terça-feira, 12 de outubro de 2004

Das conversas caladas

O silêncio é uma arma poderosíssima.
Para quem não a sabe manejar, pode ser desastrosa: semeia insegurança à sua volta, ao usá-lo como defesa.
Mas mesmo sem querer serve também como ataque, quando me sinto ameçada...

E sei que atinjo as pessoas de quem gosto com ele.

Não sei até que ponto isto é justo ou injusto, certo ou errado...

O caminho foste tu quem escolheu.
Tropecei, caí, arranhei os joelhos e torci os pés...
Andei às apalpadelas porque estava escuro, ou eu estava cega, nem sei.
Não estava preparada para me fazer assim à estrada.
Todas estas palavras deslocadas, os sorrisos à hora errada, os apelos sileciosos envoltos num olhar que não foi visto, as palavras que nunca soube dizer e aquelas que não podia ter dito...
Tudo isso são os passos que dei para não parar, para andar, para andar sempre.
É uma questão de sobrevivência, percebes?
Não é mais do que isso.
Percebes, eu sei.
À tua maneira fizeste exactamente o mesmo.

Quando as feridas desta batalha muda começarem a cicatrizar, vamos encontrar-nos de novo.
Vamos falar.
(talvez fosse mais justo dizer: vou falar)
E aí tudo será mais fácil, como um dia de férias grandes, no Verão.

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