Sobre o lado esquerdo
"De vez em quando a insónia vibra com a nitidez dos sinos, dos cristais. E, então, das duas uma: partem-se ou não se partem as cordas tensas da sua harpa insuportável.
No segundo caso, o homem que não dorme pensa: "o melhor é voltar-me para o lado esquerdo e assim, deslocando todo o peso do sangue sobre a metade mais gasta do meu corpo, esmagar o coração"."
Sobre o lado esquerdo, Carlos de Oliveira
(copiado da minha Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa de Eugénio de Andrade, Campo das Letras, página 470)
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