estas interrogações todas
Tenho noção de que a partir de determinadas horas não devia escrever.
À noite a realidade transforma-se, e ainda não percebi se as coisas ficam mais nítidas debaixo dos meus olhos cansados, ou se, de tão desfocadas, nem consigo perceber que não são reais.
Há um ano mais que está a acabar.
Os anos são este espaço no tempo, um intervalo que começa e acaba um pouco onde se quiser, definidos pelos acontecimentos que nos marcam, que nos são queridos, que nos doem...
Cheguei à conclusão de que, neste espaço que se criou, de tempo (mas não só), algumas coisas assumiram formas bem distintas das que me habituei a ver como reais. Alguns valores tornaram-se bem mais relativos, alguns sentimentos mais fortes e reais, alguns mais fortes e completamente irreais... E há sentimentos que me habituei a encontrar, e que já não tenho quando olho para dentro do peito.
A verdade talvez seja a mesma, eu é que já não a vejo tão absoluta.
Será só isso?
No fundo talvez nada esteja diferente, nem eu.
No fundo acho que é disso que tenho mais medo.
Porque quero que a roda gire, quero ter direito a um lugar, quero poder atirar-me de lá de cima, ou então descer calmamente e escolher um diferente, mas quero a oportunidade.
Terei de ser eu a criá-la?
E de repente vejo que algumas coisas continuam iguais.
Assustadoramente iguais.
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