domingo, 17 de fevereiro de 2008

pH

Há momentos em que os gestos parecem todos iguais, e todos vazios. Como uma mão que se estendeu e ficou sempre ali, patética, oferecida no final de um braço sem que a outra aparecesse para lhe compensar o esforço do movimento.
Foi preciso mexer músculos, o coração teve que bater umas quantas vezes, mais acelerado na perspectiva do encontro, mais acelerado ainda na percepção de que não haveria encontro. Gastaram-se açúcares, oxigénio, e em mil processos metabólicos escrupulosamente controlados criou-se um ácido qualquer, que talvez não tenha sido convenientemente eliminado.

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