domingo, 30 de setembro de 2007

Não sei nem para um título

Este blog tem mil e duzentos posts publicados, mil duzentos e noventa e dois no total, com este mais um, a somar em qualquer dos lados.
Houve uma altura em que eu não escrevia drafts (recuso-me a dizer rascunhos, e mesmo assim acabei de o fazer), e as palavras eram soltas, fluidas, escorregadias. Quando me apercebia já tinham saído e estavam de outra cor. Nessa altura não saíam só as palavras...

Agora não consigo fazê-las sair. Nem às palavras...
Sei que algumas nascem nos lábios, outras nos olhos, outras um pouco mais fundo, mas não sei como se fazem.

Não sei bem o que procuro, mas está a chegar a altura da viagem, e quando voltar o meu calendário estará novamente a zero.
Sem desculpas de um ano civil ou lectivo, ou qualquer outro.
Este não está a ser bom, talvez consiga ainda corrigi-lo um pouco.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

verdade XVI

Há pessoas que fazem parte de nós, como impressões digitais.

Jogos

Estão escondidos?
São vocês mesmos?

não se escondam demasiado...

...tenho medo de não vos conseguir encontrar...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

tss, tss

para mais, não sobrou nem uma fotografia...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

E, com sorte, sozinhos.

Era vermelho e redondo e agora está enterrado na areia, onde desabam as ondas do mar.

Fiquei triste, sim, por mais estúpido que me pareça ficar triste por uma coisa...
Mas as coisas são as memórias e as imagens, que aos poucos vão substituindo a forma original por outra, com um sentido que ultrapassa o plano físico e começa a entrar no emocional.

Por isso gostava dele, porque foi símbolo do meu verão.
E fico mais triste porque tenho a sensação de que foram enterrados juntos.

emocionalmente burra

sinto um certo orgulho nesta minha teimosa (e idiota) forma de estar na vida


um orgulho quase tão grande como a raiva que às vezes me enche por ser assim: estupidamente vulnerável a tantas coisas que não dependem de mim

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

afinal, o que se passa?

o tempo avança depressa, e se por momentos percebi onde estava a minha paz, de repente já não sei quais os passos que calquei para lá chegar

sei onde está, visualizo-a, mas não lhe toco

e enquanto escrevo isto percebo porquê: a minha paz e o meu equilíbrio eram gastos e cansados, e quis experimentar o lado de lá, independentemente das consequências

pensando assim percebo que valeu a pena arriscar, mesmo que o resultado não seja melhor que a equação que o precedia

mesmo que agora reclame, e sofra de olhos abertos e secos

por favor, onde se desliga?

há qualquer coisa de vulgar nesta inquietação que me impede de dormir

as minhas constantes interrogações, a minha vida permanentemente ligada à electricidade da companhia alheia

estou F-A-R-T-A

e agora?

há pessoas de quem gostamos muito que têm coisas de que não gostamos nada

as dificuldades surgem quando não nos conseguimos abstrair de nenhuma das duas coisas

[vazio]

"O vazio desenhava desde sempre a forma do teu rosto
Todas as coisas serviram para nos ensinar
ardente perfeição da tua ausência"
Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, 16 de setembro de 2007

mito, com tê

"Nem por um segundo largo a mão
da perfeição do teu desenho
e do teu gesto no meu...

foi como um sopro estranho...

...aconteceu..."
Toranja, Fogo e Noite

Há memórias passadas que voltam num segundo, e é impossível saber onde estavam guardadas, ou porque quiseram sentir de novo o ar fresco da noite.

Às vezes tenho saudades dos breves instantes em que se consumiu uma história que nunca chegou a ganhar a forma que têm as coisas reais.

sábado, 15 de setembro de 2007

Burra velha...

Em parte sei de onde vem esta sensação de que o chão me está sempre a fugir, por baixo dos pés: insisto em fazer caminhos que já conheço, e onde sei que acabo atolada até às orelhas....

Nem no meio nem nos extremos. Então onde?

Quando devia ser capaz de não escrever, escrevo o que não devo.


Quando devia relaxar as defesas elas erguem-se assombrosas sobre as minhas dúvidas: calo-me.

Esta máquina já não dá para mais...

O tempo passou, e eu não aprendi a gerir muitas destas coisas das relações entre as pessoas. Páro, ouço mais do que falo, tento observar... Mas escapa-me sempre a essência da questão.

Às vezes pergunto-me se é só uma questão de química.
Ou seja: podemos achar que certas pessoas são certas e investir nelas, e mesmo assim nunca conseguir chegar lá, ou deixá-las vir até nós. Não falo de nada em particular, mas de tudo em geral.... Se a dita química falhar, o investimento, por maior que seja, poderá falhar também?

E volto às minhas velhas questões e interrogações sobre a amizade, e sobre as relações entre duas pessoas, quaisquer que elas sejam...
Aprendi a não pedir mais, mesmo desejando-o, às vezes, com todas as minhas forças.
Só não percebo porque não aprendi a conquistar a paz que devia vir no mesmo pacote.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Pequena dúvida #4

se nos lembrarmos de alguém e esse alguém não souber que nos lembrámos, valeu a pena termo-nos lembrado?

verdade XV

esqueci-me

do que me faz bem

não sei se são grandes ou pequenas, mas há coisas simples que me deixam feliz

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

um grande silêncio azul

bom...
na verdade já devo ter dito praticamente tudo aqui

acho que é por isso que às vezes a única coisa que faz sentido é o silêncio...

Bom dia!

Pela primeira vez em muito tempo (talvez um mês, mais coisa menos coisa), dormi bem, toda a noite. Claro que abri os olhos uma hora antes de o despertador tocar, mas nem isso estragou a sensação de descanso que tinha ao acordar.

Já o disse aqui, mas é por este despertar, mais do que pelo sono, que gosto de dromir...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Pontos da situação

A vida é frágil, demasiado frágil, e demasiadas vezes brincamos com ela.


Tantas vezes me lamentei aqui da falta que me faziam (fazem) pessoas, e de como é triste sucumbirmos às rotinas, deixando passar dias, semanas, meses sem um telefonema, uma mensagem, um sinal qualquer...
Aos poucos sinto-me a embrutecer, a juntar-me à manada...


Como será percebermos, um dia, que não nos resta mais do que um ano, por exemplo? Seis meses? Divido-me entre duas hipóteses, ambas carimbadas pelo desequilíbrio emocional que a integração de semelhante verdade traria: ou se metem pés e mãos ao caminho, tentando aproveitar tudo, ou se desiste, ao perceber que já não é possível, porque o mundo era tão grande que nos comeu.
De fora, parece-me impossível continuar a vida como se nada estivesse para acontecer...


Não sei se sou demasiado ambiciosa em termos pessoais ou demasiado preguiçosa em todos os outros.


O verão aproxima-se do fim e este calor mortiço mantém-se, a comer-me por dentro, deixando-me mole, de olhos baços, sem força para tudo o que me faz falta.
Ao contrário do que sempre acontece, espero agora que o inverno seja mais agradável.
Tento acreditar que as férias que faltam me vão fazer abrir os olhos de vez, e voltar ao equilíbrio que procuro desde que te fiz aparecer.