Momentos #1
À noite a cama estava quente, e os lençóis de flanela passados a ferro nessa tarde, estavam esticados, e cheiravam a casa no momento em que enterrava o nariz na almofada.
Sim, e a almofada era a de hoje: puída, moída, quase vazia, num andar térreo.
A que já tem a forma dos meus sonhos: a minha almofada.
Nessa altura entregava-me sem reservas ao torpor lento que me invadia, sem chegar a ser sono...
A consciência do tempo e do mundo submergia devagar, passava a uma outra realidade sem espaço ali, e pé ante pé ia ao teu encontro, e tu descobrias-me também.
Sem pressas, sem esforço, sem mapas...
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