quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

há coisas que não mudam....

muito gosto eu de umas teoriazinhas.....

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Quem não arrisca não petisca?

Ela disse, a meio da conversa: "sabes, o segredo para uma boa relação é manter sempre uma certa distância"

Claro que não podia deixar de ficar a pensar nisto, simplesmente porque me conheço.

E então lembrei-me daquela velha teoria da distância de segurança, que seria a distância mínima que duas pessoas conseguiriam tolerar sem se beijar ou se afastar, não conseguindo ficar só ali. (já não sei onde ouvi isto...)

É assim com algumas relações, quando o tipo da esquerda quer que continuemos a tentar aproximar-nos mais, atingimos a dita distância mínima, e aí só pode acontecer uma de duas coisas: ou se abrem as portas e se consegue a intimidade que se procurava, ou alguém afasta alguém e há um retrocesso até um novo (ou velho) ponto de conforto.

sábado, 26 de janeiro de 2008

O serviço público informa...

... aquilo que já toda a gente parece saber: os Cure também cá vêm, dia 8, Lisboa, Pavilhão Atlântico.

Acho curioso um concerto dos Cure, simplesmente porque não consigo deixar de pensar neles como uma banda do passado (com 31 anos não podem deixar de o ser, são mais velhos do que eu!), embora os ouça muitíssimo ainda...

Artificiais? Nós?

Há avanços da ciência que não deixam de me assustar: depois de criado um genoma artificial, a que distância estamos de criar indivíduos artificiais?

(não discutindo, ainda assim, os benefícios em termos de novas terapias que envolvam o genoma, onde muitas vezes residem os problemas...)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

culinária

que fizemos nós do tempo?

tirámos partido dele, como se fosse o ingrediente secreto de algum prato novo, recém-descoberto, ou abusámos?...

Placard #2

Depois de um ano, não posso dizer que o espectáculo que vi da Mayra Andrade me surpreendeu.
Continua simpática, simples, cativante... e com uma voz e uma presença em palco assombrosas. Os músicos continuam excelentes (porque acho difícil que pudessem ser melhores), e o tempo passa a correr por entre as músicas quentes, balançadas.



Achei-a apenas menos comunicativa, menos envolvida com o público.
E falhou o terceiro encore.... por isso vou ter que ir vê-la outra vez...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O serviço público informa...

... que os Portishead vão lançar um novo álbum, e que a digressão começa precisamente neste pedacinho de país à beira mar plantado.
Porto e Lisboa, 26 e 27 de Março.

Respirar fundo

Aos poucos o ar vai passando, vou conseguindo respirar.
Apesar de nem tudo ter corrido como era suposto, e de não ter resolvido um único dos problemas que me atormentam, a semana que passou foi positiva, cheia de gente, mais música em circunstâncias diferentes, mais leve um pouco.

Ponto Zero

"Eu tento ler-te em cada frase
Tens um mistério
Que eu não desvendo
Embora às vezes esteja quase

O teu silêncio mais parece
Um ponto final
Volto atrás, tento entender
Mas não sou capaz

Eu quero entrar no teu enredo
Mas tenho medo
De não conseguir passar
Do prefácio

Talvez me possas
Dar uma luz
Tudo o que eu peço é um sinal
Eu não quero o acesso
A todos os teus segredos
Mas só a alguns

Dá-me um indício
Mesmo contrário
"Contraditório"
Dá-me a palavra
Que eu vou procurá-la
Ao dicionário

Eu quero entrar no teu enredo
Mas tenho medo
De não conseguir passar
Do prefácio

Dá-me uma chance
É tudo o que eu quero
É muito mau
Ler um romance
Sem sair do ponto zero

Talvez me possas
Dar uma luz
Tudo o que eu peço é um sinal
Eu não quero o acesso
A todos os teus segredos
Mas só a alguns"
Clã - Ponto Zero
(Letra: Carlos Tê / Música: Hélder Gonçalves)

(daqui)

Placard



É sempre difícil tentar descrever um espectáculo, este que vi dos Clã não é excepção.
A energia que transmitem, principalmente a Manuela Azevedo, a simpatia, o cuidado que puseram nos adereços, as músicas poderosas... Foi brutalíssimo!

Só um ponto negativo: não é um espectáculo para se ver sentada, começo a ficar com bichos carpinteiros...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

não será difícil, os outros conseguem...

"Eu dou tudo quanto tenho
Não funciono a meio gás"
Clã, Tira a Teima



será que alguma vez vou conseguir explicar ao tipo da esquerda que as coisas não têm que ser sempre quentes ou frias, podem ser mornas?...
xiça!


(sim, estamos em fase colorida, a ver se isto arriba um pouco...)

Para sempre e para sítio nenhum

Acontece-me vezes sem conta, quando vou a algum sítio de carro, especialmente à noite e com boa música aos berros, ter vontade de esquecer o destino e continuar, como se não houvesse limites de espaço e de tempo e eu pudesse só conduzir, para sempre e para sítio nenhum.
Às vezes engano-me um pouco a mim própria e ignoro mesmo a saída, mas imponho regras: até à música tal, até à hora tal...

E sabe-me bem seguir, ouvir só a música e tentar não pensar em nada, em ninguém...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

É tarde demais?

Páro. Fecho os olhos. Respiro fundo.

Escorreguei hoje duas vezes, distraída à tua beira.
Quero esquecer-me de como se cai, de como a terra pára momentaneamente de girar e sinto a tua respiração perto, demasiado perto, a curva perfeita do teu peito, a força e a velocidade com que atravessas o espaço que nos separa.

Escorreguei hoje duas vezes...
Se me distraio sou capaz de cair, e não sei se não quero ou se não devo.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

talvez no meu caso se aplicasse um cardiologista

"If or when I do start going to an analyst, I hope to God he has the foresight to
let a dermatologist sit in on consultation. A hand specialist.
I have scars on my hands from touching certain people.
Once, in the park, when Franny was still in the carriage,
I put my hand on the downy pate of her head and left it there too long.
Another time, at Loew's Seventy-Second Street, with Zooey during a spooky movie.
He was about six or seven, and he went under the sear to avoid watching a
scary scene. I put my hand on his head.
Certain heads, certain colors and textures of human hair leave permanent
marks on me. Other things, too.
Charlotte once ran away from me, outside the studio, and I grabbed her
dress to stop her, to keep her near me.
A yellow cotton dress I loved because it was too long for her.
I still have a lemon-yellow mark on the palm of my right hand...."
Raise High the Roof Beam, Carpenters, J.D. Salinger

"Certas cabeças, certas cores, certos contactos com a pele humana deixam-me cicatrizes para sempre."

domingo, 13 de janeiro de 2008

as palavras proibidas

tenho sentido a tua falta...

sábado, 12 de janeiro de 2008

Lados errados

"Largaram-me a mil metros do chão
Largaram-me porque me agarrei
Numa alucinação de vida
Que me enchia o coração
E que agora vejo perdida
Num cair que já não sei

Largaram-me a mil metros do chão
Reparo o sol que se afasta no ar
Rasgo caminho onde o vento dormia
Adormeço sentidos no meu furacão
Enquanto sol anuncia o dia
Sinto o meu corpo, desamparado, deslizar...

Perdi-te do lado errado do coração
Mas és tu o meu chão...

Enquanto caía a terra rachou
E eu via a queda ainda mais funda
Ao meu lado passava tudo o que passei
Comigo a miragem que nada mudou
Do voo rasante que nem começou
Do tempo apressado que nem reparei


Sinto os meus gestos flutuar, devagar
No último segredo antes do ódio
À minha frente um filme de aves sem voz
Quando as ouvi resolvi gostar
Quando as senti fiquei a amar
Ter tentado subir ao cimo de nós

Amei-te do lado errado do coração
Mas és tu o meu chão...

Não sei ao que chamam lados do coração
Mas és tu o meu chão...
És tu o meu chão..."
Toranja, Lados Errados

Não ia postar aqui esta letra, mas o meu explorer (tenho que me dar ao trabalho de instalar outra coisinha...) recusa-se a tocar a música que pus ali do lado direito (lado errado?), por isso cá fica...

tanto mar*

Há lugares comuns que, ainda que o sejam, se destacam na minha vida.



Dei por mim ali parada, a sentir o vento gelado na cara, a ver os kites, as nuvens com o sol já ausente a perder-se no meio delas, e acima o céu, a lua nova....

Repeti para mim mesma que vou ser capaz, como um mantra: vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser capaz, vou ser .....................

Algumas coisas dependem de mim, mas não são urgentes (ou são-no, literalmente), outras não dependem, e são-no mais porque estão a colocar em risco estruturas que eu quero manter sólidas e que nos últimos dias sinto oscilar de forma assustadora.
Conseguirei ainda aprender, se nunca o consegui antes?

E ali de pé, senti uma certa calma, e por momentos achei que sim, que vou ser capaz.
A dor anginosa atenuou-se, e poderia ter ficado ali parada, indefinidamente, a repetir o mantra.

Mas a realidade chamou-me, e no regresso, foi, aos poucos voltando o desconforto à esquerda.

Mas o mantra continua: vou ser capaz, vou ser .....

*Chico Buarque

Defeito VII

Confundo constantemente os meus amigos com estranhos.

Tinha muito para escrever, mas...

Tenho duas mãos invisíveis a tentar desesperadamente espremer qualquer coisinha do meu cérebro, e, espanto!, não se aproveita nada...

Mas dói em dois sítios diferentes.
Mesmo.

(The National não ajuda, eu sei, mas ainda não consegui parar...)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

O prognóstico é reservado.
Mas haverá esperança, doutor?

Olhando para trás percebo que sou, de facto, sozinha, e sou eu que o escolho, não adianta tentar culpar outros. (já o expliquei aqui, e aqui, e aqui, e aqui e talvez em outros sítios...)
Apenas há instantes em que me engano, e julgo ver gente ao meu lado.
Mas é ilusão: reservei o meu lugar, e todos os que estavam à volta, para que ninguém se possa sentar à minha beira. É tudo muito de passagem...
No fundo talvez seja compreensível, porque me escondo sempre na sombra.
Eu sou aquela que é incapaz de chamar, que não chora, que não grita nunca, que não pede e muito menos implora, e que jamais dá um estalo ou um pontapé, mesmo depois de levar três seguidos.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

E o pior cego é aquele que não quer ver

Sinto-me como um cego, às apalpadelas em terreno desconhecido, a tropeçar em tudo o que está pelo caminho.
Tento ser delicada mas não sei se é o suficiente para não partir tudo o que me rodeia.
Era a última coisa que queria...

(e na verdade não sei porque digo desconhecido, conheço-o demasiado bem, só não sei como o percorrer...)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Como acontece com o café

Sabendo que estás para chegar, não consigo ver-te, ainda que te olhe.
A distância comprime-se rapidamente nas conversas iniciais, banais, mas depois o tempo e o espaço avançam juntos, e a juntar-nos, pela primeira vez depois da última, que já nem sei quando foi.
É então que te olho, agora sem medo, mais demoradamente, e consigo vislumbrar-me nos teus olhos, como dantes, como se quatro anos inteiros não tivessem passado.
E nesse instante, olhos nos olhos, cresces dentro de mim, e a tua presença é forte e segura, porque nos vemos, finalmente, e sabemos quem fomos, de onde viemos, e sabemos quem somos, despidas de banalidades.

Pode ser apenas um instante, breve, mas enche-me e perdura... e é bom......

domingo, 6 de janeiro de 2008

Existem dois momentos que se tocam

Na proximidade dos outros encontro-me a mim própria com calma, sem pressas, sem dúvidas ou justificações, como qualquer coisa que existe simplesmente, que se limita a ser como é.

Mas à medida que o tempo avança, avassalador sobre o meu peito nu, desprotegido, sinto-o alimentar os pontos de interrogação que me crescem nos olhos marejados, e percebo que os momentos deixam de se tocar, primeiro por uns segundos apenas, mas aos poucos, à medida que cresce a confiança da dúvida demolidora, por mais uns minutos, e depois umas horas, e um dia, e dois... até que já não tenho olhos, só questões húmidas que não sei como esmagar.
Não com as minhas duas mãos.

Dói-me a distância de mim mesma, com o barulho da carne a ser rasgada, afastada devagar da outra carne, do osso... porque é a mesma distância que se ergue assombrosa e me separa dos outros.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Embriaga-te

"Devemos andar sempre bêbados.
É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te despedaça os ombros e te verga para a terra, deves embriagar-te sem cessar.
Mas com quê?
Com vinho, com poesia ou com a virtude, a teu gosto. Mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez já atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que se passou, a tudo o que gemeu, o tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala, pergunta-lhes que horas são: "São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do tempo, embriaga-te, embriaga-te sem cessar! Com vinho, com poesia, ou com a virtude.""
Charles Baudelaire

A meu gosto é com pessoas.

(Obrigada....)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Que é como quem diz: só pode melhorar
(ou então: bom ano!)

Lições aprendidas: não deixar um saco térmico cheio de comida fechado durante uma semana em cima da mesa da cozinha.
Acho inacreditável que os meus vizinhos não tenham pensado que eu morri.
(ok, não cheirava assim tão mal...)


Como se começa bem o ano: a limpar as borradas (para não dizer pior) que se fez no anterior.

Com a minha vida podre como está sá há uma solução: água quente, lixívia e sonasol verde (passo a publicidade). Depois de amanhã está nobo.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

My Deamon



(como sempre que não há muito mais para fazer, ou há e falta a vontade...)