quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

retalhos

A urgência de escrever como um pano quente que acalma a dor.

As vezes que nos queixámos de que os nossos nos falharam compensam as vezes que falhamos aos nossos?
Há tempo para repor parte dos danos, talvez.

Queria reconquistar o espaço perdido, mas cada vez que ponho um pé do outro lado da fronteira os terrenos parecem-me estranhos, recuo e desculpo-me com a ideia de que fui expulsa.

Tenho saudades das nossas conversas, dos sorrisos e dos risos, das brincadeiras que se tornavam sérias, e das conversas sérias que se tornavam brincadeiras.

A recusa de uma promessa, de uma viagem, de momentos bem passados, porque não me sinto capaz de dar o que não tenho. Falta de energia, talvez...

Preciso urgentemente de me concentrar, tenho quatro exactas semanas para dar o melhor de mim.
Sim, nada é definitivo. Mas quero pensar que isto é, que ficará arrumado, que não voltarei a perder dias e dias a fio a olhar, a pensar, a escrever o mesmo.

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