terça-feira, 27 de dezembro de 2005

Do Natal

Sempre me lembro desta época como sendo de festa.
Quando era (era?) miúda, assim que começavam as férias começavam também os preparativos. Fazíamos teatros escritos por nós, líamos poemas, cantávamos, tínhamos concursos de dança e sorteios com rifas compradas a vinte escudos.
À medida que fomos crescendo deixámo-nos dessas coisas, e os mais novos não nos tomaram o lugar.
Apesar disso, com uma viola nas mãos certas a festa dura até bem dentro da noite.
Interrompe-se a cantoria para a entrega de prendas à meia noite, rimos com as nossas, e sorrimos com os sorrisos dos outros...

No ano passado tivemos o primeiro Natal triste de que me lembro.
Pela primeira vez havia um nome a faltar nas prendas, e isso apagou o brilho dos olhos de todos.
Não se cantou, não se tiraram fotografias, e tudo foi apenas um passar do tempo, em que nem sequer se tentou a normalidade.

Este ano, apesar de tudo o que aconteceu, voltamos a ser a mesma família grande e barulhenta.
E não há barulho como o nosso...

2 comentários:

Anónimo disse...

uma viola nas mãos certas é uma viola nas tuas mãos, cariño
aguarela | http://aguarelatemperamental.blogspot.com/ | 27.12.05 - 8:24 am |

muska disse...

olha que há outras, doce... há outras!
muska | Homepage | 31.12.05 - 3:23 am