Verde de Fogo
"Estranho este verde que me enche
De repente de esperanças tristes
Esquecidas num qualquer voto de
Silêncio vazio.
Incrível como na viagem de
Regresso se viu a terra girar
Redonda, grande, inflexível,
À volta das estrelas que serviriam
De guia na noite escura que
Nos engoliu...
Qual a vantagem de vermos que,
Afinal,
Os nossos passos nunca marcarão a
Diferença na trajectória?... "
f. Açores, 02AGO2003
Através da janela de vidros sujos e riscados via-se claramente a lua.
Não nos seguia, antes aparecia e desaparecia por entre as curvas da viagem.
Voltávamos de encher os olhos e a alma, o coração lavado com as águas azuis, verdes, de fogo...
Percebi, nessa altura, que os nossos passos já não caminhavam certos, aos poucos foram ficando trôpegos de curvas, solavancos, e noites escuras em que a lua nos guiou, em vez de sermos nós a guiá-la a ela.
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