sábado, 31 de dezembro de 2005

BOM ANO!!!!

E pronto, assim se acaba um ano de posts.
Como não podia deixar de ser, queria agradecer a quem cá passa.
Comecei a escrever num acto solitário e hoje as coisas ganharam uma forma diferente.
Sem dúvida, faz-me bem andar neste mundo à parte que é a blogosfera.

Espero que as entradas sejam boas, e que, como ainda hoje me disseram, o pior deste ano que aí vem seja o melhor de 2005.

FELIZ 2006!

Saldo

Não foi um ano bom.
Não sei se sou que sou demasiado exigente, ou se simplesmente há coisas que não correm bem como eu gostava. É o normal, não?

Há mais ou menos um ano atrás disse aqui mesmo que este ano só podia ser melhor.

Tendo em conta que 2004 foi o pior ano de toda a minha vida, posso dizer que este foi, de facto, melhor, mas nem por isso bom.

Pontos negativos:
-A perda das pessoas. Algumas sei que olham por mim onde estão, mas mesmo que quisesse já não as poderia tocar.
Outras não olham, e estão bem mais perto.
Talvez esta altura, por todas as circunstâncias envolventes, não seja a melhor para explorar esse assunto. Olharei eu por elas?...
Mas há pessoas cada vez mais longe e cuja falta não me dói menos.
Há alturas em que a dor é ainda insuportável, e hoje é um desses dias.
Posso fazer alguma coisa para mudar isso? Posso: mudar-me a mim própria.
-Na mesma sequência, o facto de continuar a sentir a tua falta.
Mas isso não vai mudar enquanto ele não se decidir a vir...
-Passei dois terços do ano fechada a estudar, e sem grandes resultados.
Não me acho burra, mas tenho limitações, e esta prova em que me meti sem dúvida que as traz à tona.

Pontos positivos:
+Sinto-me muito mais em casa neste sítio onde me vim enterrar, e isso deve-se, como sempre, às pessoas que me rodeiam.
+Fiz uma das minhas viagens de sonho.

É um balanço curtinho, num post longo demais.

Na página do público existe uma sondagem. A minha escolha foi para a primeira opção: o próximo ano será melhor.
Dificilmente poderá ser de outra forma...

Se não for por mais nada, é porque eu não vou deixar que anos maus se sucedam assim uns aos outros.

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

enfim...

...tenho uma família maravilhosa, e nem eu própria consigo avaliar bem a minha sorte...

Do Natal

Sempre me lembro desta época como sendo de festa.
Quando era (era?) miúda, assim que começavam as férias começavam também os preparativos. Fazíamos teatros escritos por nós, líamos poemas, cantávamos, tínhamos concursos de dança e sorteios com rifas compradas a vinte escudos.
À medida que fomos crescendo deixámo-nos dessas coisas, e os mais novos não nos tomaram o lugar.
Apesar disso, com uma viola nas mãos certas a festa dura até bem dentro da noite.
Interrompe-se a cantoria para a entrega de prendas à meia noite, rimos com as nossas, e sorrimos com os sorrisos dos outros...

No ano passado tivemos o primeiro Natal triste de que me lembro.
Pela primeira vez havia um nome a faltar nas prendas, e isso apagou o brilho dos olhos de todos.
Não se cantou, não se tiraram fotografias, e tudo foi apenas um passar do tempo, em que nem sequer se tentou a normalidade.

Este ano, apesar de tudo o que aconteceu, voltamos a ser a mesma família grande e barulhenta.
E não há barulho como o nosso...

sábado, 24 de dezembro de 2005

mais presentes

Presentes presentes são também as pessoas que cá vêm, por isso não podia deixar de lhes desejar um Natal muito feliz.
(cheia de graça, eu sei...)

Quanto a mim, sou uma pessoa com sorte, e hoje sei que o vou sentir de forma especial...

presentes

na verdade olho para o presente e acho sempre que não é nada de especial

no entanto, desviando o olhar para trás, para o que passou, vejo que tive já presentes grandes, e isso deixa-me contente

para os aproveitar melhor talvez me falte só isso: deixar de olhar para trás...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

E tem razão...



Não há muito tempo uma amiga ofereceu-me um pequeno bloco com isto na capa.
Acha ela que em determinadas alturas esta imagem me deve retratar bastante fielmente...

Notinha: não deixem de ir espreitar a página do Edward Monkton!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

retalhos

A urgência de escrever como um pano quente que acalma a dor.

As vezes que nos queixámos de que os nossos nos falharam compensam as vezes que falhamos aos nossos?
Há tempo para repor parte dos danos, talvez.

Queria reconquistar o espaço perdido, mas cada vez que ponho um pé do outro lado da fronteira os terrenos parecem-me estranhos, recuo e desculpo-me com a ideia de que fui expulsa.

Tenho saudades das nossas conversas, dos sorrisos e dos risos, das brincadeiras que se tornavam sérias, e das conversas sérias que se tornavam brincadeiras.

A recusa de uma promessa, de uma viagem, de momentos bem passados, porque não me sinto capaz de dar o que não tenho. Falta de energia, talvez...

Preciso urgentemente de me concentrar, tenho quatro exactas semanas para dar o melhor de mim.
Sim, nada é definitivo. Mas quero pensar que isto é, que ficará arrumado, que não voltarei a perder dias e dias a fio a olhar, a pensar, a escrever o mesmo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

as nuvens a passar
(ou como escrever postais de Natal pode melhorar o seu dia)

Saí mais cedo que o habitual, por preguiça não vesti o casaco (nunca visto) porque não gosto de conduzir com ele vestido e acho sempre que não vale a pena para os poucos metros que me separam do carro.
Claro que os quatro graus (ou menos) se fizeram sentir e vim o caminho todo até casa a ouvir os meus dentes bater castanholas, apesar do ar quentinho ligado...

Já não estou triste, acho que estou resignada.
Ajudou a mentalização de que a "culpa" é minha, como sempre.
Porque acho sempre que as pessoas têm que pensar e sentir como eu, têm que ter as mesmas expectativas, as mesmas vontades, as mesmas prioridades...
O que vale é que isto passa ao lado de 99,9% de quem me rodeia... e nem vale a pena desenvolver mais o assunto.
Só não apago o post anterior porque já foi lido...

Ajudou também o tempo que perdi a escrever postais de Natal.
Exagerei (como é típico em mim) (podia remeter para outro dos meus defeitos, mas vou poupar os queridos leitores...), mas, apesar de ter pensado que ia ser monótono escrevê-los, bem me enganei: consegui pensar em cada pessoa com carinho. E embora o discurso não tenha muito espaço para variações, sei que não ficaram todos os iguais.
Soube-me bem voltar aos métodos antigos, e evitar a confusão que são as sms's na véspera de Natal.
Não quer dizer que não as vá mandar, mas estou bem mais em paz porque a minha letra, os meus votos e o meu amor seguiram dentro de um envelope.

Espero que cheguem como eu os mandei...

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

as baboseiras do costume... #2

...ou como os nossos amigos nos deixam às vezes um pouco tristes...

(isto lembra-me um pequeno defeito que já devia ter sido corrigido ontem...)

domingo, 11 de dezembro de 2005

as baboseiras do costume...

...ou como ver os nossos amigos felizes nos faz um bocadinho mais felizes também...

Older Chests

"Older chests reveal themselves
Like a crack in a wall
Starting small, and grow in time
And we always seem to need the help
Of someone else
To mend that shelf
Too many books
Read me your favourite line

Papa went to other lands
And he found someone who understands
The ticking, and the western man's need to cry
He came back the other day, you know
Some things in life may change
And some things
They stay the same

Like time, there's always time
On my mind
So pass me by, I'll be fine
Just give me time

Older gents sit on the fence
With their cap in hand
Looking grand
They watch their city change
Children scream, or so it seems,
Louder than before
Out of doors, and into stores with bigger names
Mama tried to wash their faces
But these kids they lost their graces
And daddy lost at the races too many times

She broke down the other day, yeah you know
Some things in life may change
But some things they stay the same

Like time, there's always time
On my mind
So pass me by, I'll be fine
Just give me time
Time, there's always time
On my mind
Pass me by, I'll be fine
Just give me time"
Damien Rice, O

Tenho o velho hábito de me perder a mim própria

Hoje, enquanto estudava, dei por mim a pensar em como este post é um subterfúgio...

adenda: cbs, mais acertado é difícil! ;)

conclusão

estou mesmo a precisar de uma pausa

e mais...

ainda no contexto de disparatar (ou talvez não...) apetece-me dizer que o melhor é mesmo dedicar-me a espremer o cérebro: a vertente profissional da minha vida parece-me a única com possibilidades de sucesso
(e mesmo assim é o que se vê...)

dia não

Não há nada como ter um blog.
Neste momento parece-me, sem dúvida, que a grande vantagem reside no facto de eu poder chegar aqui e disparatar.

O mantra (já) não está a funcionar e o meu cérebro (ou então o outro tipo da esquerda) começa a despertar e a reclamar.

Passei o dia todo a espremer o cérebro bem espremidinho. Tão espremidinho ficou que já nem consegui ir sair um pouco como tinha previsto, já não estive com quem queria ter estado, já não falei das outras coisas, não ouvi música, não fiz de conta que sei dançar, não segurei um copo de qualquer coisa que não água, sumo de laranja ou coca-cola, não vim cansada para casa e pronta para um bom sono.
Bolas, nem sequer me sai o euromilhões ou o totoloto... (eu sei, esta era escusada...)

Às vezes tenho pena do blog, porque só serve para isto mesmo, para eu disparatar.
Saio daqui, desligo o computador, e amanhã tenho novamente um sorriso nos lábios e sou até capaz de dizer uma ou duas piadas (bem secas, pois claro!).

Talvez por isso me espante também a paciência que têm as duas ou três pessoas que aqui vêm regularmente...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

mau sinal

quando tento entrar em casa com a chave do escritório

(na verdade talvez seja um bom sinal... pelo menos quero acreditar que sim!)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

pedido

não me percas

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

a eterna dúvida...

mas depois tenho esta dúvida: quero educar o inquilino? quero mesmo calibrar?

o que é melhor: sentir ou não sofrer?

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Calibrar não é possível

Estuda-se na escola: cada equilíbrio que se desfaz dará, inevitavelmente, lugar a um outro.

Neste breve espaço entre dois equilíbrios cabe uma tristeza miudinha, leve, e não é fácil trancá-la: o inquilino à esquerda é o guardião da chave, e qualquer tentativa para o educar é mal sucedida.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Os mitos

Tudo o que, por medo, não foi levado às últimas consequências, transformou-se em mito.
Os mitos fizeram-se pedra, a pedra cresceu muros, e os muros cercaram-me, toldaram-me a visão, fecharam-me em mim mesma.

Tenho medo de um dia nem eu me achar, emparedada.
De olhar e ver-me a toda a volta só criatura mitológica.

domingo, 4 de dezembro de 2005



Todas estas coisas acontecem, e enquanto isso estudamos, trabalhamos, queremos ganhar um dinheirinho, viajar, comprar um carro ou uma casa, um computador ou uma máquina fotográfica...
No fundo talvez houvesse como contribuir, mas a minha opção, e o motivo pelo qual me afundo todos os dias no escritório, é a da segurança, do conforto, da facilidade... talvez mesmo da futilidade...

Mas não faz mal.
Foi só um filme.
Vou dormir, amanhã é domingo, e depois recomeçará a rotina.
Tudo o resto passará novamente para segundo plano...

Anyway... o filme é excelente.

Notinha: acho a entrada no site pessimamente escolhida.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

mantra
(ou modo autómato)

não sentir não pensar não tocar não rir não cheirar não ver não fluir não ir não ouvir não ser não chorar não olhar não fugir não focar não pedir não var não pensar não ser não ter não provar não fluir não tocar não sorrir não sonhar não focar não correr não ver não dormir não ouvir não sentir não rir não pedir não pensar não ser não ir não fluir não sonhar não sorrir não fugir não pedir não dormir não rir não sorrir não sentir não chorar não dormir não focar não ter não sorrir não pedir não ir não ser não fugir não fluir não provar não ficar não focar não tocar não sentir não ver não olhar não ver não sonhar não ficar não fugir não sorrir não ir não sentir não dormir não ser não pensar não ter não dizer não fluir não rir não ser não dormir não ver não sonhar não sentir não ver não fugir não dormir não sonhar não ser não focar não ver não provar não rir não ir não pedir não olhar não fugir não querer não ver não fluir não pensar não provar não ir não ver não pensar não sentir não sonhar não rir não provar não fluir não fugir não ver não ser não olhar não fugir não chorar não ir não ficar não dormir não ser não rir não sonhar não rir não fugir não sentir não sentir não sentir não sentir não sentir não

terça-feira, 29 de novembro de 2005

Bem-vinda!



A mãe, linda, tem agora uma menina linda ao seu lado!
(ainda não vi, mas afirmo com certeza)

E a amiga babada, aqui de longe...
Já falta pouco!

Rotina? ....

Devagar, depois de vários prolongamentos de sono, começo a escorregar para o novo dia.
Saio da cama a custo, a dizer palavras feias logo pela manhã, porque está um frio de neve e eu estava tão quentinha debaixo do edredão.
Ainda em fase robot vou para a banheira, visto-me, tomo o pequeno almoço.

Este é o início do dia, e, sem dúvida, a parte mais variada, porque a partir daí o que se segue é: vou para o escritório. Páro para almoçar e volto para o escritório. Páro para lanchar e entro na porta ao lado que é a do escritório, e finalmente páro para jantar.
Seria caso para dizer: Ufa! Até que enfim!
Mas não, mal tem tempo de descer a comidinha, porque eu já sigo para o escritório, e assim seguirei até Janeiro, com algumas (raras!) excepções...

sábado, 26 de novembro de 2005

Faltas tu

"Todos estamos sozinhos, Mariana.
Sozinhos e muita gente à nossa volta.
Tanta Gente, Mariana.
E ninguém vai fazer nada por nós."
Maria Judite Carvalho, Tanta Gente Mariana

Passou um ano inteirinho.
Um ano com algumas vitórias, algumas derrotas.
Um ano em que não te ouvi, não te vi, não ri contigo, não conversámos.
Um ano como serão todos, até um dia...

Tanta gente, Mariana...

E faltas-nos tu.

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Procura-se um Amigo

"Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimento, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grande chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive. "
Vinicius de Moraes

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Farias hoje 89 anos.
Tenho saudades tuas.

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

curtas #1

Alzira estava perdida.
Vagueava pelos campos e a vida sabia-lhe ácida como limão.
Por causa de um defeito congénito via tudo verde, e as palavras nunca lhe amadureciam na garganta.

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

Agora
(ou as banalidades habituais...)

Não tenho muita disponibilidade nos dias que correm, e quando olho à minha volta vejo que os meus amigos ainda têm menos tempo do que eu.
O panorama não vai melhorar.
É para isto que estudamos e trabalhamos?
Passamos os dias imersos em tudo menos no que nos preenche mais, por mais que o trabalho nos preencha também. (para quem tem a minha sorte...)
Sim, é preciso ganhar dinheiro.
Mas o que vem a mais paga o resto?

É por isso que devíamos aproveitar cada minuto para fazer aquele telefonema cuja hora nunca é a mais indicada, mandar a mensagem que construímos quase sem querer e que temos preguiça de escrever, fazer a viagem e gastar mais hora menos hora para ver aquelas pessoas...

Estar, ver, sentir, tocar...
Só passamos por cá agora.

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Será que a natureza ainda manda alguma coisa?



Agora só falta a M.I. querer vir cá para fora!!!

regras #1

não fazer comparações

as regras

as regras são os preceitos a seguir

aqui serão (e não o são sempre?) subjectivas

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Ligeiramente, só?!?

Já se sabe que não resisto a um teste (a alguns, pelo menos!), e por isso estive a fazer o que o JPG publicou no Esplanar, para saber se algum dia poderei pensar em ser escritora...

Descobri então que sou ligeiramente dotada (tive 5), e que os meus sentidos mais apurados são o Filosófico (8), o Humor (7) e a Imaginação (6). (não me posso queixar, mas invertia a ordem!)

O meu género literário seria o Humanista: "Uma só paixão: o homem, a mulher, as suas grandezas e misérias. A utopia parece sempre presente. De Sartre a Confúcio; mas também: García Marquez, Cervantes, Rousseau, H. G. Welles, Montesquieu."

domingo, 13 de novembro de 2005

Hummmmm...

Ora bem... Vou sou ali trocar de roupa e volto já! ;)
(Obrigada, doce!)

do tempo

às vezes engano-me, e nestes dias chuvosos de Outono respiro nuvens em vez de ar...

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Me and You and Everyone We Know



Uma mistura de sentimentos que não sei juntar em palavras.
(O filme ganhou uma série de prémios, mas para ser sincera nem sei bem se gostei ou não... Houve alturas em que tive vontade de bater na Christine) (Shame on me!)

o preço do fim de semana a meio da semana



4h00min
93Km/h
371Km

Visto assim, quatro horas dentro do carro parece-me demais, porque é tanto como o tempo que tive para estar com pessoas que não via há meses.
Mas a verdade é que há uma certa compensação...

Quatro horas não são nada, se pelo meio outras quatro nos preencherem.

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Aquele pecado grave, chamado preguiça...

Hoje acordei, qual estátua da liberdade, com o braço direito esticado e a mão a agarrar o telemóvel, enquanto a mão esquerda estava quentinha debaixo dos lençóis...
Queixo-me que os dias passam com demasiada pressa, mas a noite é sempre curta para as horas todas que eu gostava de dormir, de sonhar, ou simplesmente de ficar na ronha, a ouvir a chuva cair, quentinha debaixo do edredão. Bem mais saudável, sem dúvida, do que dormir de dez em dez minutos uma hora inteira, apenas com pausas para ajustar novamente o despertador do telemóvel. Depois já se sabe, há uma pausa mais curta em que os olhos se fecham, não se acerta a hora, adormece-se mais do que era suposto...

Y tu mamá también



Dois adolescentes, uma mulher mais velha, e o que têm para ensinar uns aos outros.
E esperar pelo fim do filme para tentar perceber o título...
(gostei muito!)

terça-feira, 8 de novembro de 2005

Frase do dia

"Já viste? Ainda ontem foi segunda e amanhã já é quarta!"
(que espectáculo!)

(em vez de frase do dia, esta devia ser a frase de terça-feira...)

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

tenho medo

"Try again.
Fail again.
Fail better."
Samuel Beckett

sábado, 5 de novembro de 2005

click!

eu precisava, definitivamente, de um limiar de disparo mais baixo...

(e é por isso que à noite me deixa dormir)

Esta é a hora negra em que me apetece escrever sobre o buraco da mesma cor que trago no peito.
De dia passa perfeitamente despercebido, e só ao chegar tarde a casa ele se abre para gritar, lembrar-me que existe, que não se calará com quaisquer duas tretas, que não me deixará...

De qualquer forma, nem tudo é mau, porque agora aprendeu a sonhar.

Cunchi

Sabes que te desejo o melhor do mundo.

Mereces sempre.
Hoje é apenas o dia em que nos lembramos mais...

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

"He changes your life"


A vida na Holanda, em Amsterdão, como talvez quiséssemos que fosse.
Ou talvez não...

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

A história #2

Foi assim que senti que devia escrever o último capítulo.
Nunca tinha escrito uma história, nunca pensei que fosse esta a melhor forma para o fazer... começando pelo fim...
Acabei por me distrair com a forma perfeita do contraste: tinta azul, escura, e o papel quase, quase branco... a minha letra parecia perfeita, desenhada ali.
Pensei mesmo por que motivo não escrevia mais vezes...
Uma outra história, quem sabe.
Uma apanhada do início...

Uma que, ao contrário desta, tivesse isso mesmo: um início.

terça-feira, 1 de novembro de 2005

Mais um dia

Festejo o dia em que nasci quando estou com amigos, quando me dão de prenda uma mão, um olhar, um sorriso...
Quando me dizem que gostam de mim, um amor embrulhado em gestos.

Hoje é só mais um dia que passa, e um dia não é nada, desde que estejam sempre assim, sempre aqui.

com tudo o que isso arrasta de bom e de mau...

serei sempre uma miúda

assim, e seguindo um pouco a minha onda, este blog também nunca irá crescer

segunda-feira, 31 de outubro de 2005

censurado


domingo, 30 de outubro de 2005

Um dia feliz!

Apesar de já não te encontrar quando espreito , tenho esperança de que esta seja ainda uma passagem ocasional.
Por isso queria dizer que espero que este seja um dia feliz, especial, perfeito e feito à tua medida!

Nobia




A felicidade conquista-se, com a forma doce de estar na nossa vida e na dos outros, e por isso sei que não haverá outro caminho à tua frente.
Obrigada! Porque fazes parte da minha vida, e porque me deixaste fazer parte da tua!

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

A história

O lado de lá das minhas palavras é um rosto inventado, uma voz que se estilhaça em silêncios, um riso despreocupado feito tinta.

Sei que aquilo que escrevo não será lido.
O espaço que leva os meus dedos aos teus olhos convida a erros de interpretação, a imagens desfocadas, a uma outra história que é diferente desta que conto.

terça-feira, 25 de outubro de 2005

já se sabe que não posso ver e não fazer....




take the which pearl jam song are you? quiz, a product of the pearljammers community.

(descoberto aqui)

dos fins de semana




No regresso havia demasiado movimento.
Quando volto gosto de ter a estrada aberta à minha frente, como se no escuro pudesse escrever a minha própria história, e depois lê-la com calma...

O tempo vai passando e algumas coisas adquirem contornos mais suaves.
(É essa a função do tempo?)

Não dá para ver toda a gente, não dá para dizer e ouvir tudo o que gostava, não dá para ver o que daqui é desfocado, não dá para um montão de coisas...
Não dá também para evitar aquela dorzinha estúpida, porque faz parte de quem eu sou sentir falta desse montão de coisas. Mas dá para levar com calma e fazer de conta que não a sinto.
Um dia, quem sabe.... ela desaparece.

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Erradicação da pobreza??

Ontem celebrou-se o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza.
Hoje, ao abrir a página do Público, deparo-me com uma notícia onde se diz que há compatibilidade entre a Ota, o TGV e o Rigor Orçamental... A mim parece-me que não há.
Os impostos não páram de aumentar, o desemprego aumenta também, o preço dos bens essenciais segue o mesmo caminho. Os salários não...
Cada vez há ricos mais ricos, e os pobres estão cada vez mais pobres.
Há políticos com reformas astronómicas e um sem fim de regalias depois de meia dúzia de anos de serviço. As tramas e os lobbys serão tantos que o simples mortal nem conseguirá imaginá-los todos.
A educação é cara e não chega a todos.
A saúde é cara, não chega a todos... Quando chega demora.
Não há recursos humanos suficientes. Não há dinheiro para lhes pagar. Contratam-se profissionais de outros países, chamados "mão de obra barata".
Depois dos famosos estádios, não aprendemos nada?
O que é mais importante? Começar pelo básico e avançar com os extras quando houver possibilidades, ou ter grandes aeroportos e comboios de alta velocidade, cujos bilhetes só poderão ser pagos por uma minoria?
O desenvolvimento começa onde?
O mal deste país é a megalomania.

Normalmente não sou muito dada a estas considerações, mas este país dirige-se para um beco cuja saída eu ainda não consegui ver. E isso deixa-me triste.

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Aqui!!!

Os melhores wallpapers que já vi.


(descobertos por aqui)

domingo, 16 de outubro de 2005

alguém quer escrever por mim???

estou farta dos meus posts

Ganhar a noite (e o dia, e mais noite e mais dia...)

Isto é o que eu chamo uma boa surpresa! :)
Welcome back!

Plan Your Escape*

(Aviso: esta é a hora dos posts que não deviam ser lidos)


Há alturas em que aquilo que é mais do que suficiente não chega...
Dou por mim a olhar à minha volta e a pensar no que será diferente, um dia...
É importante acreditar?

Há horas em que a memória me falha e eu não sei como foi.
Talvez tenha passado algum tempo, sem dúvida muito. Demais.
As horas arrastam-se vagarosas consumindo dias, os dias atravessam semanas desertas que se transformam em meses, e estes somam anos atrás de anos...
O tempo.
O regresso ao tempo.
Sempre o tempo.....
O tempo que escasseia e sobra de uma vez só.

Dou por mim a lutar desesperadamente para sair, para respirar...

Esbarro em clichés: "a ilha somos nós"*...

Temos que a descobrir cá dentro, é?
Ou a ideia é mesmo escapar?

(adenda - e o filme não é nada de extraordinário...)

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Sonho impossível

"Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar,
de sonhar sempre,
pois sendo mais do que
um espectador de mim mesmo,
Eu tenho que ter o melhor espectáculo que posso.
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis."
Fernando Pessoa, Livro do Desassossego

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

manias

esqueço-me rapidamente de que não posso ter tudo

e continuo a tentar...

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

troca de ideias



(das minhas citações ali na barra lateral)


no meu caso, embora não tenha bem a certeza de quem sou, acho que sei perfeitamente o que posso vir a ser....

domingo, 9 de outubro de 2005

memória fotográfica




às vezes, ao olhar os sítios dentro das fotografias, parece-me impossível que tenha estado ali...

sábado, 8 de outubro de 2005

verdade XI

posts que não nasceram para ser lidos, apenas deviam ficar escritos.

estas interrogações todas

Tenho noção de que a partir de determinadas horas não devia escrever.
À noite a realidade transforma-se, e ainda não percebi se as coisas ficam mais nítidas debaixo dos meus olhos cansados, ou se, de tão desfocadas, nem consigo perceber que não são reais.

Há um ano mais que está a acabar.
Os anos são este espaço no tempo, um intervalo que começa e acaba um pouco onde se quiser, definidos pelos acontecimentos que nos marcam, que nos são queridos, que nos doem...

Cheguei à conclusão de que, neste espaço que se criou, de tempo (mas não só), algumas coisas assumiram formas bem distintas das que me habituei a ver como reais. Alguns valores tornaram-se bem mais relativos, alguns sentimentos mais fortes e reais, alguns mais fortes e completamente irreais... E há sentimentos que me habituei a encontrar, e que já não tenho quando olho para dentro do peito.
A verdade talvez seja a mesma, eu é que já não a vejo tão absoluta.
Será só isso?

No fundo talvez nada esteja diferente, nem eu.
No fundo acho que é disso que tenho mais medo.
Porque quero que a roda gire, quero ter direito a um lugar, quero poder atirar-me de lá de cima, ou então descer calmamente e escolher um diferente, mas quero a oportunidade.
Terei de ser eu a criá-la?

E de repente vejo que algumas coisas continuam iguais.
Assustadoramente iguais.

proximidade

s. f.
condição ou estado do que é próximo;
vizinhança;
contiguidade;
(no pl. ) cercanias;
(no pl. ) arredores.


é o que me falta...

talvez...

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

no limite

há coisas que não são minhas, e que me doem...

sábado, 1 de outubro de 2005

crenças

continuo a achar que é urgente.
(pois.... o amor*...)

(O resto é por demais insignificante...)

ses




se eu me casasse gostava que estes senhores estivessem na festa.

à noite #2

o escuro é mais escuro
o que está vazio torna-se vácuo
o peso das ausências pesa demais
o chão passa-me rente aos olhos
os pés não caminham: são pedras a cair no silêncio

à noite a falta de ti é um buraco negro no meu peito, a absorver tudo, e ainda assim negro.....

sempre negro.

à noite

quando volto rezo sempre para que os semáforos estejam vermelhos.



todos.

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Porque é que este blog é azul?




A tarde vai caindo devagar, indiferente às conversas que têm as ondas, entre elas, indiferente às toalhas ainda espalhadas no areal imenso, indiferente à água salgada que sinto ainda escorrer-me num fio, costas abaixo...
A esta hora sobe uma luz tranquila que se espalha na névoa leve do fim de dia, e que se transmite a tudo o que vemos, que tocamos, que dizemos...


Para terminar o abuso de fotografias de praia e mar...
Também porque o verão já foi, e, quando menos esperava, tive ainda direito a um bocadinho mais de sol...

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Ponto da situação

Há um mês: não me convidem para nada, que eu aceito tudo.
Agora: não me convidem para nada. Não posso.

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Ligeiro escape ao modo preguiça

Vencendo um pouco da preguiça que parece reinar nos últimos tempos, estive a fazer algumas remodelações, que é como quem diz, actualizar os meus links.
blogs que já não leio tanto, mas decidi que não volto a retirar links.
blogs que continuaria a ler se não tivessem terminado.
blogs que insisto em tentar ler, apesar de parecer terem chegado ao fim.

Queria salientar três coisinhas:
- tenho pena que o Júlio tenha deixado de escrever (mesmo acreditando que continuará a sonhar), e mais ainda que a Tribo ande meia perdida na blogosfera...
- a Tasca mantém portas abertas, mas já ninguém serve litradas...
- este pequenino ponto iluminado entrou em hibernação... espero sinceramente que seja curta e que não chegue, sequer, ao fim desta estação.

E queria deixar dois dos meus recadinhos habituais:
- este blog, recuso-me a passá-lo para o vale a pena recordar...
- este blog já saía do modo preguiça... Caramba, miúda, uma pausa de dois meses... Começa a ser tempo a mais!!! Snap out of it!!!!

ps - este deve ser o post com mais itálicos que já escrevi...

Sal


Mais uma imagem, como tantas outras que aqui tenho.
E, no entanto...



Quase te vejo, desenhado no pôr-do-sol-horizonte e, quando mergulho, saboreio um pouco a água, tentando decifrar no mar o teu beijo salgado.

domingo, 25 de setembro de 2005

De distância

Quando partimos senti que ia também um pouco à tua procura, e sei que consegui encontrar-te.
De cada vez que acontece é também a mim que encontro, e isso faz-me maior.

Tenho um teclado imenso à minha frente, e nele não há letras que cheguem para escrever o quanto me vais fazer falta.
No fundo queria só dizer que não vais, porque não sou inteira sem ti.
E, embora saiba que os nossos passos se cruzarão sempre, os quilómetros voltam a estalar-me no peito...

As pessoas que me completam acabam sempre por estar longe, mesmo que só fisicamente, e às vezes sinto como se não tivesse coração, mas sim pedaços espalhados por aí, que me doem de vez em quando, de distância.

A ponte

Ao fazer a travessia senti-me invadida por uma certa euforia.



Sei que a ponte, ela própria, é em parte responsável por isso, adoro passar lá e nem sei bem porquê...
Mas mais do que isso, era a sensação de estar livre, sozinha comigo mesma, em paz...

Só estaria mais feliz com alguns dos meus amigos ao lado.
Ou contigo...

21.09.2005

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

stand by - blog em modo preguiça

Têm acontecido mil coisas...

Tenho um livrinho preto sempre comigo, para não perder aquelas frases que me surgem às vezes, como se fossem cabeçalhos dos meus pensamentos-post. Mas a verdade é que não adianta de nada: ao chegar a casa sento-me nesta cadeira onde estou e olho para este espaço que agora preencho... E a vontade de o completar é escassa, vou adiando, vou criando de novo uma distância.

Talvez se esteja a repetir a nuvem de indiferença.
É cinza-claro, e conheço-a demasiado bem.

desperdícios #10 (fora de época)

Sentir a tua falta contigo ao meu lado não é triste.
É talvez (e apenas) uma preparação para a velha sensação de que há coisas que não voltam... (que voaram)

Defeito VI

Evitar a procura, por ter medo de não encontrar.

ir

sempre que venho nesta direcção apetece-me ignorar a saída
apetece-me continuar, seguir, andar eternamente
sem rumo, sem objectivos, sem obrigações
sem cordas que me prendam os movimentos
sem olhares que me toldem a visão
sem muros que me doam no coração

Só isso, que é tanto!

Quando vou à tua procura tenho que estar distraída.
Se estiver demasiado consciente das minhas expectativas, sou incapaz de me mover para as concretizar.


Aquilo que era uma conversa séria, fundamental para que possamos encontrar-nos de novo, sem reservas, diluiu-se, mais uma vez, em banalidades e conversas filosóficas.
Espero conseguir chegar a ti em tempo útil.
E não quero, com isto, dizer que tenho medo de te perder, sei que isso não acontecerá.
Quero dizer que tenho medo que acabe de se desgastar o que havia de especial...

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

o espaço vazio

há palavras em que só te escrevo a ti
no intervalo dos meus dedos nasce o desenho dos teus lábios
no fundo das minhas mãos esboça-se a sombra do teu cabelo
sonho que gosto dele despenteado, já te disse?

o tempo arrasta-se pesado por entre os momentos em quase chego a tocar-te

no vazio de pele que sinto materializa-se a tua ausência

Mandem-me estudar, mandem!

You are .exe When given proper orders, you execute them flawlessly.  You're familiar to most, and useful to all.
Which File Extension are You?


Via Bomba

Altos são

Às vezes, a meio das conversas, há muros que crescem no meu silêncio.
Sei nessa altura que tenho ainda uns metros para crescer, para poder ver o outro lado...
Para ser livre.

Faz-me falta o verão

As vezes incontáveis que tropeçamos no mar, que nos misturamos nas ondas, que pisamos a areia...
O sol e o cheiro a creme, o sal a arder na pele, os livros meio lidos, meio dormidos...
O fim da tarde e o silêncio apertado, entre o mar e as gaivotas, a lentidão das horas com que não se faz nada...
O cheiro a maresia por trás do cheiro de peixe acabado de grelhar, as cervejas geladas na mesa...



De todas as coisas boas que vivi este ano, senti especialmente a falta de uma: o verão.

sexta-feira, 9 de setembro de 2005

Negação

- Despacha-te! Olha que está a chover...
- Vou só calçar as sapatilhas e pegar nos óculos de sol!

Passagem

As coisas que tenho para escrever diluem-se no cansaço, na pressão, na angústia das decisões, na falta de sono que têm sido os dias.
Tenho pena que se perca assim uma etapa da minha vida, ou que não se transforme, como tanto gosto, em letras...

Segunda-feira: o dia dos novos (re)começos.
Foi sempre assim...

terça-feira, 6 de setembro de 2005

aquele abraço #2

queria hoje, com esta força bruta que têm as vontades desesperadas, o desenho do teu peito a traçar o meu perfil

What's the weather like?

Tenho prestado pouca atenção ao blog.
Sei que, como é habitual, isso não se reflecte na quantidade de posts que vou deixando.
Talvez se note na repetição dos assuntos, nas poucas vezes que visito os meus memoráveis, na quantidade de links que, qual ciclo vicioso, remetem sempre para mim própria.

Avizinham-se dias nublados, mas brevemente a visibilidade voltará ao normal...
(o que quer que isso seja)

O caminho que terei à frente ninguém sabe ainda qual é.

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Mapa

O meu caminho tem muitas curvas.
Por opção própria escolho-o longo, crio obstáculos imaginários que contorno mais tarde ou mais cedo, esmago-me contra os muros reais.

E, apesar disso, vejo agora que, certo ou errado, acidentado ou custoso, me leva na direcção certa.

Gosto das prioridades que vejo nas minhas escolhas.
(se não em todas, pelo menos em muitas)

(por mais que essas mesmas escolhas não sejam minhas, mas dele)
(por mais que me desfaça no caminho e possa até nem chegar)
(interessa apenas o gozo que dá a caminhada...)

domingo, 4 de setembro de 2005

Quase dor

Há uma força esmagadora no ar que se respira, é a luz que entra a queimar no nervo óptico, o som que faz o estapédio precipitar-se ignorando o reflexo de protecção do ouvido.
Todos os estímulos se esmagam nos nervos, atropelando-se numa corrida desenfreada. Todos rumam para lá...

A sensação não é nova, o meu coração é que é avesso a mudanças...
Mesmo quando o conforto é incompleto.

É a tal sensação de que tudo é finito.
"Irremediavelmente finito".

Não chega a ser dor - é uma quase dor.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Pequena dúvida

É preferível que a fotografia retrate fielmente a realidade, ou é preferível torná-la melhor, para que mais tarde a recordemos assim?

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

Aquele abraço*

A lua estava deitada no céu, sorrindo um sorriso amarelado, que era, mesmo assim, convidativo.
Muito convidativo...
Deixei as janelas abertas, para que o ar fresco da noite pudesse limpar-me as imagens dos dias quentes e secos.
As luzes à frente cortavam o escuro monótono dos pensamentos.

Ao chegar sabia que estarias à minha espera... nada mais me faz falta...

Tu... nós... um abraço...
Aquele abraço......

*Gilberto Gil

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

verdade VIII

às vezes falar nas coisas é vesti-las
é dar-lhe cheiro, cor, gosto, consistência

é torná-las reais

Hoje é para ti...

...que vens cá às vezes, eu sei...
(ou imagino que sei, sei lá...)

Ciclos

[bem alto, por favor!]

(porque ando a precisar... (ok, outra vez...)

e porque me agrada deixá-la a tocar para o fim de semana...)

"Well I guess it would be nice
If I could touch your body
I know not everybody
Has got a body like you

But I’ve got to think twice
Before I give my heart away
And I know all the games you play
Because I play them too

Oh but I
Need some time off from that emotion
Time to pick my heart up off the floor
And when that love comes down
Without devotion
Well it takes a strong man baby
But I’m showing you the door

’cause I gotta have faith...

Baby
I know you’re asking me to stay
Say please, please, please, don’t go away
You say I’m giving you the blues
Maybe
You mean every word you say
Can’t help but think of yesterday
And another who tied me down to loverboy rules

Before this river
Becomes an ocean
Before you throw my heart back on the floor
Oh baby I reconsider
My foolish notion
Well I need someone to hold me
But I’ll wait for something more

Yes I’ve gotta have faith..."
George Michael - Faith

Dos fogos e das consumições #2

Não tenho vontade de falar sobre os incêncios, ultrapassam a minha compreensão...
Custa-me que o nosso pequeno e pobre país se esfume assim, e não faço ideia do que posso fazer para que as coisas se passem de outra forma...

Não me lembro da última vez que estive na terrinha.
Bem... lembro-me, mas acho que foi já há muito tempo...

Pela voz de quem lá está, pelas imagens que vi e li, palas palavras que me entraram olhos e ouvidos dentro, senti o calor, as cinzas, o inferno de se estarem a queimar as coisas que trazemos no coração...

(e dói...)

quinta-feira, 25 de agosto de 2005

portugal arde

e eu aqui na minha redoma

eu
eu
eu
eu
eu

terça-feira, 23 de agosto de 2005

a sombra

café mesa conversas músicas filmes nada tudo

o teu nome

Lembras-te?

Era tarde, mas não queríamos ir para casa.
Ficávamos horas às voltas na cidade, em silêncio, a ouvir aquelas músicas.

Hoje senti falta desse "silêncio" precioso, precisamente quando vinha embora.
Adiei o regresso e andei às voltas.

Eu... a música... tu entre nós...

2

Dei-me conta do número de vezes que te vi este ano

De repente já não me parece um número par.
Parece-me um número .
e triste...

O meu jardim é habitado por quatro fantasmas

São eles que vagueiam noite e dia tapando o sol com os seus trajes negros, gelando o ar com as suas palavras tristes, calando os pássaros com o seu olhar vazio...

segunda-feira, 22 de agosto de 2005

Síndrome de Pós-Férias (SPF)

Este ano o regresso foi bastante mais lento do que o que é habitual em mim - SPF um mês depois...
A explicação que encontro para esse fenómeno é simples: estive afastada do mundo demasiado tempo. Logo em seguida mergulhei nele com toda a intensidade que a viagem exigiu. Só então voltei...

Percebi que o que me incomoda não é o impacto com a realidade: ela não é assim tão dura.
O que me dói agora é só a saída do imaginário.

domingo, 21 de agosto de 2005

no passa nada


sou só uma miúda mimada

que nunca está satisfeita com o que tem


(e é tanto...)

sábado, 20 de agosto de 2005

desperdícios #9

sou a única pessoa que conheço que sente falta das pessoas que tem ao lado

Companhias III

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

E gosto do meu cabelo despenteado. E molhado!

Gosto das calças de ganga fininha, puída, gasta.
Gosto das sapatilhas mais velhas que tenho, fora de moda e quase sem sola.

São retratos do material de que sou feita.

desperdícios #8

às vezes sentir alguma coisa por alguém não é um privilégio
é um desperdício

As desculpas não se pedem...

Nestas alturas sinto-me transparente.
E não gosto.

Desato em construções elaboradas de muros que me cercam, e rapidamente desabam.
Sei em cima de quem caem as maiores pedras.

E não gosto.

Uma hora e meia de caminho

Tenho sentido o ar rarear.
Talvez seja dos incêndios, este país transformou-se numa fornalha...
Pelo sim pelo não, decidi sair. Talvez houvesse conversas a meio, talvez não. Peguei no cartão e despedi-me.
Vinha para casa, mas a meio do caminho percebi que a sensação de asfixia aumentava.
Inverti a marcha.
Pus um CD a tocar, continuaria até ao fim das músicas.
No fundo sabia que só queria ir ...
Não se vê grande coisa à noite, mas há o cheiro... o cheiro já é qualquer coisa, não é?

Ignorei por completo que amanhã o despertador toca cedo, que tenho andado cansada e mal-humorada, que há mil e uma cordas invisíveis que todos os dias me impedem de fazer estas coisas que me passam pela cabeça.
Não precisei de ficar muito tempo, talvez dez minutos. Nem saí do carro...
Acho que teria ficado para sempre.
Tive vontade de entrar, de continuar a caminhar até onde a respiração me levasse, de seguir caminho, de andar em frente, rumo ao desconhecido... Mas nessa altura as cordas ficaram tensas. Decidi voltar...

Na viagem de regresso imaginei que poderia ter três pessoas ali ao meu lado. Sei exactamente quem seriam agora. Não sei se serão as mesmas amanhã, ou da próxima vez que voltar esta vontade de ir... Sei que não são as mesmas de ontem. No fundo talvez isso não faça diferença.

Era bom poder ficar só assim, deitar conversa fora, ouvir música, seguir viagem eternamente...

quinta-feira, 18 de agosto de 2005

Numa versão mais moderna

Queria desfazer-me em pixels.
Ser capaz de sujar o template...

Apetites #4

Queria desfazer-me em tinta.
Ser capaz de sujar o papel...

Onde ir???????

"Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem (não vem)

Cada um sabe dos gostos que tem
Suas escolhas, suas curas
Seus jardins
De que adianta a espera de alguém?
O mundo todo reside
Dentro, em mim

Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz.
"
Vanessa da Mata

Excesso de posts

é o básico problema deste blog
os poucos que se aproveitariam estão perdidos na palha

TENHO SAUDADES TUAS

já escrevi isto muitas vezes aqui, mas nunca como título.

o destinatário destas mensagens, escritas com tantas letras diferentes, já vestiu várias caras no meu coração
já foi bicho, já foi gente
já andou de saias e de calções

já o escrevi para ti, é verdade.

hoje esta frase é um título
e é-o assim mesmo: sem pontuação, tudo em berros maiúsculos.

não me ocorre outro para a música que toca hoje o meu coração...
(desafinado, sem dúvida!)

(se isto não são desperdícios....)

desperdícios #7

não quero parecer chata, muito menos ser...
mas é que tenho este punho fechado no peito...
assim, vês?
e a culpa é tua.

bom... culpa é uma palavra feia e demasiado forte.
e, no fim de contas, a escolha foi minha.

Não sei se já tinha dito

O meu sexto sentido é poderosíssimo.

(algumas coisas quase que se podem cheirar...)
(só não percebo porque não me dizes...)

Lembranças #3

O corredor era enorme, ia da sala ao quintal com as divisões sucedendo-se à esquerda: primeiro as escadas para os forrinhos, depois as escadas para a rua, o quarto do Daniel, a cozinha, e o quarto da Tiz.
A meio havia um lavatório com um jarro azul de plástico para lavarmos as mãos, mas acabávamos sempre por lavar mais qualquer coisa, quanto mais não fosse a madeira velha do chão...

do que me preocupa #1

este nó no estômago que não sei como se desfaz

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

Reflexos

As coisas que tento tocar perdem contornos...




Os centímetros sempre custaram mais que os metros.
Quantos cabem nos quilómetros que nos separam?

Coisas que me deixam triste

O investimento emocional valeu a pena, deu lucros de valor incalculável...
Tenho pena de às vezes sentir que a empresa foi à falência.

(é a bidinha!)

terça-feira, 16 de agosto de 2005

Respirar fundo...

Ainda agora cheguei e já precisava de ir outra vez...
Aos poucos o corpo habitua-se à rotina e esta necessidade esbate-se nas horas sobrepostas do dia-a-dia.

Não dói nada, é só uma picada.

É do calor

Este blog está um pouco seco...
Assim que tiver umas horinhas vai até ao mar, só para ver se ainda se lembra do sal, da areia, do sol lá em cima, do barulho das ondas, dos miúdos que fazem construções na areia, dos rapazes que jogam à bola, das miúdas que ficam a ver da toalha, fingindo-se distraídas....

E principalmente da sensação de frescura com que se sai da água, como se a vida estivesse só a começar...

sábado, 13 de agosto de 2005

mais nada

hoje devia ter-me posto a caminho...

quinta-feira, 11 de agosto de 2005

Não me posso queixar!

No meio de tanto desperdício já tenho muita coisa no peito: desde frasquinhos destapados até emissoras de rádio, e sem esquecer, claro, o dragão....

quarta-feira, 10 de agosto de 2005

desperdícios #6

trago um rádio no peito.
a emissão irregular de música e novidades em onda curta tem pouco alcance, eu sei...

aí, de onde estás, não me consegues ouvir, pois não?

aos poucos a frequência vai perdendo convicção e tenho medo que as antenas acabem por murchar de vez, que esteja a ser este o último fôlego...

cada vez é mais difícil continuar a emissão sabendo que não está a ser ouvida.

a sintonia...
uma recepção boa...
bolas! não precisava de ser perfeita... boa...
boa chegava...

terça-feira, 9 de agosto de 2005

Canção em Braille

"Onde os meus olhos
porque cantam assim?
um assum preto
dentro de mim

mil vezes a sina
do gingar da tua retina
que não vai lembrar
que eu também já fui bailarina

mil vezes o fado
de manter os olhos fechados
só para não ver
a menina do olho errado

quando os teus lábios
na minha mão pousaram
todas as linhas se alongaram

uma carícia
o quebrar de um segredo
deus escondido em cada dedo"
Letra: Tiago Torres da Silva/Música: Pedro Jóia

O futuro parece-me longe

Os dias passam deixando no ar um nevoeiro suave de torpor.
O presente alonga-se em horas intermináveis que se sucedem vazias de escolhas.
As decisões adiam-se, assim, para um qualquer ponto ali mais à frente, sempre ilusório, como uma miragem que se substitui a si própria continuamente...

segunda-feira, 8 de agosto de 2005

Pisar as minhas pegadas

Dou-me conta de que faço isto sempre que alguém chega aqui.
Vou atrás, tento pôr os olhos das outras pessoas e saber o que lêem nas coisas que escrevo... É impossível, mas é a minha forma de adaptar o que escrevo ao que é lido, sempre na tentativa de que os olhares alheios não me criem fronteiras, e eu possa continuar a crescer em azul e letras.

Para fora... sempre para fora.

domingo, 7 de agosto de 2005

momentos simples #2

monte, lagoas, cerveja e tremoços

(e sol, sempre muito sol por dentro e por fora)

Amanhã!

Tudo o que tenho feito nos últimos tempos se resume de forma simples: estou a adiar a minha vida.

Porque o blog esteve sempre de acordo com o resto, e porque estou cansada, adio aqui também....

sexta-feira, 5 de agosto de 2005

Dos fogos e das consumições...

É todos os anos demasiado triste...

Qualquer semelhança...


quarta-feira, 3 de agosto de 2005

Preparem-se!

Agosto é o mês dos desperdícios.

ou será o verão?

do olhar ao ver
do ver ao sentir

gostava que olhasses e me soubesses aqui
perto, demasiado perto


esta é a distância que serve apenas para nos separar

momentos simples #1

praia, vento, cerveja e camarão

(não há nada como comer areia!)

desperdícios #5

Trago no peito um dragão cansado
Levanta devagar os olhos tristes para o alvo almejado
E devagar abre a enorme boca, deixando ver os dentes de gigante e uma língua bífida comprida
Em vez de um rugido foge-lhe como ar um lamento
Em vez de um fogo vivo e escaldante, escapa-lhe da garganta negra uma fuligem seca, que forma uma nuvem ridícula no ar

terça-feira, 2 de agosto de 2005

desperdícios #4

Havia um cantor de que os meus amigos gostavam.
Durante alguns anos ouvi-o sempre pelos ouvidos deles, mas, como não usava os meus, ele nunca chegou até mim, senão quando abri o espaço para que entrasse, guiado pela minha mão.

Tenho pensado que as pessoas são um pouco como a música: nem sempre estamos preparados para elas.

Às vezes podemos conseguir que elas cheguem até nós em tempo útil.

Às vezes não...


E se elas nunca entrarem, vamos sentir falta daquilo que nunca tivemos?
Vamos ter pena porque aquela música tocou tantas vezes e nunca lhe prestámos atenção?
Ou vamos simplesmente continuar caminho, vendo aquilo que olhamos, sentindo o que nos toca, cheirando o que respiramos, sem que à volta o mundo faça diferença?

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

Por aqui é o que se encontra: ar e vento


galguei os degraus dois a dois

entrei no quarto de rompante

escancarei a gaveta

vasculhei tudo até encontrar o papel e a caneta

e esqueci-me do que queria escrever

Numa outra versão

-Tens andado estranha... Pareces alheada de tudo à tua volta, não prestas atenção ao que estamos a dizer... Passas a vida a escrever no teu livrinho, tiras centenas de fotografias... Estás apaixonada?
-Não. Estou obcecada.

sábado, 30 de julho de 2005

quando os drafts são mais que os posts...

-acho que já não sei escrever aqui...

-"aqui"?
-"já"?

desperdícios #3

estou a esbanjar sentimentos... como quem compra a crédito sem ter um tostão.

desperdícios #2

as coisas não partilhadas que sinto são desperdícios que se dissipam no ar fresco e leve da noite, como restos inaproveitáveis de luz

desperdícios #1

trago um frasco destapado no peito, de onde sinto todos os dias evaporar-se um pouco da capacidade de olhar com este vidro fosco chamado coração

quinta-feira, 28 de julho de 2005

Nem eu.

Todos os meus relógios marcam horas diferentes.
Tudo o que eu digo parece triste depois de escrito.

Há horas díspares pelo mundo fora e as pessoas não são menos felizes por isso.

disfagia

sempre que estou contigo, esta sensação de despedida que não consigo expulsar...

terça-feira, 26 de julho de 2005

Tenho tanto para dizer e não consigo...

Gaguejo em frente ao espaço branco, vazio, aberto, sentindo de novo as vertigens que me impedem de ver com clareza o fio condutor de futuro à minha frente...

$2

pesam-me ainda na consciência....

segunda-feira, 25 de julho de 2005

Defeito V

Os exageros.
Aqui como em tudo na vida.

domingo, 24 de julho de 2005

"Que pena não poder ficar no sítio onde as mãos se dão"*



O sol desfez-se em nuvens, caindo sobre a estrada um escuro que me ofusca.
A tua voz doce queima-me as saudades, e olho à volta julgando ver-te nas sombras que se escoam velozes.
O nó apertado parece estar a perder esperança...
Tenho dificuldade em dar-lhe força com a mão direita, mas a esquerda, menos destra, mais institiva, faz o trabalho melhor.
Tenho a certeza de querer este fio consistente, forte, apertado em nós?
Não, não tenho. E ainda assim faço todos os esforços para que resista...
No fim talvez sobre mesmo isso: o nó.
Só o nó.
Sem fio.
Sem nós.

18.07.2005

*Toranja, numa música cujo título ainda não descobri, do Segundo.

Nem sei porque me queixo.

Afinal... fui eu que o pedi.
Várias vezes.......

A new beginning

para variar apetece-me encher isto de letras, mesmo que vazias, sem formar frases, sem dar forma a pensamentos.... ainda menos a sentimentos...

ainda....

depois de um ano de conversas incompletas e adiadas, quando finalmente me sinto preparada para ir ao teu encontro descubro que não era altura...

Privilégios

Ao contrário do que seria de esperar em mim, o regresso a este espaço está a ser mais difícil do que o esperado, embora tenha noção de que não o demonstro minimamente.
Sinto-me um pouco como se não tivesse ainda chegado, as coisas parecem distantes, as pessoas estranhas, as letras enferrujadas...
Sei que a escrita é um hábito que voltará, e os retalhos do que foi passando vão juntar-se aqui, como sempre aconteceu.

Foi bom ter ido logo a seguir.
Foi bom ter ficado tanto tempo.
Foi bom ter vivido um mundo diferente.
Nesta altura da minha vida tive o privilégio de poder fazer uma das minhas viagens de sonho. Que é preciso mais?...
Sinto-me calma, em paz, um bocadinho maior.

Aos poucos far-se-à o regresso.
Sem pressas.
Voltando lentamente à superfície, às decisões, às rotinas...

Provar a terra

É bom mergulhar os pés no solo firme.
O corpo dobrado para a frente, os braços estendendo-se em direcção à terra. Tocá-la. Sentir como é fresca e nova. Provar as ervas e os sabores que temperam o que se cozinha, saber o que gostam de beber os que daqui se alimentam. Aprender as danças, aprender as palavras. O olhar. Ver um pouco mais de vida. Crescer uns milímetros mais na alma.

Do mundo nos fazemos maiores.

13.07.2005

Ali...

E de repente, o mar ali...
À minha frente os degraus que preciso de trepar para chegar ao cimo, um patamar mais, um nível que me eleve até ti.



Se eu entrasse, se separasse esta distância, este medo do oceano que desconheço...
Se eu entrasse e tivesse força, a força para caminhar, os futuros atravessados estariam muito mais sóbrios, concretos, definidos.

Hoje o sal que me fere a pele é novo, forte de sol, e na areia os pés encontram pegadas desconhecidas. São as minhas?
O calor dissolve os contornos, e mais uma vez me perco do que procurei.

Tenho saudades tuas.

13.07.2005

sábado, 23 de julho de 2005

Mãos cheias



"Fabrico um elefante de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira tirado a velhos móveis talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão, de paina, de doçura.

A cola vai fixar suas orelhas pensas.
A tromba se enovela, é a parte mais feliz de sua arquitetura.

Mas há também as presas, dessa matéria pura que não sei figurar.
Tão alva essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupção.
E há por fim os olhos, onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude.

Eis o meu pobre elefante pronto para sair à procura de amigos num mundo enfastiado que já não crê em bichos e duvida das coisas.
Ei-lo, massa imponente e frágil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde há flores de pano e nuvens, alusões a um mundo mais poético onde o amor reagrupa as formas naturais.

Vai o meu elefante pela rua povoada, mas não o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaça deixá-lo ir sozinho.

É todo graça, embora as pernas não ajudem e seu ventre balofo se arrisque a desabar ao mais leve empurrão.
Mostra com elegância sua mínima vida, e não há cidade alma que se disponha a recolher em si desse corpo sensível a fugitiva imagem, o passo desastrado mas faminto e tocante.

Mas faminto de seres e situações patéticas, de encontros ao luar no mais profundo oceano, sob a raiz das árvores ou no seio das conchas, de luzes que não cegam e brilham através dos troncos mais espessos.
Esse passo que vai sem esmagar as plantas no campo de batalha, à procura de sítios, segredos, episódios não contados em livro, de que apenas o vento, as folhas, a formiga reconhecem o talhe, mas que os homens ignoram, pois só ousam mostrar-se sob a paz das cortinas à pálpebra cerrada.

E já tarde da noite volta meu elefante, mas volta fatigado, as patas vacilantes se desmancham no pó.
Ele não encontrou o de que carecia, o de que carecemos, eu e meu elefante, em que amo disfarçar-me.
Exausto de pesquisa, caiu-lhe o vasto engenho como simples papel.
A cola se dissolve e todo o seu conteúdo de perdão, de carícia, de pluma, de algodão, jorra sobre o tapete, qual muito desmontado.

Amanhã recomeço."

O Elefante, Carlos Drummond de Andrade

Às vezes, quando se sai à procura, volta-se de mãos e coração cheios.
Obrigada por tudo o que não cabe em palavras e que no conjunto faz a nossa amizade...

sexta-feira, 22 de julho de 2005

De volta...

Depois de tanto tempo tudo me parece correr numa realidade paralela.
Aos poucos vou chegando... também aqui.

terça-feira, 21 de junho de 2005

IUPIIII!!!!

Breve

Porque o tempo aperta, e pensei que fosse dar para qualquer coisa mais "pensada"...
Nunca dá!
Não queria "desaparecer" sem agradecer o carinho e a força a quem cá vem!
Vou tentar comunicar, mas o mais certo é as minhas lembranças só regressarem depois do dia 20 de Julho.
Até já! :)

sábado, 18 de junho de 2005

Porque hoje é um dia especial...

Uma prenda:




Outra prenda:



Os dias são especiais pelas pessoas que nos trazem, por isso este será sempre um dia de festa para mim!
Parabéns, Cariño!

Notinha: Sabes como estou enrascada, por isso te deixo duas prendas: para tentar compensar a falta de originalidade... Para o ano será melhor! (pois, dois Brads!!!)

quarta-feira, 15 de junho de 2005

Curiosity killed the cat

Fico aqui a olhar.....
Não tenho muitas palavras para explicar tudo isto: há coisas que simplesmente não cabem no universo que compreendemos como real, e por isso mesmo não podem ser trazidas até ele.

Fui eu que alimentei o monstro.
Dei demasiada importância a coisas que nunca a tiveram.

Acho que queria saber como era...
É isso: eu só queria saber como era.

(Estou há demasiado tempo fechada, afastada da realidade. Felizmente tudo se aproxima do fim...)

terça-feira, 14 de junho de 2005

1923-2005


"É outono, desprende-te de mim.

Solta-me os cabelos, potros indomáveis
Sem nenhuma melancolia,
Sem encontros marcados,
Sem cartas a responder.

Deixa-me o braço direito
O mais ardente dos meus braços,
O mais azul
O mais feito para voar.

Devolve-me o rosto de um verão
Sem a febre de tantos lábios,
Sem nenhum rumor de lágrimas
Nas pálperas acessas.

Deixa-me só, vegetal e só,
Correndo como rio de folhas
Para a noite onde a mais bela aventura
Se escreve exactamente sem nenhuma letra."

Eugénio de Andrade, Vegetal e só

domingo, 12 de junho de 2005

Insónias #2

A distância, os quilómetros entre nós.
Os cabelos que não se sentiram nos dedos, os beijos que não se deram, os abraços que se afastaram.
O mesmo ar que não se respira, um coração que não se sente no peito.
As palavras que ficam por dizer, as músicas que não se ouviram, uma voz que é só ausência.
O luar que não se vê, o mar em que não se entrou, o chão que não se sente nos pés.
As pessoas certas e as horas erradas.
A falta de uns segundos mais, uns milímetros mais de pele.
A vontade alheia que se serve da imaginação.
As mãos que não se tocaram, os olhos que não se viram, o espaço de ar que ficou suspenso entre esses dois gestos adiados, mudo, pesado, dorido...

E o calor?
Este calor...
É este calor que não me deixa dormir.

É a falta dele que me mantém acordada.

sábado, 11 de junho de 2005

Bingo!

Não deve ser difícil adivinhar onde tenho ouvido coisas "de passagem"...

Ouvido de passagem #5

- Have you ever been alone?
- Of course!
- I mean truly alone. Doesn't mean between relationships.
Loneliness is the feeling that there might never be anybody. Ever again.

Não deixa de ser curioso que eu tenha falado nisto imediatamente antes de ouvir...

Eu sabia que isto estava nalgum sítio!

(o teste, não propriamente o facto de eu ser o John Cage)

John Cage
You are John Cage! you're a little weird, you're
obsessed with cleanliness, you don't have much
self esteem, and you need to pump yourself to
get it. Just a hint, stay away from hair
brushes.

which Ally Mcbeal Character are you?
brought to you by Quizilla


Adenda: Na sua primeira versão, este post acabava assim:

Ainda estive vai-não-vai para fazer batota e ser a Ally, sempre era mais bonitinha... Mas vou deixá-la para ti! ;)

(depois de uma justa reclamação, devolvi-lhe a forma original!)

sexta-feira, 10 de junho de 2005

Aviso à navegação

Até dia 22 de Julho isto estará em serviços mínimos (o que quer que isso signifique).

O que me impede de postar é mais a falta de disponibilidade mental, do que propriamente o tempo. O tempo raramente é motivo de falta de posts para uma pessoa que, como eu, chega aqui, escreve e carrega no publish, sem contemplações, sem pena nenhuma do blog (muito menos de quem o lê)...

Enfim... Espero depois voltar eu novamente, com uma cabeça arrumada, uma confiança nova, e (principalmente!) um coração limpo.
Preciso desesperadamente de me livrar de tudo o que me ocupa no presente.

Já era altura...

"You’ve got your ball
You’ve got your chain
Tied to me tight tie me up again
Who’s got their claws
In you my friend
Into your heart I’ll beat again
Sweet like candy to my soul
Sweet you rock
And sweet you roll
Lost for you I’m so lost for you
You come crash into me
And I come into you
I come into you
In a boys dream
In a boys dream
Touch your lips just so I know
In your eyes, love, it glows so
I’m bare boned and crazy for you
When you come crash
Into me, baby
And I come into you
In a boys dream
In a boys dream
If I’ve gone overboard
Then I’m begging you
To forgive me
In my haste
When I’m holding you so girl
Close to me
Oh and you come crash
Into me, baby
And I come into you
Hike up your skirt a little more
And show the world to me
Hike up your skirt a little more
And show your world to me
In a boys dream.. in a boys dream
Oh I watch you there
Through the window
And I stare at you
You wear nothing but you
Wear it so well
Tied up and twisted
The way I’d like to be
For you, for me, come crash
Into me"
Dave Matthews - Crash into me

Já estive triste, já estive alegre.
Hoje estou só furiosa.

Isto é diferente.
É diferente em tudo, e tu não sabes.
Na realidade acho que não queres saber, e isso não me deixa triste, deixa-me furiosa.



O motivo é simples: não há nada a fazer, excepto lutar contra a minha vontade.
E isso eu nunca aprendi a fazer muito bem...
É pena, porque nunca tive grandes dificuldades em aprender tudo o resto.
Às vezes acho que prefiro a tristeza: é mais calma, e permite-me uma concentração maior nas outras coisas, que reclamam a minha atenção e não conseguem metade da que precisavam.

Seja como for, se puder escolher (e em certa medida posso), escolho a alegria.
O resto irá com o tempo, como tudo vai, e amanhã, quando acordar, já nada disto fará sentido.

segunda-feira, 6 de junho de 2005

Diz o ditado: quem escorrega também cai

Escorregadio: adjectivo (De escorregar+-dio) (daqui)

1. que faz deslizar ou escorregar;

2. (sítio ) onde se escorrega facilmente;

3. que desliza lentamente;

4. que tem deslizes frequentes;

5. (situação, assunto ) que é arriscado ou de resolução delicada; complexo; melindroso;

quinta-feira, 2 de junho de 2005

Duplamente agradável

Tenho estado um bocado distraída com este post, e estava a preparar umas linhas sobre ele, mas hoje reparei que estava escrito um mais recente. Ao lê-lo, confesso que me senti dividida: prefiro lavar os olhinhos ou ler os teus posts?

Acabei por perceber que é uma dúvida estúpida.
A única coisa que ele vai fazer é ficar um bocadinho mais para baixo à medida que fores escrevendo... A isso eu chamo juntar o útil ao agradável.

quarta-feira, 1 de junho de 2005

O melhor do mundo!


(daqui)

Porque neste dia se celebram as crianças, as pequenas e as grandes.



A minha vida não é diferente das outras vidas.
Ou melhor, é diferente num pormenor, que não me parece insignificante: é a minha vida.

Felizmente a minha vida é uma comédia, que, infelizmente, as palavras transformam em drama...

[suspiro]

Não estou minimamente satisfeita com a minha prestação actual.
O problema é que não consigo ter mais rendimento no tempo presente, esse rendimento devia ter existido nos meses que se foram, e não existiu por mil motivos que nem interessa discutir.

Foram criadas as melhores condições por todas as pessoas que me rodeiam, neste universo muito meu e real.
Fui poupada a trabalhos domésticos e aos outros.
Tive mais (infinitamente mais!) mimo do que mereci.

Falhar não é só falhar no meu futuro.
É não estar à altura do que os meus fizeram por mim.

terça-feira, 31 de maio de 2005

Ouvido de passagem... #4

-Costumas sonhar?
-Claro! Desde que acordo até adormecer.

sábado, 28 de maio de 2005

O nome dele

Quando ele lhe foi apresentado, havia duas ou três pessoas no seu universo com o mesmo nome.
Todos temos nomes que, de uma forma ou de outra, soam mais fortes quando pronunciados.
O dele não era um desses nomes.
Quando o ouviu a primeira vez não lhe despertou nenhum sentimento, não soou nenhuma campaínha, não estalaram foguetes no ar...
Apesar disso, aos poucos o nome foi vencendo.
Adquiriu consistência própria, e um sabor espesso e quente sempre que era pronunciado, enrolando-se devagar na língua.
Tinha um som diferente, com as suas consoantes e vogais alternando de forma harmoniosa, quase perfeita, como música a irromper do silêncio e fazendo estremecer as estruturas mais seguras que trazia dentro de si.

A partir daí começou a segui-lo.
(ou seria ele a segui-la a ela?)
Se o via assinado num jornal lia o artigo todo, e se por acaso um cantor assinava como ele, comprava o álbum, se houvesse imagens de outros homens chamados assim, ela recortava-as para as guardar...
O nome deixou de ser nome: era ele.
Como se todos aqueles homens pudessem formar uma massa, fundir-se, misturar-se, e fazer um só...

quinta-feira, 26 de maio de 2005

Naquele dia, quando voaste, preferi ficar contigo, mesmo quando já não eras tu, porque a minha dor era mais suportável do que a dos que te tinham perdido.
E ainda hoje, a deles é a que me dói mais, não é a minha...

Seis meses

Seis meses.
Metade de uma ano.
Às vezes não entendo o que foi feito dos dias e das horas que se viveram.
Ao olhar para trás é tudo uma grande e gigantesca nuvem, às vezes mais branca, às vezes mais negra.

Não passa um dia em que não me lembre de ti.
Em que não me suba aos lábios a eterna interrogação sem resposta.
Sei que há coisas que não a têm, e sei que com o tempo vou ser capaz de deixar de sentir a dúvida como uma dor.


Xiça!!! Tenho saudades tuas...

terça-feira, 24 de maio de 2005

Fugas

Acabara, no entanto, por me render ao fim de tudo.
Como, se era tanto o vento lá fora?
Não poderia ser assim.
Não poderia ser em vão...
Sorri uma última vez ao velho retrato pendurado na parede e parti.

Só queria saber se foi para sempre...

domingo, 22 de maio de 2005

Ainda sobre os olhos....



...e mais não digo...

sábado, 21 de maio de 2005

No use...

"Doctor says it's all fine,
vertigo is all fine
when you are sitting on top of your childhood dreams,
'cause who would't be scared at the top of the stair,
who would't stare before they dare.

Doctor says it's all right,
feeling shit when it's all light,
when luck hits you like a truck,
I keep on walking in the street with luck
and climb over your arms and step on to your charms
and tread over the dreams I had one night.

But there's no use 'cause I can't find you."
Marlango

Este, gostava de o dar pessoalmente...



Por mais que aos poucos tenha conquistado a paz aqui onde me encontro, há coisas que são insubstituíveis...

Incrível

o meu sexto sentido é poderosíssimo: ele adivinha as coisas que as outras pessoas vêem.

Com paixão...

Dentro das nossas fronteiras, o meu coração divide-se por duas cidades.
A terceira, sempre a senti como emprestada.
Deixo aqui ao lado um link que mostra parte de uma:
A Cidade Surpreendente.

sexta-feira, 20 de maio de 2005

Panic Mode



A palavra que não utilizaria normalmente, e que melhor descreve a minha situação actual, e, principalmente, a futura, é demasiado forte para ficar aqui escrita.

Mas a verdade é mesmo essa: estou tão #%$?#&...

Notinha: não quero que se sintam defraudados aqueles que, ao seguirem o link, estiverem à espera de encontrar o Pang original... É só um substituto parecido...

Atrasados...

...os parabéns ao Miguel, por um ano a mostrar o que vê O OLHO DO GIRINO. (E vê mais que muitos sapões que aí andam...)

...os parabéns à Claire Lunar, por dois anos a iluminar as minhas noites com um little black spot.

quinta-feira, 19 de maio de 2005

Como destruir o seu próprio blog
em duas ou três lições com a muska
quem quer que essa seja...



A minha sanidade mental, já de si escassa, tem atingido níveis assustadoramente baixos nos últimos tempos (o último post poderá ser prova disso) (ou então não).
Quase não saio de casa, quase não vejo ninguém, quase não ouço a minha voz a não ser quando recita as páginas que vivem à minha frente...
Ver novelas, e a Ally McBeal todos os dias antes de dormir também não ajudará muito, mesmo que em substituição de um ansiolítico....
Se isto não estivesse perto do fim, talvez acabasse por perder o fio que me liga à realidade....
Ou talvez pudesse, enfim, reparar que faz muito tempo que ele não está lá.
Um dos indícios que aponta nesse sentido é o facto de eu não possuir qualquer resquício de auto-censura no que diz respeito a este blog...
(Eu sei... quando parece que não pode ficar pior...)

quarta-feira, 18 de maio de 2005

Desculpa dizer-te

Sim, é verdade que ainda penso em ti.
Nunca o admitiria num outro sítio, numa outra altura...
Às vezes pergunto-me se existem fronteiras, e, a existirem, onde estarão desenhados esses limites.
Porque aqui perdem todo o sentido.
Aqui não há espaço para pensamentos ridículos, para sentimentos deslocados, para as coisas que deviam ter sido e não são.
De repente tudo é normal, não há o "deveria ser", sobra apenas o "é".
Os limites são impostos por nós a nós próprios, e ao abrirmos o espaço das nossas verdades elas já não parecem fraquezas, são as coisas que nunca pensamos que os outros pudessem pensar ou sentir, e que afinal são universais.
Ninguém é tão forte como aparenta, a diferença está na forma como nos queremos mostrar.

Sim, penso em ti.
Acredito que ninguém domina as páginas da nossa história de forma a poder dizer que nunca começou, ou sequer que já há muito devia ter acabado.
Sim, devia ter acabado, porque na realidade a nossa história não existe.
No meu universo existe, especialmente quando me sinto mais frágil.
É normal? Passou demasiado tempo?
Tenho consciência que ao passar para fora nada disto fará sentido.
Não faz mal, de certa forma desejo mesmo que não faça.
Tudo são fases, a vida é feita de ciclos.

Às vezes gostava de ler o futuro nos teus olhos.
Se ao menos estivesses mais perto...

terça-feira, 10 de maio de 2005

in a twinkling...


peço desde já desculpa pelo incómodo causado aos milhões (poucos mas bons!) de leitores deste blog...

E tu, perdes-te por quê?
ou por quem...

Tenho uma amiga que se perde por olhos claros.
Eu não, eu perco-me por uns vulgares olhos castanhos.
Por uns olhos escuros.
Por uns olhos quase pretos, vivos, brilhantes... divertidos...

sábado, 7 de maio de 2005

Sonho meu

"Sonho meu, sonho meu
Vai buscar que mora longe
Sonho meu
Vai mostrar esta saudade
Sonho meu
Com a sua liberdade
Sonho meu
No meu céu a estrela guia se perdeu
A madrugada fria só me traz melancolia
Sonho meu

Sinto o canto da noite
Na boca do vento
Fazer a dança das flores
No meu pensamento
Traz a pureza de um samba
Sentido, marcado de mágoas de amor
Um samba que mexe o corpo da gente
E o vento vadio embalando a flor
Sonho meu"
Maria Bethania

Preço da Desistência

Não sei se algum dia pensar em ti vai ser diferente de pensar na pessoa que deixei escapar.

(época propícia a este tipo de lembranças...)

sexta-feira, 6 de maio de 2005

Não me doeu

Pela primeira vez em dez anos vou manter-me afastada por completo.
Preparei-me para a dor do dia de hoje, mas acho que cheguei a um limiar onde ando suspensa.
O que era a dor da falta das pessoas, dos ambientes, dos cheiros que se sentem no ar, é hoje um embotamento que me anestesia.

"Sentes que um tempo acabou
Primavera da flor adormecida
Qualquer coisa que não volta, que voou
E foi um triunfar na tua Vida.

E levas em ti guardado
Um choro de um balada
Recordações do passado
O bater da velha cabra.

Capa negra de Saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo para a Vida.

Tu sabes que desenho do adeus
É fogo que nos queima devagar
E no lento cerrar dos olhos teus
Fica a esperança de um dia aqui voltar."
Balada de Despedida do 5º ano Jurídico de 88/89
(escolhida porque marcou os meus últimos dias em Coimbra, e descaradamente roubada daqui)

Os regressos são sempre diferentes, porque é verdade que há qualquer coisa que não volta (que voou...). Mas não faz mal: a simples certeza de que vivi em pleno tudo o que me foi oferecido deixa-me um sentimento bom, dá-me uma paz que nada pode abalar...
Nem a distância...

quinta-feira, 5 de maio de 2005

Magic

5ª Feira
Dia 05
Mês 05
Ano 05
(Guess what? São cinco da manhã...)

Time for a break

Isto é só um truque: assim que digo que quero fazer uma pausa, lembro-me de mil posts que ainda não escrevi...
Ou então não.

domingo, 1 de maio de 2005

Dia da Mãe/Dia do Trabalhador

Parece-me justo.

sábado, 30 de abril de 2005

Chegou a batata quente! :)

Agradecendo a simpatia do CBS, cá ficam as minhas respostas:

1. Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Bom, finalmente dei-me ao trabalho de ir ver o que é o "Fahrenheit 451"... (quem é que se lembra destas coisas???) (há um livro, mas deixo o link para o filme, porque é mais fácil perceber de que se trata lendo a sinopse)
Mesmo assim não sei bem como hei-de interpretar a pergunta, por isso vou só escolher um livro que me tocou de forma especial na altura em que o li:
A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende.
(cheguei a pensar que também conseguiria mover as travessas em cima da mesa sem lhes tocar)(depois descobri que não, podem ficar descansados...)

2. Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por uma personagem de ficção?
Já: o Calvin enche-me as medidas...

3. Qual foi o último livro que compraste?
Não me lembro bem (infelizmente tenho muito com que me distrair...), mas acho que foi um livro de fotografia: Insubmissos, de Steve Bloom. Para oferecer.

4. Qual o último livro que leste?
Viver para contá-la, de Gabriel García Marquez.
Esperava melhor. Não me envolveu, e além disso detestei a forma como acaba...

5. Que livros estás a ler?
Ponderei, mas acho que vou ignorar os de trabalho.
Estou a ler Um Dia de Cada Vez, de Jamie Weisman, uma espécie de reality show americano, em que uma jovem descreve o seu percurso através da doença crónica de que sofre, tendo por isso mesmo decidido que queria ser médica. Uma espécie de eu vi a luz, que, apesar de simples, não me convence... Foi-me oferecido, e eu leio (quase) tudo o que me dão. E não gosto de deixar livros a meio.
Também não gosto de ler vários livros ao mesmo tempo porque começo a confundir as histórias, mas como o livro da Jamie Weisman é tão fraquinho, estou a ler também o segundo de uma série de Alexander McCall Smith, que se chama As Lágrimas da Girafa. Simples e bem disposto, ideal para a fase em que estou.

6. Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Para uma ilha deserta só numa de duas hipóteses: com muito boa companhia, para umas férias, ou então depois de um violento naufrágio. E com cinco livros não chegava a ilha nenhuma, era bem capaz de me afogar antes disso!
Enfim... considerando a hipótese de um barco ou coisa parecida, levava:
-O livro que estou a ler (já expliquei porquê...)
-A Bíblia porque nunca li e tenho curiosidade
[Adenda: decidi que o que estou a ler não conta, porque já não é um livro completo, por isso acrescento O Evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago, para ler depois da Bíblia.]
-As Brumas de Avalon (os quatro volumes!) de Marion Zimmer Bradley, porque me levam para um mundo mágico.
-O Deus das pequenas coisas, de Arandhati Roy, porque o li numa atribulada viagem de comboio que durou 20 dias, tantos como os que demorei a lê-lo. Não consegui prestar-lhe a devida atenção, e acho que a merece.
-O meu livrinho, para poder escrever as aventuras e desventuras passadas na companhia da malta que ia comigo para a ilha, porque sozinha nem os livros me valiam: ficava doidinha de vez!

7. A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
Mmm... À minha afilhada (mai' linda!!!), à Joana e ao TF. Para saber coisas de gente de carne e osso... (vocês são, não são?)

Notinha: ao contrário do CBS, que teve a amabilidade de me perguntar primeiro se eu queria responder, vou simplesmente passar o testemunho. Se os visados não tiverem vontade de o aceitar, eu invado os blogs deles, pinto o template de verde fluorescente e laranja com bolinhas rosa-shock, e substituo os posts por poemas escritos por mim em noites de quinta-feira na cidade dos estudantes... Ah! E deixo a tocar, em repeat mode, uma música do Michael Bolton (uma qualquer).
Brincadeirinha. Se não quiserem, olhem... paciência! :)

Pré-síncope

Se algum dia me apaixonar (de novo?), vou reconhecer que estou apaixonada, ou vou confundir tudo, achar que estou com tonturas, e sentar-me à espera que passe?

Realidade paralela #2

Mais ou menos à mesma hora, o despertador lembra-me que devia acordar.
Nunca o faço.
Levanto-me, tomo banho e visto-me, arrasto-me até à cozinha e como o mesmo de sempre.
Às vezes trabalho, e no fim volto para casa, passo o resto do tempo em intervalos no estudo.
Aos poucos esta rotina ganha consistência e veste-se de vida.
As coisas que como e digo, os sítios onde trabalho e bebo, as pessoas com quem falo ou durmo... tudo isso passou a ocupar uma realidade paralela onde nada é palpável, tudo é virtual.

Às vezes pergunto-me se o coração bate mesmo, ou se vai parar de repente, quando carregar no off do computador.

sexta-feira, 29 de abril de 2005

Esta fica

Vou deixar esta música correr mais um pouco.
Fora do contexto, só a me poderá ainda salvar...

Cartão Vermelho

Determinados jogos têm certas regras.
Eu estou a quebrá-las.
Todas.

_U______________________
__M_____________________
___A____________________
__________P_____________
___________O____________
____________R___________
____________________U___
_____________________M__
______________________A_

quinta-feira, 28 de abril de 2005

Cantando e aprendendo...





Realidade paralela

A esta hora apercebo-me: alguns posts só fazem sentido à noite.

quarta-feira, 27 de abril de 2005

Ses

Se algum dia eu voltar não será nunca pelo que vivi.
Será pelo que quero viver.

começou

a contagem decrescente

segunda-feira, 25 de abril de 2005

Parabéns, Cariño!

Hoje a música é (foi...) para ti.
A "prenda" segue por mail.

Obrigada....

domingo, 24 de abril de 2005

Das distâncias

Nunca fui capaz de manter a distância por tanto tempo.
(acho que só mesmo obrigada...)
Na hora de voltar cresce sempre aquele friozinho...

E tenho medo de não saber o caminho e de me perder.
Tenho medo de não ser capaz de chegar aos sítios... às pessoas...

(incrível como o tempo passa e eu me mantenho repetitiva...)

Resta...

"Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
– Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história...

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.

Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.

Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens."
O Haver - Vinicius de Moraes


Às vezes, quando parece que o que resta não chega, há qualquer coisa que nos leva, que nos carrega nos braços até vermos um pouco mais de luz, até termos um pouco mais de força nos músculos cansados das lutas, das procuras que não se encontraram, das noites em que não se dormiu pela falta de alguém que nos calasse os fantasmas, que silenciasse as suas ladaínhas intermináveis...
Porque o que resta é o primeiro passo, e esse levar-nos-á em frente, e acabará por nos ensinar outros passos, até que possamos voltar a andar.

Nunca duvides do valor das causas nobres.
No fim elas vencem.
Sempre.

Só acreditando nisso é possível continuar...

(gostava que esta mensagem chegasse ao seu destinatário sem que eu lha entregasse...)
(ainda que sejam só palavras e, como tal, em algumas alturas pareçam só isso: palavras...)