É amanhã...

Depois de todo este tempo, e, principalmente, depois de toda esta distância, amanhã volto.
"Volto sempre"...
Já não tenho tanto medo, sabias?
É claro que estou um pouco ansiosa, o coração bate mais forte, estala-me no peito de forma a lembrar-me que está lá, que ainda não se esqueceu, que as coisas ainda dormem, e não desapareceram no escuro do esquecimento.
Ainda...
Mas levanto a cabeça e sigo, tenho que ser corajosa, tenho que os enfrentar, aos meus medos invencíveis, e dizer-lhes que também tenho algum poder sobre o meu destino.
"Volto sempre"...
Volto porque não passo sem vocês, porque as conversas telefónicas não me completam, todos os gestos me fazem falta, todo o olhar pousado aí, devagarinho, a saborear de novo as vozes, os sorrisos, os olhos, tudo aquilo que daqui ouço, mas não vejo, e só me enche de vazio todo este tempo que estou longe.
É engraçado, porque já não dói tanto. É só uma recordação da dor, o que cá está... Também ela irá passar...
"Volto sempre"...
Entretanto, sei o caminho a seguir, não me esqueci.
Vou também ao meu encontro.
E se por acaso me desequilibrar, se por acaso tropeçar, se por acaso cair, não será, afinal, por acaso. Será seguramente por ter bebido demais na vossa companhia....