sexta-feira, 28 de maio de 2004

Calibrar é possível?

Uma vez disseram-me que a chave da felicidade está em aceitar o que as pessoas à nossa volta têm para nos dar em determinado momento, sem questionar...
Isto nunca me saiu da cabeça porque me parece, conhecendo-me, impossível de realizar...
Mas seria muito verdadeiro...
A questão é que, se estamos habituados a receber em qualidade e quantidade bem determinada, como vamos de repente aceitar, simplesmente, sem protestar, e, muito mais complicado, sem sofrer, que as coisas mudem?
Da mesma forma, como é possível ir ao encontro dos outros sem expectativas? Como se controlam os sentimentos, os pensamentos, a imaginação???

No fundo as relações seriam como balanças muito bem calibradas, e em cada prato estava de cada um o que cada um queria dar, sendo o bastante para se alcançar o equilíbrio... Na realidade esse equilíbrio existe, mas é precário. A todo momento há gestos, palavras, olhares, que tanto pela presença como pela ausência fazem tremer os pratos. Às vezes são apenas pequenas oscilações, fáceis de compensar... Outras vezes os pratos balançam demais, perde-se a carga, já não se consegue nivelar nada, e a balança estraga-se.....

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