quarta-feira, 31 de março de 2004

Com "A" G-R-A-N-D-E

"A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso pesar o que se pensa, nem medir o que se diz" - George Eliot (retirado directamente das minhas "citações fresquinhas"... Afinal servem para qualquer coisa!)

Lembrei-me de ti. (como não podia deixar de ser...)
Obrigada!
(ou quinhentos escudinhos, se preferires... ;) )

terça-feira, 30 de março de 2004

Óculos escuros

Precisava de comprar uns óculos... Vou de férias, e não me apetecia ter de enfrentar o sol com os olhos nús.
É sempre mais confortável ficar atrás de umas lentes escuras.

Decidi pedir-te ajuda. Sabia que ia ficar baralhada, mas mesmo assim pedi.

Ultimamente tenho tentado abrir um pouco mais os meus horizontes, e não me prender a ideias demasiado rígidas. Deixar de lado os preconceitos... Libertar-me. Mas às vezes acho que atingi o outro extremo: ao tolerar tudo acho que já nada me surpreende.
Já há muito que uma música não me deixa emocionada.
Já há muito que não leio nada que me faça pensar, e que me obrigue à crítica.
Já há muito que ninguém me abala as estruturas como um terramoto.
Face a isto tento compensar, procuro desesperadamente estes sentimentos que não tenho: ouço tudo o que me aparece, de tal forma que não chego a prestar atenção a nada. Leio tudo o que encontro, e não me concentro na mensagem. Olho demasiado à minha volta à espera daquele alguém que me preencherá, e não o vejo.
Nesta ânsia de me descobrir na intensidade daquilo que sinto, daquilo que vejo e ouço, daquilo que me rodeia, não consigo focar-me em nada, e o mundo passa-me ao lado....
Sinto-me presa nesta bruma (que não ladra!) que me tolda os sentidos, e cada vez mergulho mais profundamente neste embotamento afectivo que me afasta da realidade. E cada vez menos me surpreendo, porque na realidade olho mas não vejo, só porque tento focar demasiado profundamente. Não me chega nada ao coração pelos ouvidos. E na realidade ninguém me consegue tocar....

E os óculos? Tinha pensado que queria uns mais "radicais", fora do convencional, mas olhaste e disseste que não: não te ficam bem. Não gosto. Demasiado masculinos. Horríveis. E logo me mostraste os outros, mais "clássicos", e esses sim, eram giros, e ficavam-me bem..... Será o hábito de me veres assim? E então fiquei baralhada, porque gostava dos dois, mas na verdade não sei para que lado escapar, porque se por um lado quero cortar com tudo o que me prende e sair em busca da liberdade, por outro assusto-me e penso: será que tens razão? Ou será que é apenas mais um hábito, que no fundo não tem fundamento?
Portanto deixo-me ficar neste limiar, nesta indefinição, nesta indecisão.

Não comprei nenhuns óculos....
A culpa não é tua, eu é que tenho que dar o passo em frente. Ou então encontrar a felicidade neste lugar em que estou.

Vou dormir. Pode ser que logo volte a correr-me a vontade nas veias e nas artérias e venha dar o ar da minha graça que se dissolveu nalguma corrente de ar internética....

Não acredito

que estive MONTES de tempo a escrever um post e ele pura e simplesmente desapareceu.
Será que ser um post neste blog é assim tão assustador?

segunda-feira, 29 de março de 2004

Como se pode ver pelos últimos posts não me portei muito bem nestes últimos dias.
Quem disse que a idade traz sabedoria?
Acho que quanto mais cresço pior estou.

domingo, 28 de março de 2004

Cariño

Sinto que ontem devia ter estado mais presente. Embora estivesse ao teu lado e me tivesse parecido que não estavas no teu melhor, fui incapaz de dizer ou perguntar alguma coisa, e como sempre fechei-me na minha concha....
Não sei porque tenho sempre que pensar que as pessoas não querem falar e então nem tento. Mesmo que não tivesses nada para dizer, mesmo que tivesses e não quisesses falar, sabias que eu estava atenta.
E que me interesso.
Assim faço o papel do costume e fico ausente.
Sou mesmo estúpida....

Medidas

Às vezes (ou será sempre?) perco a noção.......
Tenho a certeza que és tu quem mais sofre com isso, e quando penso que devia ser diferente já é tarde demais. Desculpa.
As pessoas mais próximas são sempre as mais prejudicadas com a nossa estupidez.... Quando deviam ser atingidas apenas pelas coisas boas....

Depois de tanto tempo a pensar no nexo ausente da mensagem, tudo isso perdeu a dimensão. Incrível, como perante coisas que realmente importam as outras diminuem até nem se vislumbrarem no horizonte....
Espero que tudo volte rapidamente ao normal.

sexta-feira, 26 de março de 2004

Apgar

Chegou, talvez, a hora de soltar amarras. O barco está há demasiado tempo ancorado no cais, e (não tenho a certeza, mas) penso que as âncoras também ganham ferrugem...
Os barcos foram feitos para navegar, as âncoras para se fixarem: um verdadeiro contra-senso(?) se pensarmos que a âncora não tem grande utilidade sem o barco.

Na verdade era melhor zarpar...
Aquela coisa chamada golpe de misericórdia. Porque é verdade que já nada voltará a ser como era.
E dói muito pensar assim, mas a minha cabeça e o meu coração teimam em separar-se, o que só aumenta o sofrimento. Talvez fosse melhor cortar tudo de uma vez, acabar com as ligações, desbridar de uma vez por todas esta ferida que não cicatriza nem por nada, parece é que lentamente está a crescer, a infectar-se, a tomar conta de tudo o que ainda era são nos meus sentimentos.
Racionalmente sei que tenho que partir, deixar o porto, mas o meu coração agarra-se desesperadamente à intensidade das coisas que viveu e não cede... E visto daqui parece-me não uma âncora, mas um peixe fora de água...
Ou um recém nascido como o que vi hoje, que não se adaptou à vida cá fora e ficou cianosado, nauseado, com um gemido constante sem força para se transformar em choro...

quinta-feira, 25 de março de 2004

Hoje ao sair de casa dei-me conta de que o sol já anda mais convicto pelo céu.
Os dias continuam frios, mas onde os raios tímidos conseguem chegar já se sente que a Primavera está mesmo aí...
Oxalá venha o calor, os dias grandes, a roupa fresca e as sandálias, os gelados... A PRAIA!!!! O MAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

É que, com todas estas coisas, a boa disposição costuma aparecer também....

terça-feira, 23 de março de 2004

Muro das lamentações

Estive a pensar e devia ser antes este o nome do Blog....

Queda livre

Há alturas em que gostava de ter novamente a certeza.
A certeza de que chega, de que basta, de que, no fundo, é suficiente.
Neste momento, aqui, agora NÃO CHEGA!
Preciso de mais.
Mas não há volta a dar, tenho que me habituar, certo? (e de certo não me parece ter nada...)
Estamos a descer a rampa, só não lhe vejo ainda o fim.
E por isso o meu coração ainda se sobressalta......

No fundo se nunca tivesse sabido como poderiam ser as coisas não sentia agora a falta delas. (tão básico....)

Por isso fui buscar o que deixei "aqui em baixo".
Sei que houve alturas em que uma refeição bastou para muito tempo (e voltamos novamente ao tempo.... SEMPRE o tempo....)
Agora começo a sentir aquela "dor" da fome.
A distância nunca alimentou ninguém......

"Como sombras vão descendo as núvens à nossa volta.
Hoje o céu encheu o mundo, as noites são negras.
Olhar à volta e nada ver, mas sentir os dedos do ar passar no rosto.
Tocar-nos os lábios, devagar...
E ficamos assim, calados, deixando o silêncio subir devagar também.
Onde vamos nesta viagem, para onde nos leva a vida?
Caminhamos ligeiros sob o escuro que nos cerca, sem ver nada. E sentimos?
Sentimos.
À refeição contentámo-nos com o pouco que tinham para nos oferecer e agradecemos do fundo do coração.
A Alma está reconfortada, de sorrisos e gestos vivemos, de nada mais temos necessidade.

Amanhã ainda viveremos do que hoje nos deram?...
Chegará até lá?...

Mesmo que não valeu a pena o calor que hoje nos tocou as mãos e o coração."
AS; 12OUT1999

Dia-a-dia

Como é terrível a certeza de um amanhã tão idêntico ao que foi hoje....

segunda-feira, 22 de março de 2004

Wally

Incrível como às vezes lemos coisas que encaixam perfeitamente no que estávamos a pensar e não soubemos traduzir em palavras....

"Tudo seria mais fácil se a vida fosse como um livro do Wally. Temos a certeza que ele está lá, que mais tarde ou mais cedo o vamos encontar. Mas, e a ti, como é que eu te vou encontrar?" JP

"Abstrações completas mancham esta minha estranha forma de estar.
Não sei o que sou, ou como estou, sei que ando passo a passo,
Para atingir não um fim, mas um princípio que me guie, e a que eu sirva com um objectivo definido, que se possa substituir quando atingido.

A vida não é nossa. Nós somos a vida, e tudo o que nos fizermos ou aos outros vai influir na nossa caminhada como um precipício intransponível, que nos obriga a voltar atrás, a fazer concessões, a pedir desculpa, a inverter direcções."
AS; 15Jun1997

O meu umbigo

(um bom nome para um blog, se ainda não existir nenhum)

Às vezes olho à volta e nem sei bem o que ando a fazer..... Tudo porque na verdade não olho à minha volta.
O meu umbigo tem sido o centro do universo que é o meu corpo, a minha alma, as minhas lembranças, as minhas alegrias, e, sobretudo, as minhas tristezas....

Não vejo televisão, não ouço rádio, não sei nada do que vai no mundo.

Só por acaso soube que rebentaram umas bombas em Madrid, e só por acaso também sei que anda tudo a comentar que Mário Soares disse qualquer coisa do género: a solução para o terrorismo é a negociação..... Fala-se disso, do Euro, de mil e uma coisas... Às vezes, no meio de toda a informação que me escapa, tenho alguma dificuldade em filtrar, em saber o que é realmente importante...

Tenho visto imigrantes ilegais que chegam ao hospital com a roupa num saco plástico para terem o quinto dos seus filhos. Não falam português. Têm um ar miserável..... Um olhar de fome que não é só, mas é também de comida.

Tenho visto gente pobre que não sabe nada de nada, e que no fundo talvez nem queira saber. (para quê?)

Tenho visto gente rica em tudo menos no espírito.

Não percebo nada do que se está a passar à minha volta, na verdade não percebo.

E tenho medo de entrar na fila....
Tenho medo que os meus ouvidos se estejam realmente a fechar (para além da minha otosclerose!) e que em breve eu não seja capaz de ouvir nada para além das batidas dos meus "Dj Fan".
Tenho medo de estar a ficar cega, de não ver à volta, de não conseguir alargar os meus horizontes... E principalmente, tenho medo de os estar a fechar.
De os cercar.
De os limitar cada vez mais, dentro deste muro apertado, que em breve só me permitirá ver isto mesmo: o meu umbigo...

Carregador de isqueiro

Malas para a mala, carro em movimento.....
Estava bastante trânsito, mas o sol... ai este sol!!!! Vale tudo....
E ir assim, com este calorzinho, ter com o que nos aquece a alma....
Aos poucos talvez esteja mesmo a aprender a gerir esta novidade que foi trocar as semanas por alguns (poucos) fins de semana.
Desta vez não houve atropelos.
Não houve stress.
Talvez por isso não tenha vindo embora com a sensação habitual: "vi imensa gente. Não estive com ninguém!"

Gostei, tenho a bateria (re)carregada.
Pela primeira vez usei o meu novo carregador de isqueiro e funcionou.
Se calhar era mesmo isso que faltava....

Andava a passear pelos livros de Fernando Pessoa que aqui tenho e ao abrir olhei e vi o que passei em baixo....

"Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!"

Passa ave, passa.....

"Antes o voo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.

A recordação é uma traição à Natureza
Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.

Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!"
Alberto Caeiro

Deus

"Não acredito em Deus porque unca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(...)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e o sol e o luar,
Então acredito nele.
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhes chamo eu Deus?
Chamo-lhes flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes,
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso obedeço-lhe.
(...)
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora."
Alberto Caeiro

sexta-feira, 19 de março de 2004

É verdade!!!

"Twenty years from now you will be more disappointed by the things that you didn't do than by the ones you did do. So throw off the bowlines. Sail away from the safe harbor. Catch the trade winds in your sails. Explore. Dream. Discover."
- Mark Twain

quarta-feira, 17 de março de 2004

À doidinha...

Estou a ver-te conduzir "à doidinha"...
Mãos no volante e tá a andar, que vida é só uma e para trás não é caminho!
Zig-zag, trânsito na cidade, carros, motas, tudo é ultrapassável, tudo se contorna, importante é não parar.
Admiro o espírito da questão, sempre positivo, sempre para cima, sempre para a frente...
Ultimamente, no entanto, tenho-te visto passar em sentidos proibidos, entrar em ruas sem saída, passar nos vermelhos sem os veres...
Tenho estado aqui, como espectadora e, na verdade, acredito que não devo intervir, porque sei que certas conclusões só são válidas quando somos nós próprios a tirá-las... Além disso acho que não corres risco de vida, se corresses seria a primeira a saltar da cadeira para te ir buscar nem que fosse ao fim do mundo... Sabes disso.
Mas ao mesmo tempo não consigo deixar de me preocupar, pelo simples facto de que senti, desde o primeiro momento, que esse não era o melhor caminho para ti, e que talvez, desta vez, não estejas a conduzir tão bem como é teu costume...
Não sei explicar bem porquê, tão pouco, talvez seja só um pressentimento estúpido, sem significado nenhum. Espero que sim, espero estar enganada.
Mas mesmo quando dizes que estás a ir bem não consigo convencer-me que é verdade. Porquê?

terça-feira, 16 de março de 2004

Balança

Não sei bem o que prefiro...
De um lado tenho o conforto gasto e ausente que vem da distância....
Do outro lado tenho a angústia constante que vem da proximidade....

Sei que o ideal seria um equilíbrio, mas sempre fui de extremos, e na minha vida, infelizmente, há coisas que ainda não consegui mudar.

...

Hoje estou aqui sentada, quentinha, no meu sofá em frente à lareira... A televisão está ali acesa, à minha frente, e como sempre estou a olhar para ela do lado de cá, através de um vidro....
Na verdade até já passou bastante tempo (quase três meses...). É tarde e devia levantar-me para a poder desligar, mas estou com medo. Medo do desconfortável conforto silencioso em que vou mergulhar quando carregar no botão. Medo da ausência pesada que ficará então presente, suspensa no ar...

segunda-feira, 15 de março de 2004

S-A-U-D-A-D-E

Vinha escrever, mas dei-me conta que o tema é o mesmo de sempre... Se alguém ler isto algum dia vai achar o meu blog uma seca. Não me surpreenderá, eu também acho... Mas neste momento é um espelho da minha vida.

Às vezes pergunto-me o que me deu na cabeça?
Que vim fazer?
Até certo ponto acredito no destino, e a força que me dizia para vir para cá era bastante superior à que tentava reter-me... Claro que, nos últimos dias, as dúvidas foram crescendo dentro de mim, mas sempre encarei esta viagem como uma coisa que tinha mesmo que fazer.

Eu sei, muitas das coisas de que sinto falta iam mudar de qualquer forma... E também sei que estava farta, e que estava a precisar de uma lufada de ar fresco na minha vida. Acabar com a vida "inútil" de estudante... Trabalhar... Uma contribuição para sociedade em geral, para as pessoas em particular... Ganhar dinheiro e ter (alguma) independência... Tudo isso está bem agora, ou melhor, embora o destino, agora que cá estou, não corresponda bem àquilo que vi no folheto da Agência de Viagens... Não é sempre assim, afinal? Algumas fotografias são melhores que a realidade, já devia saber.

O que me mata mesmo é a falta das pessoas que, no fundo, enchiam os meus dias. Mesmo que só estivesse com elas cinco minutos, ou mesmo que não as visse... Estavam perto. Eu sabia que estavam lá... Um telefonema e estávamos no café, no cinema, em casa... Nunca pensei que 180 Km (mais coisa menos coisa) doessem tanto.

Agora, do lado cá, sinto-me como se estivesse num submarino ( e na verdade nunca entrei num)... Parece-me que a vida está toda a passar lá fora, e eu estou aqui, a vê-la através desta janela redonda, baça... E comigo, para debaixo do mar, só trouxe os meus medos, as minhas dúvidas, e esta S-A-U-D-A-D-E, imensa, que aos pouquinhos vai sugando todo o ar que me restava para respirar no vazio.

Às vezes é mesmo isso: como se tivesse escolhido deixar a vida para trás.

Chego assim à conclusão que tinha já tirado, mas não sentido, ainda antes de vir: as pessoas são SEMPRE o mais importante.

A vida não pára, e se queremos manter-nos a par, às vezes temos que correr...
Já me inscrevi no ginásio, e até tenho ido... Agora é esperar que a boa forma volte....

domingo, 14 de março de 2004

"Olho ao longe o infinito horizonte.
Onde o sol se põe entre linhas longínquas
Perde-se um grito rouco que desce com a
Noite de verão leve que se abate sobre o medo.
E agora que te procuro na lua, o sol é a tua
Única imagem e não te encontro...
A minha voz voou sozinha para perto de
Ti e fiquei entregue ao deserto silêncio.
A areia é o tempo que se escoa entre nós.
Tu és a luz e o sol com que me finjo ver"
AS; 03Mar1997

Contador

Nem sei bem porque decidi por um contador na minha página, para saber as pessoas que passaram aqui. Também pus um que indica quantas pessoas estão on-line ao mesmo tempo. Até hoje não me incomodei com o numero cada vez maior (já vai em dez!) de pessoas que visitaram o meu blog. O meu acesso à internet não me permite (acho!) ter um IP fixo, e de cada vez que passeio pelo meu próprio blog sou contada como uma nova visitante (não é de todo desagradável ser, de cada vez que me ligo à internet, uma nova pessoa....). De qualquer forma, hoje assustei-me.... Olhei para a barra lateral e algo de estranho se passava: aquela coisa dizia que estavam 2 (DUAS) pessoas on-line. Alguém estaria a ler o meu blog? Acho que o contador deve ter avariado. Ou, de tantas vezes que me vê aparecer como uma pessoa diferente, já se baralhou e, ao ver-me, acha que somos várias....

sábado, 13 de março de 2004

Acabei de descobrir que vou casar com o Josh Hartnett!!! Estou radiante!!! (embora preferisse o Brad Pitt...)
(Tenho que parar com estes testes estúpidos...)



You are going to marry Josh Hartnett. He is really
shy, but don't let that fool you. He is really
outgoing and sweet with those he loves and will
be loyal to them for the rest of his life.
Congrats!!

Which male celebrity are you going to marry?
brought to you by Quizilla

Testes

De quem não tem MESMO mais que fazer....
Nas minhas viagens de blog em blog, ainda na permanente descoberta deste novo universo, deparei-me com estes maraBilhosos testes de personalidade e afins...
Se algum dia, por acaso, alguém der com o meu humilde blog, ficará (de certeza!) a saber um pouco mais sobre mim...

Vi o filme e até gostei, mas não sei se me agrada "sê-lo"...



Mulholland Drive
"Mulholand Drive", primeiro estranham-te,
depois ninguem pode passar sem ti! Um misterio
que vale a pena descobrir.

Se fosses um filme, que filme serias?
brought to you by Quizilla


O meu elemento é a noite... (o que quererá isto dizer?)


night
You're Element is Night. You're a loner who is very
creative but never show your work to anyone.
You may smile a little but sadness or
loneliness surround you and other can feel it
when they're near you. You have a dark or
unusual beauty that makes you mysterious and
you probably have a lot of secrets that you've
never told anyone. You're beauty is intriging
and unorthidox but the real thing that makes
you special is your eyes. Something in them
makes them like "Diamonds in the
Rough".

What's Your Element?
brought to you by Quizilla


MEU DEUS!!! Sou uns sapatos de Ballet... Tinha imaginado umas sapatilhas.....


Ballet Shoes
Ballet shoes - beautiful, graceful, and creative,
you enjoy dancing, writing and music. You are
often very poetic and sometimes dramatic. You
keep to yourself aside from a few close friends
that you can relate to.

What Kind of Shoe Are You?
brought to you by Quizilla


Pode, portanto, concluir-se que estes testes são uma treta! (brilhante!!!) (o público aplaude!) (mas não deixa de ser divertido fazê-los...)

Em todos os posts que escrevi ainda não falei em ti. Ou não directamente, pelo menos... No fundo estás lá, sempre, em todas as vezes que escrevo a palavra saudade, em cada letra....

sexta-feira, 12 de março de 2004

1 minuto

Pela segunda vez num curto espaço de tempo, vieram-me as lágrimas aos olhos. Desta vez sozinha, em frente à televisão silenciosa, a ver milhares e milhares de pessoas silenciosas, que sofrem porque o terrorismo ainda ecoa (no silêncio) numa explosão ensurdecedora, muda de significado, vazia de sentimento... Para quê???

...Silêncio...

"Faz-se o vazio cá dentro de nós.
E de mim, que toda me dei, resta apenas o grito mudo:
...Silêncio...

Afinal onde vamos, caminhando cada passo combinado de lógica e nexo por entre as pegadas deixadas para trás?

Finjo que me acho e não sei onde estou.
Não sei quem minto quando grito o que sou:
...Silêncio... (...)"
AS; 03Mar1997

Estranho. Passamos meses e meses sem ouvir falar das coisas. Depois, de repente, não se ouve falar de mais nada....

Suchard-Express





Há alturas em que sinto falta de um toque ou de uma mensagem para ir à varanda, e estares lá em baixo.

Esfumaçar.
Leite com chocolate.
Torradas com manteiga.
2 micro-ondas.
Palhaçada.
Adormecer no sofá.

...

Estarmos horas a conversar sem ser ao telefone.
Olhar. Ver.
Ouvir com os olhos às vezes faz tanta falta....

(ao escrever isto vieram-me as lágrimas aos olhos, que fenómeno estranho! Não estava à espera... Acho que não estou triste. É só mesmo isso, sinto a falta dessas coisas. E não é o mesmo que sentir a tua falta... Ainda continuas à minha beira....)

quinta-feira, 11 de março de 2004

"O mundo corre à minha frente, tão devagar, tão rente aos meus dedos esticados no fim do braço que quase lhe toco... O que fazer para o alcançar e deixar de lado esta tortura quase vida?"
AS; 27Dez1996

Ontem encontrei-te por acaso... É muito estranho encontrar-te assim, já não fazemos parte das nossas vidas e às vezes pergunto-me o que temos realmente em comum... Porque do tempo que passamos, acho que só mesmo o passado...
Uma vez disseram-me que as pessoas só têm coisas em comum enquanto têm vontade disso...............................
Fiquei triste por isso mesmo. Acho que devemos ter perdido a vontade, algures, e não sei se para além dessa ainda temos mais vontade para a procurar...

(Se calhar são muitas, as vontades precisas... Quando se calhar bastavam duas, desde que conjugadas. Uma só não basta. Não bastou nunca, eu é que achei que se podia dividir...)

quarta-feira, 10 de março de 2004

Rodas dentadas

Cada um de nós tem a sua própria realidade.
O mundo é, no fundo, um motor, uma gigantesca engrenagem, onde as rodas dentadas das nossas realidades se articulam com as rodas dentadas das pessoas que nos rodeiam... Que ou encaixam ou encravam o sistema....

Será que descobri finalmente como funcionamos?
A essência da vida estaria, afinal, num óleo lubrificante?

(se soubesse como se faz punha aqui um desenho disto...)

Será que quando a máquina funciona calibrada e afinada o amor acontece? (isto é um filme, não é?)

A esta hora devia estar a fechar os olhos ao dia de hoje que já vai longe na noite, para mergulhar na escuridão do sono.
Dormi à tarde.

Confundi o mundo com a realidade....
E agora?....
Agora, olha....
E vê, se puderes.

Zoom

E hoje vejo de novo o mundo baço, a correr lá fora, através das minhas lentes descompensadas, desfazadas...
Descalibradas.

Porque não fui equipada com um sistema de focagem automática?
(e já agora com zoom...)

Olho à minha volta...

...e só vejo este quarto de paredes soltas, que marcham como soldados na minha direcção para me esmagarem o peito com o vazio da sua solidão.
Será que algum dia vou ser capaz de abrir as malas e os caixotes que trouxe, e montar o acampamento de guerra das minhas memórias aqui? Não sei bem.
Aqui e agora só vejo este quarto.
Este vazio.
Esta saudade que me enche, que me trepa e escala devagar, com esforço, para chegar aos olhos e transbordar...

Chocolate, morangos e coca-cola

Três coisas boas da vida....

terça-feira, 9 de março de 2004

"Ao escrever vou traçando devagar o destino destas palavras vazias e lentas, sem um qualquer conteúdo ou corpo.

"I just need..."
"I just want someone to be there for me"

Não é verdade.

Magia é a pura forma como ele diz as palavras e elas queimam.
Mas não tanto como os nossos olhos e as nossas mãos quando se dão e se juntam em nós.
Não tanto como esta música que me toca devagar,
Que me enche de um vento de tempestade súbito e forte.
Sem palavras.
Sem ruídos pré-definidos ou atribuídos.
Fustigando e destruindo os meus alicerces..." AS; 13Fev1998

30 segundos

Bibó FCP!!! (carago....)

Hunger

Ao por os meus links aqui ao lado dei-me conta de uma coisa. O Hunger Site, e os restantes sites a que temos acesso para "ajudar" quando acedemos à sua página, está mesmo muito perto. À distância de um click com o nosso rato podemos doar comida a crianças com fome, e, com mais dois ou três, sempre muito sentados no quentinho de nossas casas, com alguém ao lado a chamar para jantar, poderemos em seguida doar mamografias para ajudar ao rastreio do cancro da mama, ou ajudar a salvar crianças doentes, ou ainda evitar a destruição das "rainforests" e proteger os animais em perigo.

Se é assim tão fácil, como é possível que existam crianças doentes e com fome? Como ainda não acabou o cancro da mama? Como há ainda florestas verdejantes a ser destruídas? Como continuamos a maltratar os animais?

Não deixar passar

Sem me por com filosofias baratas acerca da importância que tem o deixar ou o não deixar passar, decidi vir escrever só para não deixar passar vinte e quatro longas horas sem umas frases soltas, mesmo que não tenham informação útil... (será que alguma das que aqui mora tem?)

É incrível como partilhar uma piada ou um sorriso abre logo as portas para tornar um dia inteiro válido, e fazê-lo terminar bem. Gostei do fim da urgência, trabalhar nem sempre é assim tão mau...

segunda-feira, 8 de março de 2004

Domingo

Hoje é domingo. Não gosto dos domingos à noite, fico com uma sensação de vazio gigantesca, que só é preenchida pela certeza de que o despertador irá tocar amanhã de manhã à hora habitual.
Como habitualmente só vou levantar-me depois de programar o despertador aí umas dez vezes (que exagero!!!) para tocar de dois em dois minutos...
Assusta-me esta certeza. A rotina. Saber que até ao fim da minha vida (útil?) só terei dois dias por semana para acordar por mim própria, e que mesmo assim estes não são certos, porque às vezes o chato do telemóvel desperta também ao fim de semana....
Vou apagar a luz, antes que amanhã de manhã seja ela a apagar-me a mim....

Perder.....

"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se pagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo poderia ser meu para sempre." Miguel Sousa Tavares

Tenho pensado bastante nisto...

Em que dimensão se perdem as coisas?

domingo, 7 de março de 2004

Nem sei bem por onde começar...
Este espaço em branco assusta-me um pouco... Sei que a escrita é um hábito, e quanto mais se pratica mais se desenvolve, mesmo que não seja nada de jeito. A intenção, no fundo, também não é essa. É só vir, e escrever... É esta a filosofia disto? Deixar aqui coisas escritas, soltas... Alguém irá ler? Alguém irá saber que fui eu escrevi? Alguém irá saber o que estava a pensar quando escrevi? Tenho que me libertar disto tudo... Mas lá está: vamos devagar...
"Enquanto houver estrada para andar....."
Às vezes pergunto-me se faz realmente sentido escrever só para mim. Sinto, quando alguém lê o que escrevi, que é nessa altura que as coisas ganham forma e se tornam reais... Se é assim, pode ser que seja produtivo andar por aqui.

Thank Zoo

Afinal, foste tu quem tornou o meu dia produtivo... Obrigada!

Blogging?

Decidi iniciar-me nesta coisa dos blogs... Nunca tinha ouvido falar, confesso que era ignorante neste assunto (e ainda sou, neste e em TANTOS outros). A ver como corre, para já vou andar, devagar, a tentar um encontro comigo mesma...