quinta-feira, 7 de outubro de 2004

Bitter Sweet

Agora fico sempre na dúvida: ganhei ou perdi?
Seja como for, perdi.
Claramente.
Já devia saber que estes jogos acabam assim, por algum motivo são infantis...

Tenho estes momentos em que te vejo outra vez.
Não sei se sou eu que fico lúcida ou se apareces realmente.
Sei que nessas alturas as cinzas são avivadas pelo vento norte, e o gajo que mora à esquerda reclama. Quase dormia, pá, acordá-lo para quê?

É que nada vai ser diferente, a vida continua.
Há o tempo que tem que se gastar porque não dura até amanhã, há estas coisas com que temos que nos ocupar, em que temos que pensar, às vezes só mesmo para não pensar...
Contra-senso?
Há esta distância, que já não vai encurtar.

Passo a passo vai-se fazendo caminho, tenho que desaprender o que fica para trás, tenho que arranjar uma contractura, uma rigidez cervical que me impeça de me voltar para olhar. Isso é que dói, não é mais nada. Não é o presente, nem o que nele se encerra. O que dói é o que vejo quando olho para lá, para o passado.

Nota: passado - que passou. Simples.

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