quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Afrouxamento

Nestes dias que se arrastam, pesados de água e de cinzento, eu entro em hibernação.
Cada movimento exige um consumo de energia superior à que consigo guardar, e por isso me arrasto também, também pesada e cinzenta, e talvez até fria.
Assim se explica essa falta de consistência, que não se nota só aqui.

Percebo que esta apatia é sazonal.
Conhecendo-me, tento lutar contra ela com todas as minhas forças.
Obrigo-me a ir a todo o lado, a não quebrar os laços que me ligam aos outros e às coisas que gosto de fazer, mas o que faço acaba por ficar aquém do mínimo que esperam, e que eu própria espero, de mim.
No fundo é apenas um esforço para preservar esta linha frágil que me segura a terra.

Sem ela sou um barco sem fundo à deriva no alto mar.

2 comentários:

cbs disse...

enquanto te vir por aqui a escrever linhas frágeis, por mais frágeis que sejam, sei que navegas... e é tudo o que é preciso, para quando vier vento de feição...

:)*

muska disse...

e virá... :)
obrigada!
***