O peso das palavras
O dia a seguir, supostamente de ressaca, é o dia em que a consciência do estar se intensifica, e se perde um pouco a noção de que realmente não se está.
O sentidos estão nublados mas sentem-se como alerta, e todo o corpo se recusa a obedecer ao que obriga o senhor dos controlos.
É nestes momentos que penso nas palavras e elas crescem em significados intensos dentro do meu peito.
Devia, por isso, recusar-me a deixá-las sair, mas falta o tal filtro, sempre tão alerta em dias normais, e em catadupa disparam-se letrinhas, que se juntam, e, unidas, formam as palavras que eu devia calar, e que digo... e que hoje me parecem, não menos verdadeiras, mas pesadas em exagero.
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