Sempre a propósito da Amizade...
Há coisas que não mudam, e um post destes nunca me passaria indiferente.
Quando comecei este blog o que mais me atormentava era precisamente esse monstro que me estava a comer por dentro.
Os meus medos, as minhas desconfianças, as minhas suspeitas e as minhas incertezas avolumavam-se na minha cabeça, alimentadas por uma distância que escolhi, crescendo a cada dia, com cada quilómetro, até deixarem de estar só na minha cabeça...
Não perdi amigos.
Perdi Amigos?
Foi apenas uma transformação?
Nem sei bem explicar a diferença.
E também não sei explicar a amizade.
É um sentimento? Uma relação que se estabelece?
Não faço ideia...
Sei que há pessoas que nunca vão desaparecer.
Vamos estar sempre perto mesmo longe.
E quando nos juntarmos os dias não terão passado pelo meio dos quilómetros que nos separam e tudo será igual, sempre igual...
Outras pessoas vão parecer-nos estranhas, embora provavelmente nem o estejam ou sejam...
E curiosamente essas são sempre as que estavam lá mais perto...
E por isso mesmo volta o medo, a insegurança, o medo da dor que é a falta de alguém que nos compreendia mesmo quando não entendia, que nos mandava dois berros quando era preciso, que nos ligava a meio da noite com sofrimentos materializados em dor de barriga...
Agora, que o tempo passou, e vai passando, levando pequenas coisas com ele, percebo que o que dizes faz todo o sentido:
"já que vivo com a dor desde há muito, ao menos que ninguém o note"...
Adenda: estanque - é um dos motivos pelos quais este blog sempre fez sentido...
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