Que me sirva de lição
Perdi um documento importante, e enquanto o procurava dei de caras com um maço de cartas que escrevi e nunca cheguei a mandar.
Tenho montanhas dessas cartas, espalhadas por todos os meus cantos da casa...
De cada vez que as vejo começo a lê-las, à espera de encontrar alguma coisa de jeito nos meus raciocínios passados. A memória é curta, mas depressa percebo que a mensagem não vale nem o papel nem a tinta que consumiu. E ainda menos porque nunca chegou aos destinatários. Nessa altura penso em atirar tudo para o lixo, ou fazer uma fogueira (o que provavelmente me daria mais gozo). Mas depois faz-se luz, e sei porque este ritual de encontrar, abrir, ler, e detestar se repete...
o silêncio é um bichinho que se alimenta dos nossos medos, cresce com eles, e vai consumindo o que de melhor existe em qualquer relação entre duas pessoas: a confiança.
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