terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

Verde de Fogo

"Estranho este verde que me enche
De repente de esperanças tristes
Esquecidas num qualquer voto de
Silêncio vazio.

Incrível como na viagem de
Regresso se viu a terra girar
Redonda, grande, inflexível,
À volta das estrelas que serviriam
De guia na noite escura que
Nos engoliu...

Qual a vantagem de vermos que,
Afinal,
Os nossos passos nunca marcarão a
Diferença na trajectória?... "
f. Açores, 02AGO2003

Através da janela de vidros sujos e riscados via-se claramente a lua.
Não nos seguia, antes aparecia e desaparecia por entre as curvas da viagem.
Voltávamos de encher os olhos e a alma, o coração lavado com as águas azuis, verdes, de fogo...
Percebi, nessa altura, que os nossos passos já não caminhavam certos, aos poucos foram ficando trôpegos de curvas, solavancos, e noites escuras em que a lua nos guiou, em vez de sermos nós a guiá-la a ela.

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