domingo, 12 de setembro de 2004

Be careful...

Os desejos são uma coisa estranha.
Silenciosamente, vão aparecendo devagarinho, levantando a ponta do lençol, entrando dentro de nós sem nos darmos conta até se apoderarem de tudo.
Depois bem podemos tentar expulsá-los com um "XÔ!" bem forte, mas não adianta absolutamente nada, e se não queremos desejá-los ainda é pior, mais se enraízam, mas fortes se tornam, mais saudáveis crescem. Autênticos parasitas dos nossos sonhos, é a minha opinião.
Mas há situações graves, em que nós próprios desejamos que os desejos surjam, vamos-lhes dando de comer, deixamo-los dormir nas nossas camas, queremos que cresçam, que se avolumem, que se materializem e se tornem realidade. Estranho processo, também esse.
Dou por mim a querer desejar que este sentimento se realize, a toda a força. Antes mesmo de concretizar o desejar, quero concretizar o desejo. Será isso possível?
E faço-o de uma forma egoísta, quero que este desejo se imponha ao outro que cá está, que o diminua, que o amasse até ele não passar do chão, que o faça evaporar-se completamente, como o álcool quando o deixamos destapado. "Ah... Estava aqui alguma coisa?" Pois, isso mesmo.
E não me interessa que este desejo não seja construtivo.
Dou por mim a pensar que prefiro sofrer pela (quase certa) não realização da novidade do que pelo uso desgastado da relíquia que me persegue.
XÔ!!!!

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