desilusão, e aquele gosto amargo que tem tudo o que não é tão bom como sabemos que já foi.
Voltando ao tema habitual: o tempo, a distância degradam os sabores. Muito mais até que o calor... Aliás, acho que é mesmo isso que falta: o calor. Toda a gente sabe isso (menos eu?). Só que de vez em quando (ou será sempre?), é (sou) apanhada desprevenida...

quarta-feira, 5 de maio de 2004

off

Tenho andado um bocado mais off que o habitual.
Em tudo......

terça-feira, 4 de maio de 2004

A minha pior inimiga...

...sou eu. (ao menos uma certeza na vida!)
Estou num dilema. (para variar a luta comigo própria...)
Sou uma pessoa pouco decidida por natureza, mas no que respeita às pessoas que me rodeiam pareço muitas vezes uma barata tonta, e em vez de me comportar normalmente ando à procura do que é o comportamento certo, e esse acaba por ser o meu comportamento espontâneo e habitual... (o da barata tonta, portanto)

Patológico?

Desde que criei este blog, passa-se algo estranho. Muito estranho....
Sempre que me acontece alguma coisa, sempre que chego a uma nova conclusão, sempre que alguém me diz alguma coisa que me deixa a pensar, dou por mim a arquitectar um post dentro da minha cabeça...
Chega a ser doentio, eu acho....
Alguém me pode explicar este fenómeno???

domingo, 2 de maio de 2004

Uma

vantagem de cá estar: poder pedir um pneu no café e trazerem-mo, sem ser preciso explicações suplementares.

Quem vem....




Adoro esta cidade! (e não é por ter nascido lá...)

Só me custa porque dói MUITO esta sensação de que há coisas que ficaram irremediavelmente perdidas. Se é verdade ou não, só o tempo o dirá. Não se diz que o tempo cura tudo?

Estou arrependida.

Hoje de manhã, ao chegar, materializou-se dentro de mim esta frase, clara, precisa pela primeira vez...
Não há nada a fazer, não se pode voltar atrás, e também não posso lamentar-me porque tinha que o fazer, senão teria ficado o resto da vida a pensar nisto. É mais o constatar de uma verdade: não devia ter vindo.
E agora?

"E agora toca a arranjar o buraco
Que eu tenho no coração
Vou mudar de cenário
Que a coisa assim está mal parada
Vou procurar calor
Mudar de estação

Há-de vir alguém
Ao meu encontro na estrada
Há-de vir alguém
Ao meu encontro na estrada"
Jorge Palma

Será???

sábado, 1 de maio de 2004

1º de Maio

O meu primeiro "Dia do Trabalhador", e curiosamente vou "festejá-lo" com estudantes... quase como se ainda fosse uma.

Qualquer dia experimento o Body Kombat, talvez me faça bem esmurrar algumas imagens distorcidas que se têm formado no meu campo de visão e que estão a deturpar os retratos de família que trago tão bem guardados...

Spinning

Sempre que posso vou lá, mais do que uma vez por semana, mas principalmente às sextas, quando cá estou. Acho que no fundo quero é vencer-me pelo cansaço...
Então começa, e vai-se aquecendo, devagar, mas rapidamente se entra numa velocidade alucinante, a um ritmo alucinante. Mais carga, mais uma volta, não-sei-quantas mil calorias. A ideia não é essa...
Estou a planar, esforço-me, transpiro. Ao fundo está a meta, e se calhar... "há-de vir alguém ao meu encontro na estrada"... Mais carga, quatro voltas, já não dá para ir depressa. Pedalar com esforço, sentido. Empurra. Puxa. Acho que já não aguento mais, mas é isso que quero: rebentar-me completamente, cansaço físico, saudável, a cabeça assim até pára. Já não dá mais, mas lá vem: mais um esforço, mais 30 segundos, o nosso melhor, a recta final... Não dá, não aguento. Mas dá sempre mais qualquer coisa: mais um pouco de carga, mais dez segundos...
Penso que quero acabar com o corpo, pô-lo como anda o meu cérebro, a fervilhar, para que se possa cansar e eu não tenha mais insónias. Quero dormir toda a noite, descansada, de uma só vez.
Mas lá fica o mau humor... As endorfinas libertadas chegam a cada célula onde podem fazer efeito e venho muito mais bem disposta. Sinto-me mais saudável, física e mentalmente. Acontece o contrário: a cabeça é que fica como o corpo: mais leve, mais optimista, ciente de que há futuro. Não sei ainda se durmo melhor, mas uma coisa é certa: quando acho que estou no limite, que o sofrimento é máximo, que já não tenho mais força, há uma reserva que dá para mais, que me faz aguentar os últimos minutos, mais um pouco de carga....
Sei que é assim que vou para a frente.
Sei que é assim que vou sobreviver....