tanto mar*
Há lugares comuns que, ainda que o sejam, se destacam na minha vida.
Dei por mim ali parada, a sentir o vento gelado na cara, a ver os kites, as nuvens com o sol já ausente a perder-se no meio delas, e acima o céu, a lua nova....
Repeti para mim mesma que vou ser capaz, como um mantra: vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser .....................
Algumas coisas dependem de mim, mas não são urgentes (ou são-no, literalmente), outras não dependem, e são-no mais porque estão a colocar em risco estruturas que eu quero manter sólidas e que nos últimos dias sinto oscilar de forma assustadora.
Conseguirei ainda aprender, se nunca o consegui antes?
E ali de pé, senti uma certa calma, e por momentos achei que sim, que vou ser capaz.
A dor anginosa atenuou-se, e poderia ter ficado ali parada, indefinidamente, a repetir o mantra.
Mas a realidade chamou-me, e no regresso, foi, aos poucos voltando o desconforto à esquerda.
Mas o mantra continua: vou ser capaz, vou ser .....
*Chico Buarque
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